tag:blogger.com,1999:blog-81567015468161201752024-02-20T06:56:48.448-03:00Caminhando eu vôo*"Os barcos estão seguros se permanecem nos portos.
Mas não foram feitos para isso".
Fernando PessoaBabi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.comBlogger163125tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-5612610326987807532020-03-30T13:55:00.000-03:002020-04-03T22:48:44.060-03:00Lifelong learning real: O que ter morado na Líbia há 10 anos me ensina hoje<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">"Sei lá, sei lá, só sei que <b>é preciso paixão</b>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">Sei lá, sei lá, <b>a vida tem sempre razão</b>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">Toquinho e Vinícius</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Morei por um ano e meio na Líbia<b>*</b>, no Norte da África, entre Janeiro de 2009 e Junho de 2010. Saí um pouco antes de eclodir a <a href="https://brasilescola.uol.com.br/geografia/primavera-Arabe.htm">Primavera-Árabe</a>, vivendo os últimos anos da ditadura do <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Muammar_al-Gaddafi">Khadafi</a>. Ao longo desse período, ia <b>da casa-para-o-trabalho-e-vice-e-versa, e só</b>. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Pouco consciente de que aquela experiência me traria aprendizados para toda a vida (#lifelong learning), instintivamente <b>estabeleci para mim duas premissas de sobrevivência</b>: estar ali naquela condição teria uma <b>razão superior à qual eu pudesse imaginar</b> e era preciso, de alguma forma, <b>vivenciar alguma das minhas paixões</b> - e foi assim que passei a escrever semanalmente como válvula de escape para mim e para me sentir minimamente conectada aos meus amigos e familiares. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>Escrever virou um hábito por muitos anos</b> e publicar as reflexões também - que estão aqui no blog e condensadas neste <a href="https://www.editorakazua.net/prosa/sem-medo-sem-rumo-de-barbara-teles">meu livro lançado em 2018, Sem medo, sem rumo</a>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Semana passada, durante minha sessão de terapia <i>online</i>, minha terapeuta perguntou:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- Como você tá com essa história toda do Corona?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E eu respondi:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- Estou bem, muito bem! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E eu estava mesmo. Sem pensar, complementei:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- Morei na Líbia, né? Um ano e meio confinada. Isso aqui 'tá tranquilo'.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Naquele instante não dei conta das minhas palavras, mas hoje, uma semana depois, <b>essa fala reverbera em mim diariamente</b>, e por isso decidi compartilhar com vocês <b>o que aprendi há 10 anos e que resulta no meu equilíbrio atual para lidar com o #covid19, hoje</b>. Talvez sirva para você, talvez não. Mas eu realmente espero que sirva pr'alguma coisa:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>Aprendizado #1</b><span style="font-size: x-small;"> [com 1 semana de Líbia]</span><b>: Reaprender poderia ser um costume.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">"<b>Dar a mão ao outro pode não ser um gesto gentil. Abraçar em público não é recomendado</b>. Não se vê pessoas em traje de banho, vôlei ou futebol, mesmo na praia, nem mesmo pessoas fazendo caminhada em calçadões. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não há bebida alcoólica e nas festas em casa se brinda com chá. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Aqui o legal da festa é quando as mulheres dançam com um vaso na cabeça. É o nosso chão-chão-chão. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>O desafio é o da flexibilidade</b>. <b>Família é o grande valor deles e, as crianças, o futuro respeitado</b>. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Estou aprendendo tudo de novo. Falar, ouvir, entender, adaptar, <b>aceitar</b>, respeitar. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">R<b>eaprender poderia ser um costume</b>"</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">. Esse trecho escrevi na minha primeira semana em Trípoli: como diriam os Líbios, </span><i style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">same-same-here, ou seja, "igual aqui", </i><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">hoje. Reaprender é uma saída.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">#2: Lutar entre desejos e regras.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tive muita dificuldade para me adaptar à culinária local (carnes em banha, muita pimenta, arroz papado e com muita canela, meio doce) e na primeira refeição quase vomitei em cima da mesa, depois que tentei substituir um gosto de algo ruim por um suco. O suco era de cenoura com alguma coisa. A partir daquele dia passei a equalizar melhor expectativas com realidades: <b>“Prepare-se para o pior. Espere o melhor. E aceite o que vier”. Provérbio Chinês</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">#3: Desenvolver a humildade. </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Escolher estar aberto para o que é novo ajusta o desequilíbrio. É igual a questão da alimentação. No início achava tudo péssimo,<b> julgava comparativamente a uma realidade incomparável</b>. Ao longo dos dias, passei a atribuir valor à vivência e permitir que se tornasse "melhor do que poderia ser", <b>desapegando-me do imaginário</b>. Escrevi à época: "O </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">conceito de 'gostar' é mutável conforme você adquire bagagem cultural, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">seja através de viagens ou de leituras(...)". </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É preciso ter "humildade para observar pessoas e lugares reconhecidamente sofisticados e extrair deles a </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">informação necessária para compor o seu próprio bom gosto." <b>O capricho da simplicidade</b> - Martha Medeiros.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">#4: Você lê, você sente. </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Descubra o que te ajuda a fugir do que te aflige, já excluindo tudo aquilo que você não controla. <b>Encontre a sua fuga, o que vai te desconectar das coisas que te prendem</b>. Hoje existe a internet, à época, era um recurso escasso e instável. Sobre isso, refleti: "</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E na década de 80? Quem viajava para lugares tão longe estavam desconectados, viviam sentimentos sozinhos, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">mesmo quando não queriam". <b>Hoje podemos não nos sentir sozinhos, mesmo que estejamos, fisicamente.</b> Busque sua conexão. Uma reza. Uma música. Uma ligação. Um livro. Um poema. Uma mensagem. Ou um bilhete. Para você ou pr'outro alguém. Compartilhe. Só (se) lendo é que você poderá sentir.</span></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">#5 </b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">[Dois meses de Líbia]:</span></span><b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"> </b><b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A</b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b> gente cresce é na adversidade.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Desde que você criou consciência sobre o corona vírus, o que você descobriu sobre si mesmo? Com dois meses de Líbia me caiu a ficha do <b>autoconhecimento</b>: "Uma e<span style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">quilibrada e honesta visão de <b>sua própria personalidade e habilidade de interagir com as outras pessoas franca e confidencialmente</b>". Saber se conhecer pela luz e pela sombra é libertador. Aceitamos. E então, agimos. </span></span></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;"><br /></span></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">#6:</b><b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"> Tudo é sobre pessoas, pessoas e pessoas.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Refletindo sobre os aprendizados de trabalhar num país muçulmano, observei que <b>os líbios valorizam o relacionamento, mais do que aumento de salário</b>. Não era regra, mas <b>o valor social do trabalho estava no "olho-no-olho" e</b></span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b> nas palavras</b> que revelavam o tom do tratamento: o bom tom. Fazendo um paralelo para hoje, com tantas relações profissionais se dando via </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i>home office</i>, <b>o que é que aflora da sua cultura organizacional? O que é valor de verdade?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>#7: O isolamento é físico**. A aproximação continua sendo social.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Com quase três meses de Líbia fui buscar no dicionário o significado de Isolamento. E escrevi: "Isolamento [1 Ato de isolar. 2 Lugar onde se está isolado. 3 Socio Segregação espacial de </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">indivíduos ou grupos em conseqüência de fatores geofísicos: distância, falta de meios de comunicação (...). 5 Estado do que está isolado de qualquer contato. Falta de comunicação devida à participação em hábitos e costumes diferentes (...)]". Michaelis. Que alívio pr'aquele momento e para esse que vivemos hoje: </span><b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">estamos separados fisicamente. Aproveitemos dos dispositivos digitais para nos aproximarmos.</b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> Reparem que fazíamos o contrário - nos isolávamos com os meios digitais quando estávamos fisicamente próximos. </span><b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Finalmente, podemos inverter essa lógica.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">#8: O sacrifício é ponto de vista. E de referencial privilegiado.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Pelo que você tem se sacrificado? Nos primeiros dias do <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Ramad%C3%A3o">Ramadã</a> <b>achei um absurdo tantas privações</b> - sono, comida, trabalho - até que entendi que <b>aquele mês existia pelo objetivo do sacrifício ser o de "focar no espírito das pessoas, abstendo-se de tudo </b></span><b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">aquilo que dê prazer corporal"</b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">. Nesta #covid19, como uma privilegiada, eu não me sacrifico, porque há outros que se sacrificam, essencialmente, por </span><b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">falta de opção</b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">. Por eles está o ensinamento de que </span><b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">nosso foco deveria ser o espiritual. Deveria...</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">#9: O que importa é o dia-a-dia.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Para o Islamismo, o amanhã pertence a Alá (Deus). Por essa crença, <b>os líbios vivem no encontro do medo com a superstição</b>,</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> sem planos, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">focados no dia-a-dia, tornando-se aos nossos olhos passivos e não comprometidos. Por outro lado, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">encaram, por exemplo, a morte e a doença de modo mais leve e aceitável, porque não se prepararam para </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">acreditar no futuro. <b>A vida é presente.</b> E ser surpreendido é entender que foi </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">feita a vontade de Deus: </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">"<b>Sou e não sou naquilo que estou sendo</b>." Álvaro de Campos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">#10: A razão de ser é coletiva. </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A mentalidade de um líbio se soma por seu <b>entendimento de tempo </b>(passado, presente e futuro) - bem diferente do nosso; por seu conceito de <b>atividade</b> (aceitar) e por sua <b>natureza de se render, em prol da harmonia</b>, para não comprometer a imagem de sua família dentro da sociedade e, por fim, mas </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">não menos importante, por todo e qualquer tipo de <b>relacionamento: eles não agem individualmente, porque pensam em coletivo</b>. Nestes dias, parafraseando a propaganda do Banco "O que o Santander pode fazer por você, hoje?" eu me pergunto: "<b>O que eu posso fazer por alguém, hoje?</b>". Que a resposta seja "rezar", mas <b>que a atividade nos leve à natureza de nos rendermos a algo maior do que nós mesmos.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">#11: </b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>O que era já pode não ser mais.</b></span><b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"> </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Com um pouco mais de três meses morando em Tripoli, consegui uma autorização do Governo para sair e retornar ao país. Tirei 20 dias de folga. À época, escrevi: "<b>Me convenço de que é incrível viver tudo isso e pensar que</b>,<i> Inshallah,</i> em uma semana <b>voltarei a ver o ar transparente</b>, sem ser caramelo-creme, carros de variadas cores e não brancos em sua maioria, lixeiras pelas ruas, ventos que não trazem areia, bebida alcoólica e carne de porco, <b>pessoas a namorar </b></span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>pelas ruas, corridas em parques </b>e diálogos naturais entre pessoas do sexo oposto. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ah, parques! Correr respirando um ar que, mesmo impuro, não revela cheiro de areia quando a gente passa, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">não arranha os olhos e nem resseca a pele.<b> Resta saber como vou reagir ao rever o já visto sob novas </b></span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>perspectivas</b>". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">#12: </b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>A falta que mais faz falta.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Apesar da lista de desejos anteriores, segundo os meus diários, <b>o que eu mais gostei de rever não foi o exatamente "rever". Foi sentir:</b> "</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Abraço: Ato de abraçar. Abraçar: 1 Apertar(-se), cingir(-se) com os braços (...); </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">3. Admitir, adotar, seguir; 4 Juntar(-se), unir(-se) (...); 7 Admitir sem repugnância, receber bem". </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Michaelis. <b>A nossa falta essencial é humana.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Eu provavelmente poderia listar outros aprendizados, mas acho que esses resumem bem alternativas sobre <b>como podemos passar por esse momento de maneira saudável</b>. Eu não sou mãe, então não abordei aprendizados especificamente relacionados a mater/paternidade - tenho por hábito não me apropriar de um discurso que não é meu, porque <b>meu foco de aprendizagem está a partir das minhas próprias experiências</b>. Sinto muito - mesmo! - se não os ajuda tanto. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">De todo modo, vou compartilhar </span><b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">passagens que me ajudaram e me ajudam muito, quando minhas autoexplorações não são suficientes</b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">. Independentemente do cenário de cada um, </span><b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">acredito que são universais, porque conversam com essas faltas a que atribuo serem essencialmente humanas, em momentos como os de dez anos atrás, os de hoje e talvez de sempre:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>#13: E se o nada for tudo?</b></span></div>
<ul>
<li><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">"Inquietação é descontentamento, e descontentamento é a primeira necessidade do progresso". Thomas Edison</span></li>
<li style="text-align: justify;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">"O tempo e o espaço são modos pelos quais pensamos e não condições nas quais vivemos." Albert Einstein. </span></li>
<li style="text-align: justify;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">"(...) Você é o que você pensa. As suas emoções são escravas dos seus pensamentos, e você é escravo de suas emoções. (...) Quatro virtudes de que uma pessoa necessita para ter segurança e felicidade na vida: inteligência, amizade, força e (adoro essa parte) poesia". Elizabeth Gilbert<b>***</b> </span></li>
<li style="text-align: justify;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">"(...) E foste um difícil começo /Afasto o que não conheço / E quem vende outro sonho feliz de cidade / Aprende depressa a chamar-te de realidade / Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso(...)". Caetano Veloso.</span></li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">"Se você tem <b>coragem de deixar para trás tudo que lhe é familiar e confortável</b> (pode ser qualquer coisa, desde </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">a sua casa aos seus antigos ressentimentos) <b>e embarcar numa jornada em busca da verdade </b>(para dentro ou para fora), </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">e se você tem mesmo a vontade de considerar tudo o que acontece nessa jornada como uma pista, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">e se você <b>aceitar cada um que encontre no caminho como professor</b>, e se estiver preparada, acima de tudo, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">para encarar (e perdoar) algumas realidades bem difíceis sobre você mesma... então <b>a verdade não lhe será negada</b>". </span><b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">***</b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Elizabeth Gilbert.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><br /></b></span></div>
<b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; text-align: justify;">#14: Encare-se.</b><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ao longo dos 18 meses na Líbia peguei algumas tempestades de areia<b>****</b>. Primeiro tive muito medo, até que me vi passando por elas cada vez melhor, como [Franz] Kafka:</span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<b style="text-align: justify;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: #fafafa; color: #333333; font-size: 16px;">"Às vezes, o destino é como uma tempestade de areia que o faz mudar de direção. Você pode tomar outro caminho, mas o fenômeno o atrapalha. Você volta a mudar de rumo, mas a intempérie o desvia novamente. Ela brinca por cima de você como uma agourenta dança com a morte pouco antes da aurora. Por quê? Porque <b>a tempestade não é algo que sopra longe, algo que não tem nada a ver com você. Essa tempestade é você. É algo dentro de você</b>. Assim, tudo o que se pode fazer é render-se a ela, andar a passos firmes em meio a ela, fechando os olhos e protegendo os ouvidos, e caminhar através dela, um passo de cada vez. Dentro da tempestade não brilha o sol nem a lua, não há direção nem sensação de tempo. Só há a fina e branca areia fazendo redemoinhos para o céu como ossos pulverizados. [...]. </span><span style="background-color: #fafafa; color: #333333; font-size: 16px;">E, uma vez amainada a tempestade, você não se lembrará de como se livrou dela, de como conseguiu sobreviver. Na verdade, não terá certeza de que a tempestade realmente cessou. Mas uma coisa é certa: <b>quando sair da tempestade, você já não será mais o mesmo que caminhou por dentro dela. Essa é a essência da tempestade</b>".</span></span></blockquote>
<b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; text-align: justify;"><br /></b>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCN8CQnh9PnmP7fIGypDQLa4ofvGT-EE0J_BDYvb_FWzeqO9z-3MCD37T2ai-3jpnnuxARo413wjWNbgYcEBFMZesrks8lE5QK-D8-ZDK6cR6rn4yz1HnFCCgqFZeqDa0OtNgXzikCuxA/s1600/Mar%25C3%25A7o2009.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="692" data-original-width="922" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCN8CQnh9PnmP7fIGypDQLa4ofvGT-EE0J_BDYvb_FWzeqO9z-3MCD37T2ai-3jpnnuxARo413wjWNbgYcEBFMZesrks8lE5QK-D8-ZDK6cR6rn4yz1HnFCCgqFZeqDa0OtNgXzikCuxA/s400/Mar%25C3%25A7o2009.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Minha 1a. tempestade de areia. Março 2009. Trípoli, Líbia.</span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; text-align: justify;"><br /></b>
<br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>*</b></span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">Caso você não tenha contexto Histórico: A Líbia era um dos países mais fechados do mundo naquela época e era restrita a circulação de pessoas nas ruas, principalmente mulheres, solteiras e ocidentais: todinha eu! Não podíamos sair de casa, mesmo. E, ah, lembre-se. Quase não havia sinal de internet :)</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;"><b>** </b>ref. sociólogo Ben Carrington e Eliane Brum, 2020.</span><span style="font-size: x-small;"><b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; text-align: justify;">***</b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; text-align: justify;">Elizabeth Gilbert, Comer Rezar Amar.</span></span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>****</b>Quando acontece a tempestade de areia, você não pode fazer nada nada nada. Apenas se proteger, com tudo fechado, e esperar passar.</span></span>Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-53310020051766131192019-05-23T09:58:00.000-03:002019-05-23T12:22:57.650-03:00A saga do planejamento: planejar está em tudo - e em nada<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">"A vida, afinal, é a melhor escola que existe". O</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> menino do dedo verde, Maurice Druon</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Esses dias eu 'tava no Rio de Janeiro para facilitar um treinamento sobre Carreira/Protagonismo e n'uma conversa com um dos </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">grupos, falei sobre nossa dificuldade em não só acreditar que temos algum controle sobre a vida, mas em desapegarmos </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">pragmaticamente de que apesar do planejamento, a vida acontece e que, ocidentalmente, não fomos educados a frustração de </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">não nos realizarmos do jeito que gostaríamos - e como acabamos nos consumindo por uma dor sobre a qual temos pouca </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">interferência, a não ser, vivê-la e deixá-la passar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Particularmente depois dessa conversa, terminei a aula, fui para o aeroporto do Santos Dumont. Meu vôo havia sido cancelado </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">pela agência. Liguei e eles reemitiram outra passagem no mesmo horário: SDU-CGH, 21:15. Tentei antecipar, porque isso era </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">19h. Haveria multa. Me recusei. Aceitei que deveria esperar as duas horas quando, às 20:20, vi no </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">portão ao lado: "Congonhas, 20:40, última chamada". Me aproximei do balcão e falei com o atendente "Meu voo é o próximo, posso ir </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">nesse?". Ele, gentilmente, concedeu, sem me cobrar a taxa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Eu estava muito feliz, tinha planos, queria ver uma amiga de BH que "me esperava" em SP; e uma outra de Curitiba que me pegaria </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">em Congonhas para ganharmos tempo e irmos nos atualizando ainda no caminho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Decolamos. A previsão de pouso era 21:51. Passou para 21:54. 21:58. 22:04. Quando chegou a 22:14, apontado pelo monitor do avião, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">comecei a me preocupar. O piloto finalmente deu satisfação:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- Senhores passageiros, aqui quem fala é o comandante. Estamos longe ainda de São Paulo, porque fomos informados que as condições </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">meteorológicas não são boas e que é recomendável ficarmos afastados da região aeroportuária. Sigo em órbita por aqui para </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">avaliarmos se as condições melhoram, e volto em breve com mais informações. Pela atenção, obrigado".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Detesto voar. E já voei muito. Muito. Longos e curtos voos. Mas isso nunca tinha me acontecido. Intensifiquei a oração e pensei </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">"Ok, pousaremos em Guarulhos - '<i>tá de boa</i>!'".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Uns dez minutos depois, ele retorna:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- Senhores passageiros, aqui quem fala é o comandante, novamente. Sinto informar, mas não temos condição de pouso em São Paulo, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">em quaisquer dos aeroportos da região. Lamento informar, mas estamos voltando para o Rio de Janeiro, aeroporto do Santos Dumont, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">e em terra volto com mais informações. Pela atenção obrigado, tripulação, preparar para o pouso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Gente. Sério. Primeiro que não entendi - já íamos pousar no Rio? Segundo. <i>PelamordeDeus</i>, quero só chegar nesse "em terra" aí.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Pousamos com segurança e tranquilidade; desembarcamos, pegamos ônibus e fila. Passava das 22:30 e o Santos Dumont, assim como </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Congonhas, pára de operar às 23 horas. Não haveria tempo hábil para remanejamento de nova aeronave - a nossa não poderia mais voar </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">no dia (#vaisaber). </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ao entrar na fila do balcão da cia aérea, a atendente pediu meu cartão de embarque (como antecipei o vôo, o papel que eu havia recebido </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">eu havia jogado fora no avião - porque, né? Para quê guardar lixo? #lembranças do dia que fui, mas voltei?).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Enfim, ela então pediu o cartão de embarque eletrônico, do meu vôo original. Eu havia deletado, afinal, fiquei entediada zanzando </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">mais de meia hora no ar - aproveitei para fazer a limpa no álbum de fotos-lixo. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Com um certo desconforto, do tipo "ah nem! Mais essa?", consegui o voucher de táxi para o hotel, o voucher da hospedagem no </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">tal hotel, o voucher de volta hotel-aeroporto para o dia seguinte - sábado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Fiquei um tempo frustrada, não muito, porque rapidamente:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- agradeci por termos pousado em segurança, mesmo que não em Congonhas;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- agradeci por não ter perdido nenhum compromisso único (casamento, aniversário, nascimento, velório, ou algo </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">importante relacionado a trabalho);</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- "<i>empatizei</i>" quando pensei, então, quantas pessoas tinham motivos reais para estarem tristes, chateadas e/ou frustradas - não só </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">as do voo, mas as atendentes da cia aérea que tinham planos pr'aquela sexta-feira à noite e tiveram que fazer hora extra, sob </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">pressão, para endereçar centenas de passageiros nos seus (novos) destinos - e aguentar o infeliz comportamento desrespeitoso </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">e agressivo de vários deles: uma pena!;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">"</span><i style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">empatizei</i><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">"</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> com os funcionários do hotel que, achando que estavam liberados do exaustivo turno, foram comunicados de que </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">centenas de pessoas chegariam para jantar e dormir - e tomar café da manhã e, por fim;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- "enquanto uns choram, outros vendem lenço": a alegria dos taxistas no Santos Dumont! Em uma hora de Congonhas fechado, onze </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">vôos foram cancelados: os caras estavam radiantes com o volume de passageiro na fila, com o voucher na mão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Aí, te pergunto: </span><span style="background-color: white; color: rgba(0 , 0 , 0 , 0.9);">O meu planejamento ter dado errado - e também para outras tantas pessoas, direta ou indiretamente - foi "azar", ou "sorte"? E, então, afinal, estamos mesmo a serviço de quem?</span></span><br />
<br /></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">PS: Voei no sábado às 8:20 da manhã - com um leve atraso: saímos 8:40 - e na Graça de Deus, mesmo com chuva no Rio e em São Paulo, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">pousamos bem em Congonhas. Como diria Chico Pinheiro, <i>#évidaquesegue</i>.</span></span></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-10946045438562460392019-02-20T10:16:00.000-03:002019-02-20T10:16:48.245-03:00Sério. Uma história simplesmente incrível. Ou incrivelmente simples.<div id="frase15" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 1.2em; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding-top: 10px;">
"Pensa como pensam os sábios, mas fala como falam as pessoas simples". <span style="font-size: 14px;">Aristóteles</span></div>
<div id="frase15" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding-top: 10px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Sábado depois da academia fui dar uma volta pelo bairro de Pinheiros em busca de placas de "aluga-se" em prédios residenciais, para ajudar uma amiga minha que está de mudança para Sampa.</span></div>
<div id="frase15" style="background-color: white; box-sizing: border-box; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding-top: 10px;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Num determinado edifício, toquei o interfone, o porteiro atendeu:<br />- Boa tarde!<br />- Boa tarde! O senhor sabe me dizer quanto é esse aluguel ou se tem algum telefone com quem eu possa falar?<br />- Olha, antes disso, você pode me ajudar?<br />(Na hora eu imaginei que ele estava sendo assaltado ou que estava passando mal, travei)<br />- Como, senhor?<br />- É que eu preciso de ajuda. Você pode me ajudar? Eu abro para você!<br />(Eu continuava sem entender, continuava com medo, mas entrei).<br /><br />Fiquei na escada; ele dentro daquelas cabines. Logo, abriu a porta e disse:<br />- Entra aqui. Eu preciso fazer um negócio faz horas, mas sou muito burro.<br /><br />O senhorzinho tremia, os olhos estavam marejados, ele parecia mesmo desesperado. Entrei, mantendo a porta da cabine aberta (#medodeassédio #loka #seilá) e disse:<br />- Como te ajudo, moço?<br />- Ai dona, sou tão burro. Eu sou muito burro. Eu preciso tirar foto desse papel que está na parede e mandar para a dona Márcia. Pelo <i>whatsapp!</i><br /><span style="color: #333333;"><br /></span>Gente, coisa linda! Fui, passo-a-passo:<br />1. Desbloqueia o celular, assim, o senhor sabe? E ele disse: "Não, sou tão burro!". <br />2. 'Tá vendo o <i>iconezinho</i> dessa câmera? Clica nele. E repetiu: "Ai, sou tão burro!". <br />3. Mira no papel que está na parede e aperta esse círculo branco aqui, pronto. Você já tem a foto do papel. "Nossa! Como sou burro!". <br /><br />Não dava mais. Interrompi:<br />- Olha, não fala que você é burro, ok?<br />- Mas eu sou burro, dona! A dona Márcia me pediu isso cedo, não sei nada. Não sei mexer. Eu só sei do <i>whatsapp. </i>Mas eu clicava no <i>whatsapp </i>e pensava: "E a foto? Nunca tirei foto para mandar pelo <i>whatsapp"!</i><br />Eu apenas disse:<br />- Tudo bem! Ninguém sabe tudo. O importante é você querer aprender e, você vai ver, não vai mais esquecer. Confia. Logo logo você vai tirar muitas fotos e mandar para as pessoas. Fica calmo e acredita que você não é burro tá? Todos nós só não sabemos de alguma coisa e por isso seguimos aprendendo tanto todos os dias. Todos os dias vivemos algo pela primeira vez, certo?<br /><span style="color: #333333;"><br /></span>Nesse momento, ele apertou "enviar" e a imagem foi para a "dona Márcia". Ele sorriu, o bigode dele se espalhou pela boca, chegando quase às orelhas. Os olhos brilharam e ele disse:<br />- Você devia ser professora. Eu não sou burro. Mas você também sabe ensinar.<br />- E você sabe aprender.<br /><br />Esse momento encheu meu coração pelo dia. Por ter feito algo tão simples e tão grande. Fiquei só me perguntando porque o sr. Walter não teve coragem de dizer a dona Márcia que ele não sabia fazer o que ela pediu: Intimidação? Vergonha?<br /><br />Que todos nós possamos perguntar, para que vejamos nosso potencial em aprender. E que possamos nos arriscar, para que possamos ensinar; reaprendendo.</span></div>
<br />
<div id="frase15" style="background-color: white; box-sizing: border-box; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding-top: 10px;">
<span style="background-color: transparent; color: #333333;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">"A </span></span><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 1.125rem;">dúvida é o princípio da sabedoria". </span><span style="color: #333333; font-family: "roboto" , sans-serif; font-size: 14px;">Aristóteles</span></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-72623981503970354222018-11-21T10:35:00.000-02:002018-11-21T10:35:34.343-02:00#enegrecernossoviés<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Eu me mudei dentro da cidade de São Paulo umas cinco vezes já, entre idas e vindas que somam sete anos. Em 2013, quando vim em "definitivo", me mudei de um prédio mais simples para um com mais regras, vamos assim dizer.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Era <a href="http://caminhandoeuvoo.blogspot.com/2013/06/meus-namorados-que-eu-nao-namoro.html">eu, e dois amigos</a>. Na divisão das tarefas, fiquei responsável por articular o descarte de lixo e dos infinitos papelões que os carretos conseguem multiplicar em tempo recorde!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Fui até a garagem e, apesar das plaquinhas-sinalizadoras, me pareceu estranho deixar aquele entulho todo que tínhamos ali, afinal, havíamos recebido insistentemente a informação "aqui tudo dá multa", "aqui nada pode", "aqui o síndico (...)", "aqui, na dúvida, pergunte para o zelador (...)"; e aquilo tudo era muito novo para mim, porque apesar de ser a sétima (?) moradia diferente pela qual eu passava, nenhuma das anteriores havia me alertado tanto sobre "<i>do's and don'ts</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Saí da garagem e fui até a portaria. O porteiro disse: "Não posso sair da portaria. Você precisa esperar alguém do prédio (?) chegar para te explicar como funciona esse tipo de descarte".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Sentei. E esperei.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Eis que sai do elevador uma senhora, negra, de chinelos, cabelos grisalhos, curtos, encaracolados, camiseta surrada, bermuda. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>Pensei: deve ser a faxineira, ela deve saber.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- Olá, bom dia! Desculpa incomodá-la, mas estou me mudando para o prédio hoje e estou com dificuldade de entender os procedimentos corretos de descarte de lixo e afins.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- Seja muito bem-vinda, vamos lá! Eu te explico!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Depois do <i>tour</i> que durou alguns minutos, ao agradecê-la, quando eu ia perguntar "a senhora trabalha aqui?", ela disse:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>- Conta comigo para o que precisar: sou subsíndica, moro no ap ..</b>.</span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Aquelas palavras me dão nó na garganta até hoje: como pude ser tão babaca? Me lembro que só silenciei, deixei meus olhos marejarem, mas não consegui pedir desculpas, não consegui lidar com o que fui entender só hoje, cinco anos depois, que eu era - sou (?) - uma racista cordial.</span></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Em fração de segundos eu sentia raiva de mim mesma, injustiça e ficava sem saber se eu a abraçava, se pedia desculpas, se dizia a ela o que eu havia pensado a respeito, que caos! Que difícil foi ter consciência do meu viés, logo eu, tão pró direitos humanos, pró cidadania, pró tudo que viole direitos de qualquer pessoa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Se existe um lado bom desse episódio do qual eu me envergonho é o de que <b>passei a ter consciência desse "automático" a que fomos condicionados e que faz tudo parecer ser justificável. Não, não faz. Nada justifica essas atrocidades que cometemos, "quase sem querer".</b> Precisamos mudar Precisamos reagir. Precisamos sentir. Precisamos verdadeiramente nos relacionar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Entender que a</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> segregação a que os negros são impostos os afeta de maneira desproporcional e injusta* não basta. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Enquanto nos colocarmos n'algum lugar de desigualdade, a cordialidade será em vão, porque não é uma questão de ser #fofa e #querida, é uma questão de ser justa e de combater, em cada um de nós, essa discriminação velada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">*Fala de </span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">Sueli Carneiro no evento da ThoughtWorks SP, Nov/2018. Sueli é filósofa, escritora e ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro. Fundadora do Geledés — Instituto da Mulher Negra e considerada uma das principais autoras do feminismo negro no Brasil.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-80884048267153452002018-11-06T09:09:00.000-02:002018-11-06T09:10:27.284-02:00Da (não) escuta<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #222222;">"</span><span style="color: navy; text-align: justify;">Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. </span><span style="color: navy; text-align: justify;">E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia (...). </span><span style="color: navy; text-align: justify;">Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio. </span><span style="color: navy; text-align: justify;">Daí a importância de saber ouvir os outros: A beleza mora lá também". O amor que acende a lua - Rubem Alves</span></span></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #222222; font-size: x-small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #222222;">- Olá, bom dia!</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">(Silêncio)</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Me vê uma sacolinha, por favor? </span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">(Silêncio)</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Algo mais, senhora?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Sim, uma sacolinha por favor e pode fechar. No débito.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Algo mais, senhora?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Não, obrigada!</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Forma de pagamento?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Débito, por favor.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Crédito? Pode colocar a senha (...).</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Gente, tô amando a novela!</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Num é menina! </span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Aquela Sorrah tá ótima de maluca!</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Sim! E o lance das galinhas? Ela penteando galinhas!</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">(Todas riem)</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- E o marido dela?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Marido de quem gente?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Da maluca!</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Da Renata Sorrah?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Isso!</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Não sei quem é. </span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- O Remy.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Não. Ela acha que o Remy é o Nestor, mas ele não é marido dela </span><img alt="🙄" class="CToWUd" data-goomoji="1f644" data-image-whitelisted="" goomoji="1f644" src="https://mail.google.com/mail/e/1f644" style="background-color: white; color: #222222; margin: 0px 0.2ex; max-height: 24px; vertical-align: middle;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Tô falando na vida real!</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Mas na vida real o "Remy" é casado com a Laureta, que é a Adriana Esteves.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Pois é, então. </span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Então?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Adoro os dois!</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- A Adriana Esteves e o Vladmir Brichta?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Essa Sorrah! Como é mesmo o nome dela?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">(...)</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Bom dia! Tenho uma reunião agora às 10h com a Fulana, do lugar A, 13o andar.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Bom dia! Tem cadastro?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Sim!</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Seu RG, por favor, senhora?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Um, dois, três, quatro, cinco, dígito sete.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Não entrou senhora, tem certeza?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Certeza do meu RG ou certeza se tenho cadastro?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Isso.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Bom, quer tentar de novo o número?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Pode ser. </span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- (bem devagar, pau sa da mente) Um. dois. três. quatro. cinco. dígito sete.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Ahhhhhhh. Dígito sete.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">(Silêncio).</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Para onde a senhora vai, dona Bárbara?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Lugar A, 13o andar.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Motivo da visita?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Reunião.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Com quem? </span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Fulana.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Ok.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">(Ligando).</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">(Interrompendo).</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Senhora Bárbara?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Oi!</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Essa reunião está marcada para que horas?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Para as 10 horas.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">(volta a ligação e repete: "para as 10 horas").</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Senhora Bárbara?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- Oi!!</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">- A senhora tem algum contato lá?</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">(...)</span></span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #222222;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #222222;">"</span><span style="color: navy; text-align: justify;">Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito". Estamos todos surdos dos nossos barulhos :|</span></span>Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-25777657542772188882018-08-14T11:08:00.000-03:002018-08-14T11:11:10.342-03:00(meu sobrinho e) O que aprendi offline<h3 style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">"Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">principalmente viver". Dalai Lama</span></h3>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No dia 27 de Junho eu escrevi sobre <a href="http://caminhandoeuvoo.blogspot.com/2018/06/queritmoeesse.html">o ritmo alucinado que todos, sim, todos, temos vivido</a> - <b>nossa adaptabilidade tem se expandido para uma quase capacidade </b></span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>de viver num mundo aparentemente sem tempo, em que fomos capazes de criar o "sem fronteiras" literalmente, quebrando a natureza e desrespeitando a luz do dia, </b></span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>avançando noites, com luzes artificiais das telas de computador, telefones ou televisores</b>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Em Junho escrevi: "Talvez esse seja o grande desafio, 'darmos conta de tudo hoje-agora': ser enquanto estamos, para nos tornarmos num tempo, atemporal".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Por essas e outas gosto tanto de escrever: registrar é ferramenta para criarmos consciência, caso você queira. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Quase um mês depois, literalmente, na noite de 24 de julho, eu voltava pensativa da terapia, pois a sessão tinha sido sobre como eu poderia lidar melhor com </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">o desequilíbrio do <i>cash flow</i>, numa percepção de que tenho trabalhado muito, as contas chegam, mas o faturamento tem outro ritmo: como "manter a mente sã" - todo </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">o resto é consequência - numa (não) rotina de viver num "<i>time frame assíncrono de real time x right time x next time</i>?".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ao chegar em casa, meu celular pifou. Simplesmente, a tela ficou colorida - me pareceu ser o cristal liquido vazando - e aos poucos ele foi apagando. De verdade, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">a única coisa que consegui sentir foi alívio e, integralmente, agradecer pelo acaso do tal <i>timing</i>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Na manhã seguinte viajei para Paraty, para <a href="http://caminhandoeuvoo.blogspot.com/2018/08/minha-1a-flip-achei-que-fosse-sobre.html">participar da FLIP</a>; fiquei quatro dias <i>off</i> e, na volta para SP, viajei de novo a trabalho, ficando, ao todo, 15 dias </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">sem "<i>smartphone</i>". Aliás, vou tirar as aspas: <b>o celular é esperto, nós é que não somos.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Abaixo, um pouco do que aprendi nestes dias fora do "<i>just in time</i>", mas 100% "<i>on my time</i>": </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<ol>
<li><div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">Ninguém morreu:</b><span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;"> alguém poderia ter falecido, fato, mas a frase aqui é para outro significado - </span><b style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">o mundo continuava lá</b><span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">, não me prejudiquei por estar "inacessível" e isso tem a ver com o ponto seguinte:</span></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span></li>
<li><b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; text-align: justify;">Quem quis me achar, achou:</b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; text-align: justify;"> a gente, por comodidade, tem praticamente recorrido a uma única ferramenta de comunicação - </span><i style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; text-align: justify;">whatsapp</i><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; text-align: justify;"> - e isso tem, como toda ferramenta, seus prós e contras; o contra está no comportamento do indivíduo que utiliza do "te mandei mensagem e você não respondeu" como justificativa para ambos não terem ganhado nada com a rebeldia do "fiquei de mal, #poxa": o clássico <b>"quem quer arruma um jeito, quem não quer arruma desculpa".<br /><br /></b></span></li>
<li><div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O tal do foco:</b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> somos interrompidos o tempo inteiro!, seja por estímulos externos - pessoas, notificações de mensagens, barulhos, abas abertas, desinteresse pelo que fazemos, passarinho que pousa numa janela - seja por nós mesmos - pensamento no futuro (ansiedade, né), preocupações, desejos, frustrações, "e se's" etc. Ao longo destes dias, ter partido do pressuposto que "ninguém me mandaria mensagem", espontaneamente me colocou num "fazer o que tinha que ser feito", segui a lista de </span><i style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">'to do's</i><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">' com disciplina e, principalmente, entusiasmo, ao entender que, terminando logo, sobraria tempo para fazer qualquer outra coisa - inclusive aquelas que a gente só pensa sobre, quando está distraído: <b>a vontade vira realização. </b></span></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></li>
<li><div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Priorização:</b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> Você entra num fluxo - quanto mais focado e disciplinado, mais você reengaja no que faz, melhor você "produz" e, acredite, mais tempo livre tem: coisa louca isso! </span><b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Inexiste a procrastinação</b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">, porque você fica tão animado para começar a fazer o que te dá prazer, seja ler, dormir, fazer exercício, ligar pr'alguém pra bater papo, ir naquela padaria às 16h, fazer supermercado quando não há fila: qualquer coisa!</span></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></li>
<li><div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Dar importância ao que é importante:</b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> neste fluxo, você atribui verdadeiramente importância ao que é importante e a minha descoberta foi perceber como eu aportava tempo e energia em matérias ou pessoas de baixo retorno: físico, espiritual ou emocional - </span><b style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">você realmente escolhe melhor e, principalmente, aproveita com qualidade a escolha, #semculpa</b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">. </span></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span></li>
<li><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>Percepção: </b>Não que os aprendizados parem por aqui, mas fecho com isso, porque ter me desconectado do tempo do outro, do tempo lá de fora, de uma urgência que não era minha, <b>resgatou muito das minhas verdadeiras intenções </b>e, para me ouvir, para sentir, é preciso silenciar-se, mas antes, é preciso deixar que o barulho seja barulho, ruído seja ruído, e as pessoas com o <i>timing</i> delas, sejam elas com e por elas - não por mim.</span></li>
</ol>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Pensei muito em, depois de ter recuperado meu celular, a ficar <i>offline</i>, fazer como duas pessoas que conheço que vivem sem <i>smartphone</i> e (mesmo assim - pasmem!) dão </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">conta de responder às demandas corporativas, do "mundo real". </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Mas eu não cheguei lá. Aliás, taí um outro aprendizado importante:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">7.<b>As crianças:</b> senti saudades de ver fotos do meu sobrinho, que está para completar 1 ano de vida, e mora em BH. Quando me reconectei por <i>whatsapp</i>, fiquei assustada: </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">o tempo dele (também?) passa rápido! Parecia um <i>rapazinho</i>. E, foi pela beleza desse propósito de conexão que resolvi voltar, com parcimônia, ao <i>smartphone</i>; </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">fazendo o exercício de me colocar, <b>mais do que no meu lugar neste mundo, no meu tempo, sem deixar de compartilhar do tempo do outro.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAguv6ILipkIxg8ngvRTTfymexk05nJFv2z1aKHfVAoWGjRHBcsQ1y6xG9-l-MXEYTrfcWrtcijP8X0Lpj1Mw162zXJiA-4A1cXFGmgYZ2ic5eVxvo7pga1shFfsxhR8-rOqGTblYaj08/s1600/IMG-20180808-WA0006.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="853" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAguv6ILipkIxg8ngvRTTfymexk05nJFv2z1aKHfVAoWGjRHBcsQ1y6xG9-l-MXEYTrfcWrtcijP8X0Lpj1Mw162zXJiA-4A1cXFGmgYZ2ic5eVxvo7pga1shFfsxhR8-rOqGTblYaj08/s320/IMG-20180808-WA0006.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Rodrigo, 11 meses. Meu sobrinho <3.</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Sugiro a experiência, mesmo que "planejada". Se for "por acaso", só aceita e vive!</span></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-68390299338697357252018-08-07T10:06:00.000-03:002018-08-07T10:06:34.494-03:00Minha 1a. FLIP: achei que fosse sobre literatura, #sqn<h3 style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">"Devemos escrever para nós mesmos, é assim que poderemos chegar aos outros." Eugène Ionesco</span></span></h3>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A FLIP - Festa Literária Internacional de Paraty que acontece todo ano no Brasil, em Paraty/RJ, desde 2003 - sempre me pareceu distante, tanto, que nem sequer </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">cogitei ir um dia: nunca olhei passagem ou hospedagem, até que, à convite da <a href="http://editorakazua.net/prosa/sem-medo-sem-rumo-de-barbara-teles">Editora Kazuá</a>, em parceria com a <a href="https://revistaphilos.com/flip-2018/">Revista Philos</a>, o que </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">nem havia sido por mim pensado, imaginado, sonhado, aconteceu.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A proposta era participar de uma mesa - nome que se dá a debates realizados por duas ou mais pessoas e mediados por alguém - para tratar, ou não, de algum </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">tema em específico; e o meu foi "Para além da escrita: a condução da própria carreira literária – os desafios do escritor independente".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Entre a ligação da Editora oficializando o convite e sentar na cadeira com os outros escritores na manhã do dia 26 de Julho de 2018, vivi momentos de muitas </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">emoções, muitas; e era tanto sentimento misturado, que mal pude pensar, racionalizar, planejar, esperar ou, enfim, fazer qualquer coisa senão permanecer </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">aberta para o que quer que fosse e significasse aquela experiência.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E assim foi! Na quarta-feira à noite (25/07) assistimos (estava com amigas e meus pais) à abertura com Fernanda Montenegro, jantamos e muito rapidamente me deixei levar por aquela energia, que só foi se intensificando com o passar dos dias.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Na manhã seguinte me sentia calma, tomei café como se fosse um dia comum, saí carregada dos meus livros, cheguei à Academia do Samba - lugar que nos acolheu para </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">o debate - e, aos poucos, vendo as pessoas entrarem, a casa encher, o microfone ligar e escutar meu nome, era como se eu tivesse nascido pr'aquilo: só para (me) </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">comunicar. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Curioso que ao longo da conversa meus colegas escritores falaram algumas vezes sobre a importância do processo da escrita, da disciplina, do esforço e da peleja </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">para estarem ali e eu, apesar de ser escritora iniciante, talvez até amadora, pude entender e sentir o símbolo daquilo tudo: seja por ter estado ali num lugar </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">de fala privilegiada ou por exercer empatia ao que falaram, ao projetar as dores - e delícias - em relação à minha "carreira" nada literária: fosse como CLT, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">autônoma ou empreendedora, ter estado nos lugares em que estive e ter vivido outras tantas FLIPs ao longo dos meus últimos 13 anos, mesmo que até então não </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">tenha me dado conta, reforçaram em mim ainda mais a crença - e a paixão - de que "tudo podemos".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9XPRIY7439s9RqLVi0vH0_zZ4jq7CRvRGEhb7MrRNFzv34KwoyDVY7_bIEQeK3oDGu-e_XiI_fqnQI9aJm5Lb-paMyWrcBQbALrgfOROyr608YU5j9tmQJLaTgx-9FWPo04DZuZgY-XE/s1600/Sem+t%25C3%25ADtulo.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="758" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9XPRIY7439s9RqLVi0vH0_zZ4jq7CRvRGEhb7MrRNFzv34KwoyDVY7_bIEQeK3oDGu-e_XiI_fqnQI9aJm5Lb-paMyWrcBQbALrgfOROyr608YU5j9tmQJLaTgx-9FWPo04DZuZgY-XE/s320/Sem+t%25C3%25ADtulo.png" width="315" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Sigo acreditando ainda mais em ajudar pessoas a conquistarem o que querem da vida ou a buscarem sair daquilo que não querem. Para cada um haverá uma </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">FLIP para ir e nem sempre chegar lá é questão (só) de dinheiro; cada vez mais vejo que o sentido da vida está no 'como', para um 'porquê' que se sustenta dentro </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">da gente, e que precisamos silenciar nesse mundo de tantas palavras e tantas mensagens para sabermos mesmo qual é a leitura que a cada um interessa e, sobretudo, deixar sentir o que </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">desperta e o que representa.</span></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Enfim, eu poderia lhes dizer que a FLIP é tipo um recorte dos anos 20 (1920) de Paris ou uma volta ao "túnel do tempo" direto para a Semana de Arte Moderna de SP, de </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">1922, porque ela também foi isso - música, poesia - e sua boemia - arte, arte, arte e artistas. Mas, pr'além disso, pra mim, ela foi uma releitura do mundo, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">um "amadurecimento do hobby" em algo menos romântico e mais duro talvez, mas ainda assim bonito.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">"Conquistar" e "viver" deveriam ser verbos que carregam a coragem da verdade e a magia da ilusão, para que nos ajudassem a caminhar rumo às nossas FLIPs invisíveis, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">às nossas obras feitas, mas desconhecidas e, por fim, ao exercício do nosso propósito, com amor e dedicação. É neste detalhe que mora o despertar das (auto) realizações.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<h4 style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">"(...) Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">Digo o que penso, com esperança. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">Penso no que faço, com fé. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">Faço o que devo fazer, com amor". </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">Cora Coralina</span></h4>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-28137648424600035892018-06-27T09:41:00.001-03:002018-06-27T09:41:40.661-03:00#queritmoéesse?<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: sans-serif; font-size: 13px;">Eram 22horas de uma terça-feira cansativa e eu embarcava em Guarulhos rumo a BH.</span></div>
<div class="" style="background-color: white;">
<div class="ii gt" id=":1br" style="direction: ltr; margin: 8px 0px 0px; padding: 0px; position: relative;">
<div class="a3s aXjCH " id=":1bs" style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 1.5; overflow: hidden;">
<div dir="auto">
<div style="color: #222222; font-family: sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<br />Me dei conta do meu cansaço quando sentei no ônibus que nos levaria até o avião: poderia dormir ali naquele assento desconfortável, com as minhas costas latejando, meus pés pipocando, enquanto sentia um calor desproporcional ao vento frio lá de fora.</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: sans-serif; font-size: 13px;"><br /></span></div>
<span style="color: #222222; font-family: sans-serif; font-size: 13px;"><div style="text-align: justify;">
Sem que eu percebesse, me lembrei dos meus <a href="http://caminhandoeuvoo.blogspot.com/2017/06/logistica-um-capitulo-parte-3.html">traslados nas Filipinas</a> e como tudo ficava mais leve quando eu olhava para as pessoas naquele país e meditava: "meu tempo é o tempo do outro".</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #222222; font-family: sans-serif; font-size: 13px;"><div style="text-align: justify;">
Quase que inconscientemente, olhei pr'aquelas pessoas naquele ônibus e vi muitos semblantes - talvez - parecidos com o meu: como as pessoas estão cansadas! - e, portanto, como também queriam chegar.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #222222; font-family: sans-serif; font-size: 13px;"><div style="text-align: justify;">
Isso tudo que deve ter acontecido em 10 segundo foi o suficiente para me ver fora de mim e me observar como <i>outrem</i>, meditando: "seu tempo é o tempo do outro".</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #222222; font-family: sans-serif; font-size: 13px;"><div style="text-align: justify;">
Por um suspiro leve, relaxei; e que bom seria se todos pudéssemos nos ausentar de nós mesmos para essa compaixão própria que pouco nos damos, por não encontrarmos tempo - nem espaço.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #222222; font-family: sans-serif; font-size: 13px;"><blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Já em BH, dentre tantas conversas que pude ter, muitos me disseram que estão exaustos; que correm, correm, correm: corremos pra onde? Corremos pelo que? Temos em perspectiva a linha de chegada? - "Onde é lá"? E, quando tempo "ainda falta"?</blockquote>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #222222; font-family: sans-serif; font-size: 13px;"><div style="text-align: justify;">
Sei lá se deveria ser o tempo o pulso da vida: #queritmoéesse?</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #222222; font-family: sans-serif; font-size: 13px;"><div style="text-align: justify;">
Eu tenho tentado não embarcar na viagem (que é a vida) somente pelo relógio - é difícil, mas tem me ajudado a ser e estar melhor; aliás, talvez esse seja o grande desafio em "darmos conta de tudo hoje-agora": <b>ser enquanto estamos, para nos tornarmos num tempo, atemporal</b>.</div>
</span></div>
</div>
</div>
</div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-68981642175928206902018-06-19T14:15:00.000-03:002018-06-19T14:15:25.289-03:00As diaristas e o mundo freela<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Cresci numa família classe-média-média dos anos 90, sem empregada doméstica. Lá em casa todos tinham suas obrigações mínimas e básicas e, confesso, meu pai foi um "homem atípico" por já lavar nossas fraldas de pano no início dos anos 80.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Durante minha vida adulta (que, ok, não faz tanto tempo assim), nunca tive "empregadas domésticas à moda antiga", vejo poucas delas hoje e, apesar de atribuir a isso vários fatores, inclusive sociais, vou me limitar (<i>#voutentarmeumelhor</i>) a um só: aumento das diaristas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E essa <b>condição</b> de forma <b>da oferta trabalho</b> <b><i>versus</i> a flexibilidade da demanda</b> tem me ensinado muito desde que passei a atuar como PJ ("autônoma" é ilusão 'tá gente? Se antes era "chefe", agora é cliente - e tá tudo bem, desde que você seja realista :)).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<ul>
<li><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A diarista foge da rotina, faz sua agenda respeitando suas limitações logísticas, principalmente as que moram beeeeem longe dos seus clientes e são reféns das creches públicas e/ou de vizinhos e avós, desenvolvendo, além de <b>resiliência</b> para lidar com os imprevistos do trânsito (de São Paulo), muita, mas muuuuuita <b>organização e gestão de tempo</b>;</span></li>
<li><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tomar essas decisões (mesmo que inconscientemente) e alocar recursos, principalmente quando não os tem, desenvolve nelas uma <b>criatividade</b> surreal que eu, do auge do meu Uber que nem cheguei onde deveria, me espanto com a <b>comunicabilidade</b> delas, cada vez mais clara e transparente, mesmo "não sabendo escrever" - aliás, #salveoáudio!</span></li>
<li><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><b>Confiança</b>: essas trocas, esse baile de <b>adaptabilidade</b> que elas dão, faz com que o vínculo só se fortaleça e que traçamos mesmo uma <b>parceria ganha-ganha</b>: precisamos da gente, mutuamente, nem mais, nem menos:<i>#bora<b>colaborar</b></i></span></li>
<li><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ah, <b>inovação via <i>benchmark</i></b>! "Babi, usei numa outra casa que atendo um produto óóóóótimo para o sofá (...)". Essa <b>visão aberta, genuína, sem culpa nem medo de propor</b>: coisa linda (volta para o <i>looping</i> da confiança e segue).</span></li>
</ul>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eu poderia listar muitos outros atributos que me revelam ganho nessa relação tão diferente da que os meus pais tiveram, ao finalmente poderem contratar uma "empregada doméstica", 18 anos atrás.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Essa experiência resume o lado bom do que os <i>freelas</i>* podem dar às organizações, porque se permitirão, antes, se atenderem primeiro enquanto indivíduos: é poderosíssimo isso!</span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E vejam só: as diaristas, pelo menos as que eu conheço, não negociam valor da diária como se não houvesse amanhã, nem perguntam do plano de saúde, ou ticket alimentação/refeição, nem muito menos pressionam para horário de chegada ou saída, ou reclamam que têm que pagar o INSS à parte: <b>elas já entenderam que o preço dessa oferta de trabalho é outro</b> - deixa de ser custo e passa a ser valor.</span></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O mundo em que cresci está mudando e já quase não existe mais; gosto de ver meus pais se adaptando às possibilidades do hoje, porque entenderam que "empregada doméstica como antes não há" e, ao invés de ficarem se debatendo com esse dado de realidade, toparam experimentar a diarista, antes que a perdessem para alguém numa dessas plataformas de "vagas" e <i>matching</i> que existe por aí ;)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Enfim, nenhum cenário é perfeito, nenhuma fórmula é a do sucesso. Mas certamente, <b>negar a mudança sobre a forma como trabalhamos , isso sim, é via sem saída</b>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">*<i>freela, PJ, staff on demand</i> (que seja seu termo!)</span></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-33604986102508177442018-01-30T10:23:00.001-02:002018-01-30T10:49:03.813-02:00Dias sem luz. Dias de sol<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">"Se você está interessado em algo, você vai se concentrar nisso, mas se você concentrar a atenção em qualquer coisa, é provável que você também se interesse. Muitas das coisas que achamos interessantes não são tão por natureza, mas porque nos esforça a prestar atenção nelas". Mihaly Csikszentmihalyi*</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Há mais ou menos duas semanas choveu muito em São Paulo: muito!, e pela primeira vez senti medo - as janelas da minha casa tremiam, faziam barulho e, no meu quarto, a água começou a entrar pelas frestas e eu via galhos e árvores inteiras serem derrubadas por vento - na avenida que faz esquina com meu prédio, carros, ônibus e motos pararam de passar e o temporal fazia de São Paulo um lugar deserto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Era domingo, passava das quatro horas da tarde e meia hora depois do dilúvio, a luz acabou - fui dormir às 22h e ainda estava sem energia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nos primeiros 20 minutos de chuva eu não conseguia pensar em absolutamente nada, travei, apenas esperava que passasse e que a água pelas frestas diminuísse consideravelmente e que nenhuma janela quebrasse.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Assim que o volume diminuiu, abri as janelas e fiquei observando a cidade ir voltando ao seu "normal". Quando tive certeza de que acabara, mas que a luz provavelmente deveria demorar, visto os estragos, como num rompante, peguei folhas de ofício, canetinhas, post-its e comecei a planejar meu ano de 2018 - o que envolvia o que pretendo fazer durante minhas semanas, para meu equilíbrio, e como resultados de negócio (abri uma empresa em Novembro de 2017).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Eu não sei quantas horas me mantive naquele fluxo; me lembro de não ter levantado para tomar água ou comer alguma coisa. Em algum momento, reparei que a claridade já não estava tão intensa, mas ainda assim dava para rabiscar, escrever, desenhar, projetar e criar listas de ações e testes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Entre um pensamento de viabilidade e outro, li um livro sobre Marketing Digital, que fez com que eu abrisse um parêntese do planejamento macro, para concentrar na leitura sobre ferramentas de comunicação da nossa era - o que me abriu várias abas, na verdade, sobre alguns conteúdos que me fascinam; e outros nem tanto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Fui deitar mesmo porque não havia mais nenhuma luzinha - e não sou dessas de usar o celular para iluminar nada: acho que há limites.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No dia seguinte, 2a.feira, pude perceber que a luz havia voltado n'algum momento pela madrugada, mas me surpreendi mesmo foi com o volume de trabalho que eu havia produzido.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Precisei sair e, ao voltar, por volta das 11 horas da manhã, a luz acabara de novo - segundo informações, o início do meu quarteirão estava destruído e a companhia energética precisava retirar ainda muitas árvores de casas e postes. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Apesar da frustração e, ao invés de optar por ir a algum café ou co-working em busca de energia e, claro, internet, decidi ficar em casa e terminar aquilo que havia brilhantemente começado - afinal, não foi planejado e os recursos eram escassos - foi incrível me manter, por horas, num fluxo real: "estado de excelência caracterizado por alta motivação, alta concentração, alta energia e alto desempenho.*"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O dia seguiu sem energia até às 21:30 e, enquanto havia "sol", lia e escrevia - inclusive, </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">devorei mais um livro, dessa vez menos técnico, mas igualmente estimulante; desses que dá vontade de sair fazendo, mudando; que te tira de si mesmo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nesses dois dias sem luz, aproveitei que fossem dias de sol e, sem saber, quebrei um paradigma sobre criação, sobre rever ciclos de produção, sobre engenharias, sobre experimentar e, principalmente, sobre fazer da adversidade um poderoso gatilho para a transformação - aliás, empreender é exatamente isso, né?: "tudo começa do nada".</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwzyeL_3BZYSkQoROp1_zOzSAiooSetWmjJm6uNf3mUJj-3qvpr4-bRaIWkz9XuRj5YnU8rvGqsJC81gWw-XcOtD72teIe_-8biq17xbmqryohNT2tDUH6Vu8UabXnNFlDbhfGb58eqio/s1600/blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="762" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwzyeL_3BZYSkQoROp1_zOzSAiooSetWmjJm6uNf3mUJj-3qvpr4-bRaIWkz9XuRj5YnU8rvGqsJC81gWw-XcOtD72teIe_-8biq17xbmqryohNT2tDUH6Vu8UabXnNFlDbhfGb58eqio/s320/blog.jpg" width="317" /></a></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-59779730661221280162018-01-24T10:14:00.002-02:002018-01-25T11:31:32.139-02:00Sobre a loucura (?) de morar em São Paulo<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Loucura: "Doença mental caracterizada pela alienação total do indivíduo em relação aos fatos que lhe são pertinentes. Ato, estado ou dito que revela falta de senso ou de juízo; maluquice, piração. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Extravagância no agir. Paixão excessiva. Procedimento que revela insensatez. Tudo que está fora das regras da normalidade. Entusiasmo exagerado ou insano; desatino, desvario". Dicionário Michaelis. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Já ouvi de tudo por morar em São Paulo - e na grande maioria das vezes as pessoas não são muito positivas: citam a violência, a poluição, o trânsito e têm percepção sempre de caos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não que eu concorde ou discorde, mas quase 11 anos depois de ter deixado BH, pensar sobre São Paulo me gera emoções extremamente positivas, mesmo que as experiências por aqui nem sempre tenham sido fáceis, aliás, o começo - como quase todo, acho - foi muito difícil.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Cheguei por aqui ganhando R$600,00 por mês, dividi casa com 22 pessoas, quarto com nove, banheiro com 11 - uma bobagem que o BBB roteirize o convívio: é condição inerente ao ser humano amar e causar conflito - e essa chegada em SP me ensinou sobre relacionamento, sobre diversidade, sobre a força que o regionalismo do Brasil tem, sobre temperos, sobre compartilhar e, principalmente, sobre respeito e coletividade: São Paulo não te abre portas para o Brasil ou para o mundo somente, mas te escancara para si mesmo, onde "se virar" torna-se de fato uma lei de sobrevivência.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nos primeiros meses por aqui, então me virando, fiquei doente e me curei sem afago, ou afeto, e isso me ensinou sobre acolhimento e sobre família que, sim, vai além do círculo "pai, mãe e irmãos". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Me perdi incontáveis vezes nas baldeações do <a href="https://caminhandoeuvoo.blogspot.com.br/2013/04/a-manada-no-metro-de-sao-paulo.html">metrô</a>, peguei ônibus errado, tive fome e almocei por muitos meses miojo com salsicha, porque o dinheiro era mesmo curto, e aprendi a valorizar qualquer refeição. Chorei e me <i>stressei</i>, muito; e ter aprendido sobre o <i>stress</i> me ensinou sobre ser melhor e buscar válvulas de escape saudáveis - difícil, mas possível!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Em épocas de não </span><i style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">smartphone</i><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">, se perder era mais perigoso, mas mesmo assim, ao observar com olhar positivo, me deixei me encantar pelos prédios da avenida Paulista, mal sabendo da existência da Faria Lima, que tomaria para si o posto de "mercado financeiro", "coração das organizações", até que passei a conhecer a marginal Pinheiros e, depois, a Berrini.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O encantamento não passou, mas mudou de forma, porque a cada prédio novo que sobe, exuberante e exagerado, São Paulo me apresenta um parque, uma praça, uma horta orgânica gratuita/comunitária, exposição de arte "em becos", blocos de carnaval de rua, e novos museus.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">São Paulo me faz pulsar. Me ensina a atravessar na faixa, a me locomover por transporte público integrado, me fazendo quase esquecer como é dirigir; me ensina a valorizar ainda mais a organização da cidade com seus semáforos mais à frente e a alertar motoristas de outras cidades a não fechar o cruzamento, mesmo!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">São Paulo é também uma cidade de casarões, da história do Brasil, das famílias tradicionais, dos sobrenomes, das igrejas católicas e da maior parada gay do mundo: tudo ao mesmo tempo!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É um lugar de partidas e chegadas, de encontros e desencontros: por aqui, amig@s casaram e descasaram. Se empregaram, desempregaram, empreenderam, concursaram, viraram mestres e doutores - aliás, entre idas e vindas, não sei dizer quantas nacionalidades conheci e convivi nesse tempo todo: São Paulo poderia ser um selo cultural que significasse "um mini mundo", seja por seus restaurantes de estrelas Michelin ou barracas em feiras de rua, pelo cardápio "mata-saudade", seja do Nordeste, do Norte, de Minas, ou do Sul do Brasil; da Grécia, da Itália, das Coréias, da China, ou da comida da sua casa; seja pelas experiências espirituais hinduístas, budistas ou umbanda. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">São Paulo e seu inverno de -1oC me apresentou as padarias 24h que tantas vezes me salvaram do frio com seus festivais de sopa e, no calor, frutarias e vida ao ar livre - aliás, outra fala que muito ouço é "São Paulo não tem qualidade de vida": é mais difícil mesmo, principalmente para a grande maioria da população que mora longe do local de trabalho, mas por outro lado é exatamente essa força que São Paulo me dá e que não encontrei em outro lugar; de viver bem mesmo com tanta adversidade, participar ativamente de uma vida melhor e ser causa, não consequência. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBdU1NNf_puCvEJQsSYP7V_QQ_2OefwKEuoXlJuWGAHP80CK6b0iofSkN7H6Ox49k5eTHJRC0XEGO8bZmk3t32X5tfuuCRsu8dJ33peUX_vrvU_OzJvNql9RNZwpCjS5Y809ZAg5glSnM/s1600/IMG_3900.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBdU1NNf_puCvEJQsSYP7V_QQ_2OefwKEuoXlJuWGAHP80CK6b0iofSkN7H6Ox49k5eTHJRC0XEGO8bZmk3t32X5tfuuCRsu8dJ33peUX_vrvU_OzJvNql9RNZwpCjS5Y809ZAg5glSnM/s320/IMG_3900.JPG" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: xx-small;">Em menos de 5 minutos a pé de onde moro encontrei um refúgio :)</span><br />
<div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">São Paulo me inspira a melhorar, a buscar entender o que é que está acontecendo no mundo, a desbravar sempre, a conhecer gente diferente de mim, gente interessante e desinteressante também.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A cidade em si vai além da sua noite agitada, do seu arsenal de artistas maravilhosos, do seu barulho <i>non-stop</i>, das manifestações vazias ou com propósito genuíno. Vai além dos bares e dos bairros que fazem dela insaciável - você pode passar a vida e não vai conhecê-la.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Esses quase sete anos </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">(se somados)</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">só de São Paulo fizeram de mim muitas <i>personas</i>, me permitiram experimentar muitas possibilidades e oportunidades! Há que comemorarmos, afinal, São Paulo é mais do que uma mistura que tem de tudo um pouco; ela é um facilitador que nos permite expressarmos quem somos, que é meio tudo e nada, e ao mesmo tempo é única. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Se eu sou louca? Bom, talvez, mas é só através dessa cidade que podemos coexistir com tantos outros loucos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Obrigada São Paulo por ter me dado tanto e, ao contrário de dizer o que eu quero de você, como pede a atual campanha da Globo do "O Brasil que eu quero", você me faz pensar no que eu quero te dar, porque uma boa cidade é resultado de ótimos cidadãos. Vamos em frente, porque segundo as previsões, os próximos anos serão ainda mais desafiadores: conte comigo, velhinha! ;)</span></div>
<br />Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-68941738391974802902017-10-31T08:52:00.000-02:002017-10-31T08:52:36.566-02:00E a vulnerabilidade corporativa?<div style="height: 0px;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">"(...) Eu sei que vulnerabilidade é o centro da vergonha e do medo e da nossa luta por merecimento mas parece que também é a origem da alegria, da criatividade, do pertencimento, do amor. E acho que tenho um problema, e preciso de ajuda." Brené Brown</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tenho visto com frequência um aumento de compartilhamento sobre "vulnerabilidade", mas gostaria de focar em duas de suas premissas:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- não julgar;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- estar aberto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Particularmente acho muito difícil ambos e por mais que eu tenha tomado cada vez mais consciência do jeito que sou e ajo, às vezes me chateio ao me pegar julgando e não estando aberta para o outro tão genuinamente quanto poderia - e me chateia porque gostaria de ser mais consistente, só nessas duas, para começar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nas relações familiares e com amigos próximos acho que consigo ser mais dessa forma, sem racionalizar tanto: compartilho os meus anseios, medos, frustrações - mas é curioso observar que a maior vibração do dividir está nas alegrias, no amor, no bom humor.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Se é tão difícil sermos vulneráveis com aqueles que, teoricamente, pouco nos julgariam e tanto são abertos, imaginar isso acontecendo no ambiente de trabalho ainda é bem difícil: uma pena!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nos últimos meses li sobre o despreparo das organizações em lidar com o luto de funcionários, seja quando perdem pais, filhos, irmãos, espos@s, enfim, não importa quem, mas parece que a dor também parece não importar - muito.</span></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Se organizações são pessoas e se as pessoas mal se permitem - ou conseguem - ser vulneráveis em seus círculos íntimos, quiçá no trabalho, em que falhar e, sobretudo, reconhecer os aprendizados via erro, continuam raros.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Acho que vou além dos pedidos que vejo de que sejamos vulneráveis, acrescentando, "por quê não ser no trabalho?".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Depois que li sobre o impacto positivo, inclusive em termos de resultados de negócios, nas organizações em que os líderes puderam chorar, falar sobre as tristezas e os problemas que os abatem pessoalmente, principalmente nos cenários de luto, o efeito desencadeador foi extremamente significativo do ponto da cultura e do engajamento que se cria. </span></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Acolher as pessoas em pós-traumas e permitir que se manifestem quanto ao que sentem é uma "vulnerabilidade corporativa" e, de fato, ainda são poucos os que têm coragem de correr o risco, para si e para organização - aliás, o que significa agir com coragem, não é?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nessas eras de automatização e foco em tecnologia, tem muita gente se esquecendo do que o faz humano: um lamento - ou uma oportunidade de transformar o que tem pouca organização transformando; ainda: coragem para não julgar e se abrir.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="height: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-80321789849178194442017-10-24T10:13:00.001-02:002017-10-24T10:13:14.277-02:00Das mudanças<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">"Nós definimos algumas das coisas que mais nos importam quando nos atrevemos a nos perguntar se o que esperançamos nunca mudará". School of Life.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Para fechar <a href="https://caminhandoeuvoo.blogspot.com.br/">as reflexões do curso</a> - misturada a tantas outras que tenho tido - depois de ter me dado conta, então, que quem você é não necessariamente significa o que você faz; que o trabalho nem sempre vai te dar tudo o que você espera dele, e que ao adquirir consciência sobre isso, você tem mais perspectiva de mudar, alocando uma necessidade a uma outra atividade e, inclusive, priorizando seu tempo para o que efetivamente te importa; me dei conta de que, independentemente do que for aquilo que você vai mexer - prioridades no trabalho, o trabalho em si, atividades extras, relações, significado do que verdadeiramente faz sentido para você - nenhum êxito será alcançado, sem qualquer mudança.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A consciência de estarmos num momento <i>x</i> hoje e de que esse momento não é mais satisfatório, abre espaço para algumas alterações - grandes ou pequenas, visíveis ou não, mas diferentes do que sempre foi.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nesse contexto, a pergunta lançada era "Quais são as mudanças que você precisa fazer, para fazer o que mais se aproxima sobre quem você é?".</span></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">De novo, com calma:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- Quais são as mudanças</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- que você precisa fazer</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- para fazer</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- o que mais se aproxima</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- de quem você é?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Uma dica?<br />Respire.</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Outra dica?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Comece pequeno.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Um passo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Uma mudança.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Aos poucos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">"(...) Serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Coragem para mudar as coisas que posso</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E sabedoria para conhecer a diferença entre elas". Reinhold Niebuhr</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-21348566825653745192017-10-17T09:12:00.000-02:002017-10-17T09:12:01.059-02:00Meus pais e o trabalho<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">"Em uma escolha entre o amor e a nossa própria satisfação, é compreensível se muitas vezes fechamos nossos horizontes para preservar nosso relacionamento com aqueles que nos levaram ao mundo". Sobre o livro "Middlemarch: um estudo da vida provinciana", de George Eliot.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ainda sobre <a href="https://caminhandoeuvoo.blogspot.com.br/2017/10/o-que-o-trabalho-te-da.html">o curso da School of Life</a>, outro momento <i>eureka</i> para mim foi criar consciência de que a forma como meus pais encararam o trabalho a vida inteira foi tão responsável pela minha liberdade, quanto eu mesma. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E, sobretudo, como esse tema está cada vez mais relevante na formação das pessoas, e o cuidado que devemos tomar ao chegarmos em casa e compartilhar, em família, nossas experiências:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">1. Tive ainda mais convicção de que <a href="https://caminhandoeuvoo.blogspot.com.br/2017/09/voce-e-o-que-voce-faz.html">o que fazemos não nos define</a>;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">2. Quebrar a corrente da pergunta às crianças "o que você vai ser quando crescer", listando características, não profissões;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">3. Reforçar que nossa identidade é quem somos, não o que fazemos e que ter essa clareza vai nos ajudar a<a href="https://caminhandoeuvoo.blogspot.com.br/2017/10/o-que-o-trabalho-te-da.html"> pedir do trabalho aquilo que vamos querer</a> dele e não o que achávamos que ele deva suprir.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Descobri, em uma reflexão rápida e depois de ter mandado uma mensagem para meus irmãos no <i>whatsapp</i>, que embora meus pais não fossem apaixonados pelo que faziam, não tivessem esse viés de "propósito", "mudar o mundo", eles nos ensinaram que o valor deles ao trabalho era conviver com pessoas ora semelhantes, ora diferentes; que com a dedicação puderam nos dar uma excelente educação, lazer e, sobretudo, caráter sobre a utilização dessas conquistas materiais. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Descobri que não cresci em um universo de reclamações, fossem elas "meu chefe é escroto", "meu trabalho é chato", "trabalho demais", mesmo que eles tenham vivido cada uma dessas dificuldades, diversas vezes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Descobri que embora as leis hoje sejam diferentes das do século XVIII, XIX e até XX, em que os filhos só poderiam trabalhar em funções que o pai (na grande maioria dos casos) autorizasse, ou que ele estabelecesse ser "bom o suficiente para meu filho", que há ainda muitas, muitas, muitas pessoas que escolhem o trabalho nessa premissa familiar e que então, sobretudo, o amor pode mesmo controlar mais do que a ausência de leis, principalmente se vier carregado de medo ou liberdade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Descobri, por fim, que por mais que eu achasse que eu não tinha uma premissa familiar para o trabalho, tive certeza que sim. Mas como ela foi discreta, verdadeira, introjetada organicamente, veio como na formação do caráter, na vivência máxima de que sou livre para ser feliz e que o trabalho deverá ser para mim o que eu quiser que ele seja. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E esse exercício de amar, libertando o outro, deve ser um dos mais difíceis: </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Obrigada mãe, e pai: </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Isso fez toda a diferença!</span></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-63361781881026272252017-10-10T08:59:00.003-03:002017-10-10T09:00:15.654-03:00O que o trabalho te dá?<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">"O verdadeiro conhecimento vem de dentro". Sócrates.</span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Esse fim de semana eu fiz um curso <a href="https://www.theschooloflife.com/saopaulo/eventos/intensivo/intensivo-de-carreira/">intensivo de carreira</a> da School of Life, maravilhoso!: passamos pela história do trabalho, pela importância do autoconhecimento, da leitura de cenário e, principalmente, do <a href="https://caminhandoeuvoo.blogspot.com.br/2017/09/voce-e-o-que-voce-faz.html">significado do trabalho que cada um tem para si</a> - grata surpresa estar alinhada com o <a href="https://www.theschooloflife.com/london/about-us/faculty/david-baker/">David Baker</a>!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Dentre as muitas perguntas feitas ao longo dos dois dias, uma que muito me chamou atenção foi "O que o trabalho nos dá?".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Simples, mas nem tanto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Foram muitas as palavras listadas no flipchart pelo grupo: tinha desde "dinheiro", "satisfação", "reconhecimento", a "dignidade".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Curioso ter clareza de que assim como tudo na vida, o trabalho não vai te dar tudo também: não existe isso, né? Mas por que é tão difícil entendermos e por que exigimos tanto de nós mesmos e, sobretudo, do nosso trabalho - seja do nosso chefe, dos nossos colegas, dos nossos clientes, da estrutura do lugar em si?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O exercício mais rico foi pensar nessa lista e alocar algumas palavras para outras experiências, por exemplo: se em algum momento o trabalho não me der mais desafio, eu consigo me motivar me estabelecendo uma meta de participar de uma maratona?, e aí eu aproveito que o trabalho me demanda menos, para que eu possa fazer outra coisa? Afinal, por que é que a gente não sabe usar muito bem o tempo fora trabalho? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No fim das contas, a grande pergunta foi "o trabalho é apenas sobre o próprio trabalho?". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Bom, desde este fim de semana a resposta para mim é "não" e a aventura estará em descobrir quais outras atividades eu posso fazer para ter aquilo que quero, já que o trabalho não dará tudo. E, sobretudo, que o que eu estou priorizando tem que estar alinhado com o meu momento, adequando essa matemática de olhar para dentro e para fora.</span></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-41603107253768668632017-10-04T10:05:00.000-03:002017-10-04T10:05:11.678-03:0010 (dez) elementos sobre a não empatia do R&S <div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="background-color: white; text-align: left;">"É</span><span style="background-color: white; text-align: left;"> irrelevante</span><span style="background-color: white; text-align: left;"> ter uma grande visão sem ter as pessoas certas". Jim Collins.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Depois que escrevi o "<a href="http://caminhandoeuvoo.blogspot.com.br/2017/09/r-e-nao-empatia-both-ways.html">R&S e a não empatia (<i>both ways</i>)</a>" tive a oportunidade de conversar com algumas pessoas sobre minha perspectiva </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">em relação ao tema e, para resumir, eis que:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>1. A empatia em si:</b> acho mesmo que se a pessoa que representa a porta-de-entrada de uma organização olhar o CV do candidato sob uma perspectiva </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">mais empática vai tentar entendê-lo, sem julgamento, e validar premissas, sem necessariamente trazer aquele ar de "já sabia </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">que não tinha perfil", evitando um risco de antecipar "verdades enviesadas";</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>2. Querer ouvir:</b> o próprio recrutador tem a oportunidade, inclusive, de desenvolver uma escuta mais ativa, se abrindo de fato ao que </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">a pessoa fala e não ao filtro que ele quer usar para atender a uma interpretação própria;<br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>3. Estar aberto:</b> se o RH, neste caso, vai com uma postura de "vou pegá-lo na curva", por ter listado os <i>gaps</i> do candidato entre uma experiência </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">e outra, provavelmente ele também não sairá ganhando: dê um passo atrás e reveja os motivos pelos quais aquela pessoa precisa ser entrevistada pr'aquela vaga, sem agenda oculta;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>4. Servir primeiro: </b>o espírito de uma entrevista deveria ser de honestidade, integralidade e atenção ao outro - só por protocolo, acredite, você vai se </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">convencer de que aquela pessoa também não serve;<br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>5. Aceitar que ninguém é perfeito:</b> </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">gerar curiosidade para entender "onde ele é bom" e focar nisso, para tentar, de verdade, fazer com que dê certo - as imperfeições são as características mais intrínsecas dos seres humanos; não as descarte!;<br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>6.</b> <b>Não seja sacana, vai!:</b> fazer perguntas que mais querem matar sua curiosidade e eventualmente expor </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">o candidato para você se sentir mesmo melhor do que ele são práticas do passado e que dizem mais sobre você e sobre a empresa do que sobre ele;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>7. Ser inteiro:</b> se você não gosta do que faz, reavalie, porque é muito sério: dizer sim ou não vai mudar a vida dessa pessoa </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">e não é um <i>unmatching</i> tipo Tinder que, depois do seu botão, virão muitos outros: você pode ser a chance de realização de um sonho dele (a)!;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>8. Posicione-se:</b> para ser estratégico não precisa ser diretor nem VP - seja o melhor que pode ser, independentemente do seu crachá e assinatura </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">no email. Tratar o candidato como uma pessoa e não como um <i>check list</i> é a oportunidade que você tem de fazer </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">tudo aquilo que reclama que a liderança não faz: inspirar pelo exemplo;</span></blockquote>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>9. Só automatizar não resolve:</b> adquira o melhor das tecnologias para triagem de candidatos, mas acredite, nada substitui o respeito </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">daquele instante que processualmente chamamos de "entrevista"; e cada uma é uma, porque cada pessoa vem com uma história e você pode até não gostar dela, mas precisa avaliar se os elementos da narrativa cabem no livro que a sua empresa, a qual representa, está escrevendo - e como reproduzirão, juntos;<br /></span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>10.</b> <b>Blá-blá-blá: </b>Se nada disso interessa, faz sentido ou pode ser endereçado, só te peço mais uma coisa: se você </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">tivesse selecionado os melhores funcionários que existem hoje na sua empresa; que empresa ela seria?</span></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-44256548186591207012017-09-26T10:48:00.000-03:002017-09-26T11:00:41.089-03:00Você é o que você faz?<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">“O homem que remove montanhas sempre começa retirando pequenas pedras do caminho.” – Provérbio Chinês.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Conhecemos um pouco, pela história do mundo do trabalho, que as funções desempenhadas profissionalmente estavam diretamente ligadas a quem se era - fosse você filho de peixe, peixinho seria, fosse por ofertas reduzidas e concentradas, que faziam com que se trabalhasse naquilo que estava disponível. Ou seja, trabalhava-se por "necessidade ou destino", não por "liberdade e escolha"*.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Apesar de ainda achar que "poder escolher" é um atributo, na grande maioria das vezes, de classes mais privilegiadas, o discurso tem aumentado tanto, que tem incomodado até mesmo aqueles que estavam acomodados - e tudo bem!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Comecei a ouvir pessoas dizerem:</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- Babi, eu acho que não tenho um propósito, e aí?</span></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- Eu não sei se quero mudar o mundo; será que meu trabalho não tem sentido e eu não</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> tinha me ligado?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- Eu não impacto o mundo, acho, mas o que eu posso fazer?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Esses discursos de massa me incomodam. "Empresas dos sonhos". "Trabalho perfeito":</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> Você sonha em ir para o Japão? Que legal, eu não. Empresas são para mim como viagens: experiências muito particulares que dependerão muito mais de quem você quer se tornar, do que você acredita, do que sabe fazer e do que busca, do que algo permanente que definirá quem você é.</span></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">De verdade, não é que você não tem um propósito, não impacta o mundo ou que seu trabalho não faz sentido: o caminho é seu, não é do coleguinha, do vizinho, do amigo - é seu. E só você pode dizer o verdadeiro papel do trabalho na sua vida e acho mesmo que estará tudo bem se você não for peixe, tendo o mar como seu <i>habitat:</i> É você quem vai escolher quem quer se tornar, sendo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A evolução do mundo do trabalho nos últimos anos tem sido tão velozmente acelerada, que, os 200 anos que a história precisou contar, antes que os filhos de padeiros pudessem ser outra coisa, que não padeiros, está se reduzindo para um espaço de cinco a 10 anos. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Concomitantemente a esse movimento, as perguntas enlouquecedoras que os gregos se faziam no século V a.C. sobre "como ter uma boa vida" parecem um tsunami que chegou aos lugares e profissões mais impensadas do mundo moderno.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Então, mais preocupado em ser o "Fulano daquela empresa", a "Beltrana do RH", busque saber quem gostaria de se tornar - acho que vai ficar mais leve aceitar que tudo bem estar onde está agora e melhor ainda será o momento em que decidir sair e ser outra pessoa, em outro lugar. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Se a montanha é a junção de pequenos fragmentos; se somos a soma das nossas experiências; se os empregos não são mais estáticos, porque filho de peixe, peixinho não será e se, então, a vida também não é estática, o apego, se existir, deveria ser à nossa essência e não ao nosso empregador, ao cargo atribuído, nem, tampouco, à nossa formação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">*Como encontrar o trabalho da sua vida - Roman Krznaric.</span></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-27991137845691130412017-09-19T08:48:00.000-03:002017-09-19T08:48:40.580-03:0010 perguntas para você candidatar (a si mesmo)<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa; color: #333333;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">"Sou a única pessoa no mundo que eu realmente queria conhecer bem". Oscar Wilde.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa; color: #333333;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa; color: #333333;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Eu sei que é difícil buscar oportunidades de trabalho. Desanima quando, principalmente, os portais de vagas e cadastro de inscrições ou CVs têm contador e você adquire a informação das centenas, talvez milhares, de concorrentes contigo.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa; color: #333333;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #333333;">O sentimento de frustração é quase perene. Quando alguém responde um e-mail ou uma mensagem ou dá qualquer sinal de solidariedade, reciprocidade ou respeito mesmo, é como se um fiapo de luz virasse uma labareda; de tão importante que é nos sentirmos acolhidos e enxergar, neste outro, que às vezes nem sabemos quem é, um sujeito essencial para que nossa esperança seja uma realidade e não só um sentimento.</span></span></span></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa; color: #333333;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa; color: #333333;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Da mesma forma que eu acredito que "buscar emprego" não seja fácil, nem confortável, também acredito que nos dedicamos pouco a nós mesmos, antes de aplicar para uma vaga, buscá-la ou até mesmo tentar encontrar pessoas que possam nos ajudar, com orientações, indicações ou recomendações; afinal, quando alguém nos pergunta "o que buscamos", tendemos a travar: na hora H, tudo o que parecia óbvio fica obscuro e nosso discurso perde a fluência que o pensamento parecia oferecer.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa; color: #333333;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #333333;">Minha sugestão? Responda para si mesmo porque você se candidataria. No que você é bom. No que verdadeiramente acredita: </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #333333;"><br /></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #333333;">1. Como você se vê fazendo o que está escolhendo fazer?</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #333333;">2. Por que você escolheu o que escolheu, em termos de vida e carreira, até aqui?</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #333333;">3. Quais experiências você acumulou até hoje?</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #333333;">4. Por que razão você pediria (ou pediu) demissão? Qual a razão da sua saída nos empregos anteriores?</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #333333;">5. Como seu cérebro funciona?</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #333333;">6. O que você gosta de fazer?</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #333333;">7. Como é seu humor?</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #333333;">8. O que você pretende realizar? E por que realizar aqui; nesta oportunidade?</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #333333;">9. O que te levou a trabalhar nos lugarem em que trabalhou? Quais são os seus méritos?</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #333333;">10. Quais são seus fracassos?</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #333333;"><br /></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #333333;">Nada disso está no seu CV, nem nas respostas das fichas de inscrição. Mas sem refletir sobre questões como estas, "qualquer caminho serve" - e para "qualquer caminho", "qualquer pessoa" cabe.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa; color: #333333;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></span></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-25534953020358820252017-09-12T09:06:00.000-03:002017-09-12T09:16:07.167-03:00R&S e a não empatia (both ways)<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Os candidatos reclamam dos recrutadores. Os recrutadores reclamam dos candidatos. Não quero entrar no que é ou está certo ou errado, afinal, como diria Marisa Monte, numa paráfrase a um amigo "(...) se tem alguém olhando não é mais verdade: vira versão".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Observo candidatos que esbravejam quando os recrutadores não dão retorno e recrutadores que dizem receber CVs demasiadamente inadequados e que, portanto, o volume não comporta o tempo e espaço por ser uma pessoa só e que não fazem por mal, apenas "não dão conta".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Todos têm seu lado, seu ponto de vista, seu argumento.</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">De ambos, do que sinto falta, é da empatia, da tal "humanização do processo", se é que precisávamos falar tanto disso, em se tratando de duas pessoas - o recrutador e o candidato.</span></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O que vejo é foco no processo: um CV e uma vaga. Uma <i>job description</i> e um perfil em <i>bullet points</i>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Fico me perguntando se o candidato quer mesmo aquela vaga ou se é a que apareceu. Se a cada vaga que ele se aplica ele muda para adequar melhor. Se ele lê sobre a empresa, se ele tenta achar amigos de amigos de amigos que eventualmente trabalham lá e que podem dar alguma força; se ele busca em plataformas que compartilham avaliações como é mesmo trabalhar ali, etc.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Me pergunto se o tal recrutador, antes de postar a vaga, se dedica em pensar, mesmo que rapidamente, na pessoa que pode exercer aquelas atribuições, contribuir, mas também aprender, ou se pensa em <i>tags</i> de palavras que possam trazer mais e mais aplicações para formar aquele bando de dados e se gabar de buscas futuras, mesmo sabendo que não vai voltar naquela pastinha em meio a tantas outras que tem na rede/servidor da empresa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Na grande maioria das indústrias que estão se transformando sempre há, como um ponto alto em ser competitivo e portanto, melhor, o fato de colocar "a pessoa no centro" e então desenhar experiências, que, de um modo geral, otimizam resolução de problemas em que essa "pessoa" é o cliente - é o tal do <i>design thinkin</i>g<i>.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Muito já se fala, então, em colocar o colaborador no centro das soluções para os problemas que ficam atribuídos ao RH. Infelizmente, pouco - quase nunca, vai, sejamos honestos - vejo isso acontecendo nas organizações no Brasil, principalmente para estas questões de recrutamento e seleção.</span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Do meu ponto de vista, se o RH tem dificuldade em "fechar a vaga", o candidato é um problema importantíssimo dele, que vejo ser isolado e passa a ser objeto, quando deveria ser sujeito. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Por outro lado, também acredito que o próprio candidato pode ir mudando sua postura, mesmo que não veja diferença na receptividade do recrutador. </span></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Se continuarmos agindo porque o outro "também age assim", a minha versão vai sempre fazer mais sentido que a sua e nós dois sairemos perdendo.</span></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-17589665272722403172017-09-05T08:56:00.000-03:002017-09-05T08:56:10.326-03:00Novos pontos de Vista<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin-bottom: 15px; margin-top: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">“<span style="background-color: #fafafa; text-align: start;">Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez</span>.” Thomas Edison.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No último sábado em São Paulo, a Globo News, através da sua iniciativa <a href="http://www.globonewsprisma.com.br/">Prisma - Novos Pontos de Vista</a> - fechou metade do quarteirão de uma rua na região de Pinheiros, fez parceria com quatro <i>co-workings</i> e trouxe centenas de experiências gratuitas ao público, em forma de conversas, debates, palestras e oficinas, realizando um espetacular <a href="http://www.globonewsprisma.com.br/programacao">festival de Empreendedorismo e Inovação</a>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Por sorte, apesar de eu ter me inscrito apenas em quatro conversas, em algumas sessões coloquei meu nome na fila de espera e consegui entrar, podendo participar de momentos-surpresas, para os quais não havia planejado: melhor impossível!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ouvi as jovens Ana Carolina Freitas e Giane Brocco falarem das pesquisas e aprendizados que têm adquirido com a <b>biomimética: "A ciência que se inspira na natureza para argumentar a funcionalidade de produtos e de tecnologias"</b>. Ao lado do professor-doutor Wilson Nobre, discorreram sobre o mundo atual da abundância e sobre a urgente necessidade de nos conectarmos com a natureza, respeitando-a e aprendendo com ela, ao invés de explorá-la. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Dentre alguns exemplos incríveis, mostraram, a partir de uma experiência de observação da proliferação de um fungo em flocos de aveia, que pesquisadores no Japão "<span style="background-color: white; letter-spacing: 0.3px;">capturaram os mecanismos-chave necessários para o fungo conectar suas fontes de alimento de uma forma eficiente, para construírem </span><span style="background-color: white; letter-spacing: 0.3px; text-align: start;">redes de comunicações e transportes mais seguras, mais eficientes e mais custo-efetivas, a partir das rotas traçadas pelo fungo".<b>*</b></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; letter-spacing: 0.3px; text-align: start;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; letter-spacing: 0.3px; text-align: start;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Depois, em duas apresentações energizantes sobre <b>Cidades Inteligentes</b>, a jornalista Natália Garcia e o arquiteto e urbanista Washington Farjado falaram sobre uma nova perspectiva em se atribuir inteligência nas cidades, excluindo a tecnologia como uma ferramenta fundamental para que a melhoria aconteça, trazendo exemplos de mudanças ocorridas em diversos contextos, de Veneza na Itália, a Portland nos Estados Unidos, passando por Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo. Neste, especificamente, fiquei abismada em saber que três milhões de pessoas se deslocam diariamente entre a zona leste e o centro de São Paulo - imaginem movermos um Uruguai todos os dias? - e, meu novo prisma, ao final, foi passar a pensar sobre como vivem os refugiados da nossa própria experiência urbana, tão pouco humana.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; letter-spacing: 0.3px; text-align: start;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; letter-spacing: 0.3px; text-align: start;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">As duas participações seguintes foram as de bônus!: <b>"Esgoto para beber: a água de reúso potável é uma ótima solução para a crise hídrica mundial. Mas precisamos filtrar o preconceito"</b>, com Eduardo Pacheco, atual diretor-técnico do portal de tratamento de água, que também mostrou, inclusive no Brasil, parcerias público-privadas que têm feito do esgoto água para beber.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; letter-spacing: 0.3px; text-align: start;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; letter-spacing: 0.3px; text-align: start;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Todas estas atividades foram no <a href="http://saopaulo.impacthub.com.br/impact-hub-pinheiros/">Impact Hub</a>. Dali segui para o <a href="http://ahoyberlin.com.br/home/">Ahoy Berlim</a> para tentar a sorte - que me atendeu - e assistir ao painel <b>"Negócios de impacto social: quando lucro é resultado do bem que você faz ao mundo"</b>, em que o meu novo olhar foi para ações voltadas aos direitos da criança e do adolescente, principalmente através das iniciativas do <a href="http://www.erelab.com.br/">ErêLab</a> - que eu particularmente não conhecia e amarrou bem a prática com a teoria do que é empreender socialmente.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; letter-spacing: 0.3px; text-align: start;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; letter-spacing: 0.3px; text-align: start;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">De volta ao QG, a cereja do bolo foi o painel <b>"<i>Unschooling</i>: a escola revolucionária que educa para o futuro"</b>, intermediada pelo jornalista André Trigueiro e apresentado por Leandro Herrera, fundador da startup de educação Tera, "</span></span><span style="background-color: white;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">que utiliza um método inovador de ensino baseado em projetos para formar uma nova geração de líderes em design, tecnologia e negócios na era digital" e pelo maravilho mestre José Pacheco, criador da Escola da Ponte, "u</span></span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: white;">ma escola sem séries, sem prova, sem “aula” e focada na autonomia e protagonismo do aluno". </span><span style="background-color: white;"> </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: white;">Dentre as várias perspectivas que eles trouxeram sobre o papel da educação e sobre o movimento contrário a ela que infelizmente as políticas públicas do Brasil adotam atualmente, a mais impactante para mim, que, utilizando as palavras do André, me "descortinou as ilusões", foi a da perversão do discurso que se há <i>versus</i> a pobreza das práticas e a obscenidade do silêncio dos pedagogos que são utilizados como objeto e não sujeito.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: white;">Sobretudo, que a curiosidade é a matéria-prima da aprendizagem e que sem o exercício de gerar significado, para atribuir vínculo, nenhuma forma servirá!</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; letter-spacing: 0.3px; text-align: start;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ao final de tantas horas com incontáveis exemplos positivos, escolher a sua inquietação e tentar resolvê-la parece mesmo ser invencível. São anos e anos de esforço, sacrifício, mas sobretudo, de vivência de legado que se quer deixar no Brasil e, quem sabe, no mundo.</span></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; letter-spacing: 0.3px; text-align: start;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; letter-spacing: 0.3px; text-align: start;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Fico extremamente feliz por uma organização como a Globo fomentar isso e colocar luz ao que não é sombra. </span></span><span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; letter-spacing: 0.3px;">Ao final dessa semana, o próprio canal da GloboNews deve exibir um programa especial sobre o que foi o festival. Caso você não tenha participado, sugiro se organizar para assistir: quanto mais inspiração as pessoas se permitirem sentir, mais pessoas vão acreditar que a mudança que querem ver começa mesmo na transformação de si.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "verdana" , "arial" , "tahoma" , "helvetica"; font-size: 12.8px; letter-spacing: 0.3px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; letter-spacing: 0.3px; text-align: start;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="background-color: white; letter-spacing: 0.3px; text-align: start;"><b>*</b></span><span style="letter-spacing: 0.3px;">http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=fungo-supera-engenheiros-projeto-redes&id=010180100209#.WayEXciGPIU</span></span><span style="background-color: white; font-family: "verdana" , "arial" , "tahoma" , "helvetica"; font-size: 12.8px; letter-spacing: 0.3px;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "verdana" , "arial" , "tahoma" , "helvetica"; font-size: 12.8px; letter-spacing: 0.3px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "verdana" , "arial" , "tahoma" , "helvetica"; font-size: 12.8px; letter-spacing: 0.3px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "verdana" , "arial" , "tahoma" , "helvetica"; font-size: 12.8px; letter-spacing: 0.3px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-68855508957327584182017-08-29T07:43:00.001-03:002017-08-29T08:03:51.945-03:00O mito de que atrair e selecionar resolve<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">"O esquecimento sistemático do antigo é um e o único meio de forçar o novo." Peter Drucker</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A gente sabe que está essa falação sobre propósito, sobre os jovens se motivarem por fatores extrínsecos diferentes dos habituais ofertados pelas políticas de RH, principalmente das grandes organizações.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A gente sabe que boa parte da responsabilidade de atrair, selecionar e reter os tais talentos recai sobre o RH.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E a gente sabe que, por mais que se fale muito também sobre o papel da liderança em deixar de mandar e passar a inspirar, desenvolvendo as pessoas, ainda não aprendemos a trabalhar com os rebeldes: nem líderes, nem RHs - e estou sendo literal mesmo: segundo o dicionário, rebelde é "o que ou quem não se submete, não acata ordem ou disciplina; insubordinado".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não é uma apologia ao anarquismo, mas uma tentativa de compreensão, provocativa, sobre o que de fato queremos - pessoas e organizações - seja no papel de líder ou de RH.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tenho, felizmente, conhecido profissionais genuinamente interessados em transformar positivamente a forma como conduzem uma experiência voltada a resultados de negócios, que pragmaticamente colocam o "humano no centro de tudo" e propõem soluções integradas à aliviar as suas dores, não sendo superficiais em apenas promover pontuais prazeres.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nestas minhas trocas e experiências, percebo empresas de verdade, porque são feitas de pessoas de verdade, no exercício do desapego e do interesse em construírem um legado e uma entrega coerentes com a promessa que fizeram ao longo do encantamento da atração e da seleção.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Histórica e culturalmente, o RH tende a valorizar o "politicamente correto", mas as pessoas hoje que incomodam nas organizações - e não limito este papel apenas aos jovens - são as que provavelmente farão a diferença - e aquelas que não encontrarem espaço, apoio e condição real de quebrar o <i>status quo</i>, serão aquelas que não se sentindo adequadas sairão para montar as empresas que estão mudando o mundo e que poderão, inclusive, quebrar ou incomodar ainda mais as organizações que conseguiram tê-las, mas não aproveitá-las.</span></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Por outro lado, mesmo que se tenha um RH não tão apegado à zona de conforto do não risco, ele pouco conseguirá influenciar se a liderança apenas reclamar do rebelde e não se dispuser a lidar com ele, mesmo que tenha razão sobre os defeitos dessa insubordinação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A questão, ao meu ver, é que ter cada vez mais consciência de que uma escolha que traga mais prosperidade a longo prazo, mesmo que menos prazer a curto prazo e que exija dos influenciadores da organização que também quebrem o próprio <i>status quo</i> e se assumam inábeis para lidar com muitos dos desafios atuais, a começar por desenvolver os rebeldes, é uma das mais importantes escolhas, fazendo-se entender de que a fuga da dor de hoje é evitar a conquista do prazer e da satisfação da perpetuidade dos negócios ao longo do tempo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E é por isso que escolher é libertador: mais do que decidir é bancar a decisão de ter que arduamente desenvolver essas pessoas, porque a meta de atrair e selecionar não é sustentável para ninguém: nem líderes, nem RHs - e não há outra forma de fazer, senão reaprender e se permitir para algo novo: bem novo!</span></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-45262097823091390782017-08-22T12:42:00.000-03:002017-08-22T12:42:36.959-03:00O vazio preenchido do deserto - o último<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa; color: #333333;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">Não vês que somos viajantes?</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">E tu me perguntas:</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333; text-align: start;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">Que é viajar?</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333; text-align: start;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">Eu respondo com uma palavra: é avançar!</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333; text-align: start;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">Experimentais isto em ti</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333; text-align: start;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">Que nunca te satisfaças com aquilo que és</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333; text-align: start;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">Para que sejas um dia aquilo que ainda não és.</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333; text-align: start;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">Avança sempre! Não fiques parado no caminho.<br />Santo Agostinho.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa; color: #333333; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 16px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Depois do banho, voltamos à rua Caracoles no início da noite para tentarmos agendar os passeios que nossos colegas haviam sugerido - Flamingos! - e foi uma correria só, porque também gostaríamos de fazer as Termas Puritama, um oásis de cachoeiras (quedas d'água, na verdade) e oito piscinas que têm a temperatura da água entre 28oC e 35oC; e as agências estavam fechando: nossa dúvida era se fazíamos os Flamingos de manhã e as Termas à tarde, o que não era recomendado, porque apesar da água ser quente, o sol só bate de manhã; ou seja, sair das piscinas seria no mínimo corajoso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Como não queríamos abrir mão dos Flamingos, decidimos que não havia muito o que pensar e logo fechamos os <i>tours</i>, jantamos por ali num lugar delicioso, que ficaria por horas, mas o <i>transfer</i> nos buscaria entre 6:30 - 6:45 e acordar naquele frio matinal seria um suplício: ou seja, nada de segunda garrafa de vinho, muito menos ouvir a segunda banda. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A chegada até o Parque Nacional dos Flamingos foi tranquila, demorou uma horinha, se não me engano, mas descer da van foi difícil: fazia grau negativo e ventava, ventava, ventava. O guia preparou café da manhã para o nosso grupo, com um pão delicioso, mas mal conseguia ficar do lado de fora: em poucos minutos voltei para a van e desejei um cobertor, quando olhei pela janela e vi a Amanda lá longe, tirando fotos da Lagoa de Chaxa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Confesso que demorei um tempo até criar coragem para sair e encarar o frio para desfrutar de todo aquele oásis inacreditável, ainda sem flamingos, que são as lagoas no meio do deserto de sal. Andamos por horas pelo parque e nos surpreendíamos a cada parada que explicava a formação daquelas lagoas: toda a água é proveniente do degelo das Cordilheira dos Andes e como ela escoa por vias subterrâneas, carrega muitos minerais, que deixam o deserto mais acinzentado do que branco. Isto, no contexto de um céu azul celeste, com o rosa dos flamingos e o branco de outros pássaros, nos fez n'algum momento sentar e contemplar, por muito tempo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O frio já não incomodava mais e também já era hora de partir: seguimos com o grupo para a comunidade de Toconao, que embora já havíamos ido, o guia nos dissera que faria outros pontos de parada. Já na pracinha do povoado, entramos numa igrejinha linda, acolhedora, que ainda guarda ruínas da construção original, de 1744. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Dali, demos uma volta para conhecermos os trabalhos das artesãs locais e, aos poucos, começarmos o rito de despedida daquela viagem incrível, com muita conexão com a natureza e o espírito do tempo, de tantas épocas distintas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Quando voltamos à São Pedro o relógio já passara das 13h e Amanda e eu nem pestanejamos outra solução para o almoço, que não as maravilhosas empanadas do Café Esquina, já que o <i>transfer</i> para as Termas sairia as 14 horas - para nossa surpresa o passeio só tinha nós duas e, segundo o motorista, "não é comum ir às Termas à tarde. Lá faz muito frio, quando sai da água. Melhor ir de manhã".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Amanda e eu já estávamos de biquíni e achei, ingenuamente, que, chegando, só me bastaria tirar os casacos, térmica, cachecol, gorro, luva para "tomar um sol": fria ilusão - a coisa é tão séria de "não ir à tarde", que o ingresso às termas é o dobro do valor, se você vai de manhã; ou seja, passar frio é uma espécia de promoção (<i>risos</i>).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Mais uma vez, não tínhamos o que fazer, senão ir: e que ida! Que lugar maravilhoso! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A estrada em si vale a pena pela paisagem e pelo frescor do vento e do cheiro tão diferente de qualquer outro clima ou ambiente natural.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Meu coração já palpitava, sentindo que estava acabando.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Os 800 metros de trilha até chegar às piscinas são de um verde com bege harmônicos e, lá debaixo, ao olhar para cima, me dei conta, de novo: "Estou num oásis no meio do deserto!".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Depois de lermos várias informações distintas sobre as piscinas, Amanda e eu optamos por entrar na mais quente e ficar nela, sem trocarmos uma e outra, para não corrermos o risco de desistir na primeira rajada de vento - e entrar não foi difícil: em segundos tirei os quilos de roupa roupa e pulei - relaxante e mágica a experiência.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Talvez duas horas tenham se passado, quando decidimos sair. Eu fui primeiro, a toalha já estava bem rente à borda das pedras que nos servem de escada: inacreditável e indescritível o frio! Nada comparado ao <i>tour </i>astronômico, ou à espera do amanhecer dos Flamingos. Eu não sentia nada, apenas meus ossos se contorcerem. A dor do gelo do frio era tamanha, que quando a Amanda saiu, mal podia mexer os braços para pegar a mochila e o tênis dela. E ainda tínhamos a máquina. E a minha mochila. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />Trêmula, com meus lábios roxos e, parada, sem conseguir me mover, só consegui dizer: "corre, vai para o banheiro!". Mas a Amanda só ria, de dor e nervoso. A gente não conseguia se mexer. Ficamos, as duas, curvas, quase em posição fetal, tremendo, querendo rir e chorar. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não sei como, muito menos da onde, me veio uma força, transformei a energia em calor, dei um passo para frente, e outro. Peguei a minha mochila. A dela. A máquina. Meu tênis. Faltava o dela. E eu só consegui dizer, tremendo, "vem, vamos".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />Dali para frente deu branco.<br /><br />Só me lembro de, já no vestiário, eu pular e gritar "puta-que-pariu-que-frio-da-porra-vou-morrer-relaxa-o-caral**".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Pânico. De-ses-pe-ra-do-ra a sensação. Quando enfim me vesti e me sentei para calçar o tênis, eu só conseguia pensar: "meia, eu te amo! Você é a melhor invenção de todos os tempos!". Por uns cinco minutos, sentada, em silêncio, mesmo com o cabelo molhado, eu finalmente pude sentir o impacto das águas termais no meu corpo e relaxar, com os pés, o corpo e o coração quentes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ao sairmos e, enquanto subíamos a trilha de volta, eu só conseguia agradecer ao universo por ter construído aquilo tudo e por nos meus extremos me lembrar dos meus limites e, sobretudo, da coragem em superá-los: toda dor vale a pena!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">De volta a rua Caracoles, no fim do dia, admiramos mais um por do sol. Brindamos com um clássico Carmenere e voltamos à pousada para esperar a van que nos levaria de volta à Calama.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Apesar da estrada me parecer conhecida, era eu quem precisava me reconhecer depois de tantas novas experiências e novas descobertas sobre mim mesma e minha relação com este mundo, vasto mundo.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt4AvXM5XxZ-8HVQGL2zrGcjPRtMSY5neUgUOw1Aq9G0Bv1qJx0RzlpBNvkhQbVC6J5ggpLzfZ3IM-agefZp4WhEkPwm4Uy3BvuO8IumSLuy09ZVnXmQZJDe5Bpm3HiwX8DuxTlzsuSz8/s1600/IMG_1159.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt4AvXM5XxZ-8HVQGL2zrGcjPRtMSY5neUgUOw1Aq9G0Bv1qJx0RzlpBNvkhQbVC6J5ggpLzfZ3IM-agefZp4WhEkPwm4Uy3BvuO8IumSLuy09ZVnXmQZJDe5Bpm3HiwX8DuxTlzsuSz8/s320/IMG_1159.JPG" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-40598640655081273852017-08-15T07:08:00.001-03:002017-08-20T13:28:40.356-03:00Um forte de ruínas no Deserto | parte IV<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; margin-bottom: 10px;">
<div style="color: #222222; height: 0px;">
</div>
<div style="color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">"O caminho é o que importa, não o seu fim. Se viajar depressa demais, vai perder aquilo que o fez viajar." </span><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">(Louis L'Amour)</span></span></div>
<div style="color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><br /></span></span></div>
<div style="color: #222222;">
<span style="background-color: transparent;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="color: #222222; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Andamos pela rua Caracoles, entramos em ruelas que ainda não tínhamos ido, voltamos às lojas de câmbio, considerando trocar mais dólares por pesos chilenos, avaliando uma possibilidade de fazer um passeio de balão, se esgotássemos todas as rotas alternativas nos próximos dias.</span></span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Já era quase início da tarde quando nos lembramos de termos visto uma casinha com a placa de "central de informação ao turista" na praça principal - e única. Fomos até lá e perguntamos o que poderíamos fazer, além daquilo que tínhamos feito.</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />O atendente reforçou "todo lugar <i>cerrado por la nieve</i>", falou da ida de <i>bike</i> ao <i>Vale de la Muerte</i> e, quando estava prestes a desistir de trazer algo novo para nós, perguntou: "O Pukará de Quitor, vocês também já conheceram?".</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- Opa! Este não! - olhei para a Amanda.</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ela pediu para que ele nos mostrasse no mapa: "vai que" havíamos entendido errado o <i>portunhol</i> dele.</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />De fato, não havíamos ido, mas nos animamos ainda mais quando ele disse que deveríamos ir a pé. Segundo ele, e mostrando no mapa também desproporcional, "3km do centro de São Pedro até lá".</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />Embora nossas pernas ainda doíam da pedalada do dia anterior, havíamos dormido bem, o café da manhã fora novamente mega reforçado. </span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Na saída da Caracoles, olhamos para a direita e passei a seguir às coordenadas da Amanda: sou péssima para mapas! e ela disse com muita segurança: "depois daquela direita, é só seguir reto".</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E foi. Mas por um bom tempo sentimos dúvidas sobre o caminho pelo qual caminhávamos, já que não havia placa e todas as referências do mapa desproporcional mais nos irritava ou confundia do que ajudava.</span></div>
<div style="background-color: white; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; widows: 2;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /><span style="color: #222222;">Quando enfim chegamos à entrada do Pukará e pagamos alguns pesos, que não me lembro quanto, mas acho que fora o passeio mais barato até então, não parecia assim ser grandes coisas. Ao longo da caminhada pelo Forte, descobrimos que era uma construção do século XII, realizada para proteger o povo </span><span style="color: #222222;">atacamenho</span><span style="color: #222222;"> de invasores de outros lugares da América do Sul, por ser um lugar estratégico em termos comerciais, principalmente por estar sobre o Rio Grande e, portanto, por gerar uma riqueza à época, via cultivo, incomparável às demais da região.</span></span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />Aquele dia fazia sol e calor e quando terminamos de andar pelas ruínas, achando tudo meio sem graça frente tanta beleza já vista, sentamos e pudemos avistar São Pedro bem de longe. Eu mesma só pensava sobre tudo o que tinha lido e as guerras que por ali aconteceram, pouco mais de 700 anos antes.</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />Ao pegar o celular para tirar uma foto, vi que estava sem bateria. Pedi o da Amanda emprestado - sem bateria. E isso acontecera várias vezes com o meu - desligar, do nada - com o dela havia sido a primeira vez e naquele momento apenas lamentamos não podermos tirar foto, já que a máquina, mais pesada, havíamos deixado no hotel, sabendo que caminharíamos com tanta coisa no lombo.</span></div>
<div style="background-color: white; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; widows: 2;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /><span style="color: #222222;">No meio da tarde, na descida para </span><span style="color: #222222;">sairmos</span><span style="color: #222222;"> do Pukará e pegarmos a estrada para a cidade, vimos um pessoal no alto de uma outra montanha. Sem placas ou orientação no mapa do próprio Forte, fomos andando no sentido daquela gente e achamos uma bifurcação. Começamos a subir, sem saber para onde. Seguíamos um fluxo de percepção, não de pessoas.</span></span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />Sem relógio ou celular, não fazíamos ideia do tempo. Num determinado momento do caminho, avisto um casal descendo. A mulher um pouco mais à frente do homem. A mulher passou por mim. Quando ela passou pela Amanda e eu passei pelo homem, <i>tcharam</i>!, nos conhecíamos de São Paulo: era um casal que trabalhara na mesma consultoria que a gente.</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />Ufa!</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />Papo vai, papo vem, eles nos disseram "Subam! Vale muito a pena! A vista é demais (...)!".</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Depois de falarem um pouco daquele percurso, trocamos informações sobre o que haviam feito e o que ainda fariam. Falamos do "<i>cerrado por la nieve</i>" - uma pena! </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Dentre as trocas, eles ainda não tinham ido ao Tour Astronômico e falamos bastante do frio - depois pensamos que os assustamos demais, mas melhor passarem calor (e duvido que tenham passado), do que frio - e eles nos falaram dos Flamingos - que ninguém nos tinha dito: nem os atendentes das agências, nem o gente boa da casinha de informação ao turista (mas se ele não nos avisou que dentro do Pukará tinha uma trilha para algo mais significativo, quiçá sobre passeios fora do <i>script</i>!).</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />Definitivamente empolgadas para então subir todo aquele caminho, que na verdade não acabava nunca, eu mesma pensei em desistir várias vezes:</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">1) Não cruzávamos com ninguém por horas - ou talvez minutos e estar sem relógio era só afobação indevida;</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">2) Nossa água estava acabando;</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">3) Precisava muito fazer xixi;</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">4) Não tínhamos comida;</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">5) Sabíamos que seria bonito, mas tínhamos dúvida se a beleza valeria a pena;</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">6) Queríamos desistir, mas depois pensávamos que poderíamos nos arrepender, ao chegar em São Pedro, <i>dar um Google</i>, e ver que era a vista mais bonita da vida!;</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">7) Tínhamos medo de anoitecer e ficarmos sem lanterna para voltar;</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">8) Mal estávamos próximas de chegar ao topo e já pensávamos que depois de subir, tínhamos que descer e caminhar os 3km até a cidade;</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">9) O fôlego parecia ser pouco, para tanto!</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />Enfim. Mar de conflito mental. Mas enquanto tínhamos dúvida, caminhávamos.</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Quando eu realmente pensei em desistir, porque já desacreditava que havia qualquer fim, avistamos um garoto, descendo:</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">- São quatro horas da tarde. Mas em cinco minutos vocês chegam!</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />Pensei: "Cinco minutos? Bom, ou é cinco minutos - e sei lá como vou saber se já se passaram cinco minutos - ou vou embora!".</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />A Amanda disse, rindo: "Agora eu vou até o fim. Se quiser me espera aí".</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />Finalmente, chegamos!</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />Uma pena que não tenhamos registro dessa vista.</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />Eu ainda só pensava em controlar o xixi e a sede e a fome e o <i>stress</i>. E consegui desfrutar, somente depois que li numa placa que ali, no alto de todos os desertos que já havíamos visitado - de terra, sal, neve e tudo isso misturado - havia uma cruz em homenagem a todos aqueles que foram mortos e torturados em barbáries, cujo genocídio indígena provocado por espanhóis só fora reconhecido em 1984, quando fizeram do Pukará um Monumento Nacional de valorização à vida e de reconhecimento público da história que os envergonha, mas que deve ser lembrada, para não ser repetida.</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />Alguns minutos depois - ou muitos minutos depois - pouco me importavam todos aqueles meus sentimentos. Me deixei levar pela emoção e energia daquela cruz, daquela história, daquelas ruínas que lá de cima pareciam amontados de pedras desorganizados, mas que guardavam vidas, embora agora todas mortas.</span></div>
<div style="color: #222222;">
<span style="background-color: transparent; text-align: start;"></span></div>
<div style="color: #222222;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br />Não me lembro que hora chegamos, ou o que fizemos. Não registrei o tempo. Não me lembro se cansara demais. Se voltamos bem, sem medo de nos perder. Mas me lembro que adentramos São Pedro antes do anoitecer e que, definitivamente, guardava para o universo que o próximo, e último dia, fosse como todos os outros: um exímio caminhar, enquanto caminhamos.</span></div>
<div style="color: #222222;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbE_2jarevJSvSJkJmUjRlOOQQU_5su3dNc77xDLHHNr491mjmHhb63pyvho_-qs2Ia5rCKnEho5oP7BWBNCz3Pg8BWulIn5eCGCjVrna-dNnxJa5vXVy0YrYL3jr1AV3Gcb5K1qpenN0/s1600/19399232_10155187181325907_2731468450064237786_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbE_2jarevJSvSJkJmUjRlOOQQU_5su3dNc77xDLHHNr491mjmHhb63pyvho_-qs2Ia5rCKnEho5oP7BWBNCz3Pg8BWulIn5eCGCjVrna-dNnxJa5vXVy0YrYL3jr1AV3Gcb5K1qpenN0/s320/19399232_10155187181325907_2731468450064237786_n.jpg" width="240" /></a></div>
<div style="color: #222222;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: small;"></span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"></span></div>
</div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-45594961469065805212017-08-08T09:17:00.000-03:002017-08-08T09:17:18.323-03:00Marte fica na Terra - Atacama | parte III<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small; text-align: justify;">"A </span><span style="background-color: #fafafa; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small; text-align: justify;">persistência é o caminho do êxito". Charles Chaplin</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">
</span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No nosso terceiro dia, pelo roteiro original, estaríamos no <i>Salar de Tara</i>, uma das paisagens mais lindas do Atacama - segundo nos disseram e lemos - mas como tudo ainda estava "<i>cerrado por la nieve", </i>tomamos um café da manhã reforçado e sem pressa - nada mais agradável do que degustar dos momentos prazerosos da vida, sem se importar com o tempo.</span></div>
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Neste dia, o sol parecia estar mais forte e ventava menos. Assim que viramos a esquina, saindo da nossa pousada, as lojas de aluguel de bicicleta estavam lotadas. Olhei para a Amanda e perguntei "por que, não?". E não que ela tenha resistido à ideia, mas topou com ressalvas por não ser das mais praticantes do esporte.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Esperamos um casal e um grupo de quatro amigas serem atendidos. Eu estava super ansiosa, a Amanda, tranquila no sol.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Um dos rapazes da loja me chamou. Fomos. Pelo <i>portunhol</i> dele, entendemos que nos dariam, além das <i>bikes</i>, "cascos" (adoro essa palavra, mas são capacetes - <i>risos</i>), colete refletor e outras ferramentas, caso precisássemos trocar ou encher pneus - prontamente dissemos que não seria necessário, mas ele reforçou "tem muita pedra". Amanda e eu nos olhamos para um último "será que encaramos mesmo?" e fomos, seguindo um mapa muito mal desenhado e desproporcional, fazer a trilha que nos levaria ao Vale da Morte - ou de Marte; aliás, a lenda é: seria o nome "Morte", porque os burros chegavam cansados da Bolívia, com seus lombos feridos e, ao não conseguirem subir o Vale, caíam no precipício?; ou seria Marte, em analogia à suposta formação do planeta vizinho? Verdades e mitos à parte, em menos de 10 minutos chegamos ao asfalto da estrada que liga São Pedro à Calama e, dois minutos da primeira subida, quem (quase) morreu foi a Amanda: mal respirava - sim, tinha a recente aclimatação, ainda não 100%, mas era falta de preparo mesmo - não que eu seja atleta, longe disso, mas estou mais habituada a exercícios físicos do que ela, claramente. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Para o fôlego, nos recolhemos debaixo de uma cobertura do que seria um ponto de ônibus e eu ria, afoita para continuar, enquanto Amanda deitava no banco, sem condições de falar nada - apenas respirava e bebia um pouco d'água.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não sei quanto tempo demoramos para recuperar as forças e, eu, a convencer a Amanda a continuarmos, até enfim voltarmos ao asfalto e, logo, encontrar uma descida gratificante! Assim que ela acabou, chegamos à entrada do <i>Vale de la Muerte</i> e começamos a pedalar em meio a areia, sal, cascalho e terra batida - uma loucura!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Teoricamente o mapa sinalizava que andaríamos por 3km até chegarmos às dunas de areia em que turistas se reúnem com suas pranchas para praticar <i>sandboard</i>. Paramos duas vezes até chegar neste ponto de encontro e, ao descobrirmos ali um bicicletário, nem cogitamos rolar na areia lá de cima, mas estacionar as <i>bikes</i> e continuar o próximo 1km a pé, como algumas pessoas haviam sugerido.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Olhando lá debaixo, chegar até o topo do Vale parecia moleza - para quem pedalou quase 4km, trabalhando as pernas em fazer as rodas girarem nos cascalhos sem que caíssemos, caminhar não aparentava sufoco: ledo engano - e dessa vez que bufou fui eu: mal respirava! Nossa água estava no fim. Meus pés afundavam na areia. A Amanda estava ótima: muito confortável e feliz fora da bicicleta. Agora ela ria. Pensei em desistir, porque quanto mais próximo parecia a casinha em cima do Vale, mais longe ela ficava do acesso. Eu só conseguia pensar: "Paro ou continuo? Por onde vamos subir? Não vejo escadas. Vamos escalar?". A Amanda ria. Às vezes passava à minha frente, tirava zilhões de fotos e, quando eu chegava perto dela, prestes a desmaiar e, ela agora com a mochila nas costas, ela dizia "quer parar? Mas tá quase". Esse desafio era um incentivo. Imagina! Havia chegado até ali, ia parar? E fui. E fomos. E parava. Faltava ar. E subíamos, subíamos, subíamos. Não havia ninguém no trajeto conosco. Às vezes eu até duvidava se o topo existia mesmo ou se não era miragem. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Quando, num momento de fôlego, olhei para trás e vi o tanto que já tinha caminhado, senti orgulho - e duvido que era só 1km! Mediram errado. Não pode. Corro muito mais que isso - na esteira (risos)! As dunas de areia pareciam um pudim pequeno. Nem via mais as pessoas, nem tão pouco suas pranchas coloridas. Incrível aquela imensidão. A beleza dava a energia que faltava. Subimos, subimos e, numa bifurcação, viramos a esquerda para subir ainda mais e chegar ao topo: </span>"Vamos Babi, 'tá quase". Era quase uma escada. Primeiro o pé direito, subo, caio com as mãos no chão. Um pé de cada vez. Um degrau por vez. Chegamos!</span></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">
</span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Inenarrável a descrição da paisagem, com o<span style="background-color: white; text-align: justify;"> cânion que termina bem em frente ao vale, onde a vista de todo aquele terreno árido, alaranjado e irregular e suas enormes dunas de areia tomam conta de tudo. Se Marte for assim, Marte é lindo! Que "<i>muerte</i>" que nada. O vale é vida. Não tem passarinho, nem flor, nem plantas, nem água, nem nada. Mas é vida. Quando sentei, agradeci novamente. Respirei fundo, numa mistura de buscar fôlego com suspirar de emoção. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: white; text-align: justify;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: white; text-align: justify;">Não sei por quanto tempo ficamos ali. A nossa água acabara de vez. Não havíamos levado nada para comer, eu acho. Mas ali em cima, não necessitava de absolutamente nada, apenas de permitir a consciência sobre meu corpo e sentidos.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A Amanda andou por lá. Não quis sentar. Sumiu. Mas nem dei notícia - só reparei quando ela voltou dizendo "a vista do outro lado é foda também". Mas eu não quis ir. Estava muito feliz com meu planeta. Com aquela vista. Tirei meus tênis. A meia. Deixava o vento circular. Deitei. Me sujei, mas quem se importa? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Era hora de voltar. Parecia que ia anoitecer. Cogitei esperar o pôr-do-sol ali, mas encarar os 3km de </span><i style="background-color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">bike</i><span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> dentro do vale, mais uns 2km de asfalto, até chegar, não seria muito oportuno. Decidimos então nos despedir. Difícil. Não queria parar de ver aquela paisagem. Mas precisávamos descer. Descemos, eu afundando a cada passo, e a Amanda voando como passarinho, quase que em silêncio. Só voltamos a nos falar mesmo na hora de pegar as <i>bikes</i>, colocar os coletes e os cascos. A gente não tinha água. Dali em diante só precisávamos seguir em frente e chegar; sem muita pressa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">De volta a São Pedro, com as pernas literalmente bambas, um cansaço feliz, resolvemos pelo almo-janta de imediato, sem banho, para prolongar o sentimento de ter ido à Marte.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Brindamos "<i>a la nieve</i>" por ter caído e por ter feito do nosso plano B, o plano A.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.8px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnpHD5PJpxbl3HqvE2-wCMwbUf93vyNFMpxG8lYkSUHAGOBnNlRLLtxvLg6JvfqEFCg4JUe4TFV-MYqIdkjD2ubSvHZKAp3aB9HDB93lOx26fLIXL3gBUsgYGWX5UcDQTv4VYl3xik8lY/s1600/IMG_4716.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnpHD5PJpxbl3HqvE2-wCMwbUf93vyNFMpxG8lYkSUHAGOBnNlRLLtxvLg6JvfqEFCg4JUe4TFV-MYqIdkjD2ubSvHZKAp3aB9HDB93lOx26fLIXL3gBUsgYGWX5UcDQTv4VYl3xik8lY/s320/IMG_4716.JPG" width="320" /></a></div>
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Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8156701546816120175.post-6729818353953402192017-08-01T09:13:00.000-03:002017-08-01T09:13:41.490-03:00Dos desertos do Atacama | Part II<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fafafa; color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">"Sou feito das ruínas do inacabado e é uma paisagem de desistências que definiria meu ser". Fernando Pessoa</span></div>
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<span style="background-color: #fafafa; color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Parecia que o frio da noite anterior não havia passado. O <i>tour </i>astronômico vale muito a pena, mas não conseguimos ficar as duas horas completas: às 21 horas já fazia -6oC e apesar de estarmos com roupas apropriadas, vestidas com nossas térmicas, luvas, gorros e meias, o vento era cruel e parecia nos cortar, misturado com o ardor do tempo seco. </span></span></div>
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<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
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<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ao longo dos quase 60 minutos em que aguentamos de pé, observamos a maravilha das constelações e as histórias narradas sob a perspectiva de cientistas, que sabem também usar de poesia e sensibilidade para desenhar, junto com a gente, através de <i>lasers</i> apontados no céu, o conjunto bilenar de estrelas. </span></span></div>
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<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
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<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Logo depois que vimos os anéis de saturno, aparentemente tão próximos de nós, cedemos e buscamos abrigo. Aos poucos os demais turistas foram se rendendo ao frio e, quando nos reunimos novamente, fomos acalentados com um delicioso chocolate quente, que mais bem-vindo pelo sabor, foi para aquecer as mãos quase congeladas. </span></span></div>
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<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Naquela manhã, então, acordamos bem cedo para conhecer o Vale do Arco-íris, que fica na Cordilheira Domeyko, formada há 150 milhões de anos, e que divide a paisagem com o Deserto de Sal e a Cordilheira dos Andes - visual da estrada totalmente diferente dos outros dias: montanhas avermelhadas, polvilhadas levemente pelo branco rústico e delicado de neve com sal.</span></span></div>
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<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #222222;">Apesar de ainda estarmos sob o efeito do frio como se tivéssemos dormido no <i>freezer</i>, esperando o vento gelado perder força pelo sol que acordava, a caminhada pelo Vale é bastante agradável, e embora a nossa guia trouxesse explicações muito técnico-científicas para o meu agrado, elas me despertaram para uma admiração </span><span style="background-color: white; color: #222222;">quanto à paixão destes profissionais naquilo que fazem, cada qual na sua forma de contar a história do universo!</span></span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A Lorena, essa nossa guia, às vezes, andando a esmo, se abaixava, recolhia uma pedra e dizia "olha que maravilha essa mutação", e explicava em detalhes as variadas cores num pequeno pedaço milenar do mundo, ali, na palma da mão. </span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="color: #222222;">Naquele Vale, conheci a p</span><span style="color: #222222;">lanta <i>rica-rica</i>, famosa por ser curativa quando utilizada como chá e por dar um sabor especial ao famoso <i>drink</i> <i>pisco-sour</i>. Em meio a vento, ventania e um sol que tentava esquentar, discreto no céu azul sem nuvens, andamos por r</span><span style="color: #222222;">ochas plutônicas e vulcânicas, sendo que a mais "nova" tinha mais de 5 milhões de anos!</span></span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Numa bifurcação de paredões coloridos, Lorena sugeriu que sentássemos e fizéssemos um minuto de silêncio, em que cada um escolhesse pelo que calar. Todos consentiram. Foi a escuta mais profunda do silêncio que tive em toda a minha vida; rezei o Pai Nosso, agradeci e contemplei por estar num lugar que se constrói e se reconstrói a cada partícula de vento. Ao sinal sonoro, suave, da Lorena, para nos despertar daquele momento, nos demos conta de que mais de dois minutos haviam se passado e que poderíamos nos calar por muito mais tempo, num verdadeiro exercício de pertencer.</span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Dali, fomos conhecer alguns Petroglifos, quando logo depois da segunda arte rupestre identificada - lhamas aparentemente "correndo" - um rapaz que estava no nosso grupo urrou de dor: havia torcido o joelho na passagem de uma pedra para outra. </span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Prontamente as pessoas se mobilizaram para chamar o motorista da <i>van</i> que nos aguardava num estacionamento distante, outras pegaram neve à beira da montanha para tentar aliviar o inchaço imediato, enquanto outras pessoas davam-lhe apoio para andar, já que não conseguia mais pisar no chão. </span></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />Daquele grito em diante, as pinturas de 2.000 a.C e, mesmo as mais novas, de 500 a.C, se tornaram pouco importantes e só gostaríamos de voltar à São Pedro de Atacama, para que o garoto, que viajava sozinho, pudesse ser atendido, mesmo que com um amparo pontual da Lorena.</span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A vantagem deste imprevisto é que chegamos ao centro da cidade com o tempo muito curto para almoçarmos e, então, pudemos experimentar da incrível "super empanada" do Café Esquina, um restaurante super pequeno na virada da rua Caracoles com a <span style="color: #2e2e2e;">Domingo Atienza: certamente será difícil encontrar uma dessas - com a massa tão leve e fresca e com o recheio tão saboroso - nos lados de cá.</span></span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Renovadas do susto e felicíssimas pela super-empanada, seguimos para o Vale de la Luna; que até aquele dia passara a ser o mais surpreendente: a trilha cansativa, com momentos de caminhada por areia-fofa, que dificultavam as passadas, somado ao fato de estarmos não só no deserto mais alto, como o mais seco do mundo, me fazia perder o fôlego e quase o prumo; até que chegamos à recompensadora vista. Sentei. Deslumbrante! A paisagem em si é uma mistura de dunas de areia, com rochas e ruínas e caminhos que há milhões de anos foram rios e riachos. Sal e neve coabitando, e o por do sol ensaiando para acontecer naquele mar de imensidão, em que nunca esteve pronto, nem nunca estará, reconstruindo-se a cada evento natural - assim como nós!</span></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfdccj8xWy4HD5DjCK8-b6o7ad705qUdpuXyx52p83P17FbPiVxT3BE8mpy8ayCrxCzBT6F-Ma6QUdtUYFN4G2_B5XZCJhMsKdsR_vpYQGkjnogFOTzXaEoFDAcGZHu0De2pCzUeHAJao/s1600/vale_de_la_luna.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfdccj8xWy4HD5DjCK8-b6o7ad705qUdpuXyx52p83P17FbPiVxT3BE8mpy8ayCrxCzBT6F-Ma6QUdtUYFN4G2_B5XZCJhMsKdsR_vpYQGkjnogFOTzXaEoFDAcGZHu0De2pCzUeHAJao/s320/vale_de_la_luna.jpg" width="320" /></a></div>
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<span style="background-color: #fafafa; color: #333333; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 16px;"><br /></span></div>
Babi Teleshttp://www.blogger.com/profile/03044139013252388441noreply@blogger.com0