sexta-feira, 3 de abril de 2009

Capítulo II - A origem da base social

Crença (lat credentia) 1 Ato ou efeito de crer. 2 Fé religiosa. 3 Opiniões que se adotam com fé e convicção. 4 Crédito diplomático.
Michaelis

O Islamismo é a crença sobre aquilo que está escrito e este Livro Escrito (Alcorão) está no céu (entenda pelo conceito de “paraíso”). Assim, tudo está pré-destinado e por isso os islâmicos - neste caso os líbios - não preparam o próprio futuro. Não existe planejamento. De certa forma, esta passividade os abstém de tomarem para si a responsabilidade de qualquer coisa, o que reflete em um claro conflito no direcionamento profissional das empresas ocidentais e, portanto, das pessoas que as compõe.

Em suas práticas de devoção a Deus, os muçulmanos convergem-se perante a Ele, em direção à Meca, cinco vezes ao dia. É uma forma de se mostrarem pequenos e humildes a Alá: deve-se reconhecer o poder Dele sobre os humanos.

As preces acontecem antes do primeiro raio de sol estar visível aos olhos nu e aí se ajoelha duas vezes. O segundo acontece ao meio-dia, quatro vezes. Pelo fim da tarde, quatro vezes. Quando o sol se põe, mas ainda com luz, três vezes. E, por último, quando não há nenhum feixe de luz do sol, quatro vezes.
Ao contrário do que se possa pensar, não há horários exatos para tais preces. A cada prece, o muçulmano prepara-se mental e fisicamente. Não se faz pedido. Apenas agradece e reconhece a devoção do Ser maior: Hoje os estrangeiros reclamam consideravelmente sobre as pausas que os locais fazem durante o dia para rezar. Tudo bem que alguns tiram proveito disso para se ausentarem por mais tempo, mas poucos são os estrangeiros que pensam que pela tradição, costume e religião, os líbios trabalhavam das 7:30 às 14:30, quando então, rezar nunca foi um obstáculo quanto a horas trabalhadas. Nós chegamos e impusemos o nosso horário – e eles é quem estão errados?.

Ainda, o interessante é que tão importante quanto o Sol, se faz a Lua e, por isso, o calendário islâmico é lunar. A Lua é o símbolo do Islamismo e ao seu começo de formação se faz o começo dos meses.
O Ramadan, nosso Setembro, é o mês mais importante para eles. É o mês que data a primeira vez que Mohamed (Moisés) recebeu a revelação de Deus. Era uma sexta-feira e, por isso, é o "Dia Santo", como deveria ser os nossos Domingos: Para mim, o interessante de se descansar em uma sexta-feira e se trabalhar no Sábado e Domingo é pensar que o mundo está sempre aberto para negócios ou qualquer tipo de comunicação.

Enfim, dentre tudo aquilo que forma a base de um muçulmano há cinco pilares que são igualmente importantes e que constróem a vida das pessoas que chamamos de “do mundo árabe”: Para eles, o árabe é a língua mais importante do mundo, porque Alá a escolheu para a escrita do Alcorão, em revelação a Moisés.

Declaração: Moisés é o mensageiro de Deus, que é Alá;
Preces: De acordo com o movimento do Sol;
Caridade: Todos são obrigados a ajudar os pobres e parte do dinheiro vai para Mesquitas como Centros Comunitários que redistribuem o dinheiro arrecadado caso o indivíduo não tenha escolhido uma pessoa, voluntariamente. Isto acontece nos 10 dias que antecedem o fim do Ramadan e a quantia é definida pelo Governo (Hoje é de 10LYD por pessoa – 16 reais);
Peregrinação à Meca: uma vez em vida o muçulmano deve peregrinar à Meca em certeza de purificar-se diante ao que é Supremo;
Jejum: Acontece durante o Ramadan, todos os dias, entre o nascer e o pôr do Sol. Neste intervalo de horário, não se pode ingerir absolutamente nada, nem água. A ação de jejuar tem perdido seu significado nos últimos cinco anos. O objetivo era o sacrifício de focar no espírito das pessoas, abstendo-se de tudo aquilo que dê prazer corporal. Hoje, o Ramadan é uma grande festividade e é o mês que mais dá lucro para os comerciantes. O que não é consumido durante a luz do dia é consumido durante a noite e a madrugada. Por outro lado, as pessoas ficam cansadas, dormem pouco e cumprem diversas obrigações sociais: Acho que é bem similar ao nosso intervalo de Natal e Ano Novo. Muita comida e pouca celebração espiritual sobre aquilo que de fato deveríamos focar.

Um comentário:

Marcelinho disse...

Muito massa entender um pouco mais dessa cultura. Mesmo tão distante, vc consegue nos transmitir detalhes que nos fazem sentir ao seu lado. Lembrei de nossa estadia em Istambul fofa :)
Grande beijo!

*Não adesão à nova regra gramatical.