sábado, 29 de agosto de 2009

Num é que a Malásia é longe?

Desta vez eu tentei buscar informações. Até que li bastante, porque tinha que procurar Hotel. Mas nem assim me senti preparada e, até agora, mesmo estando aqui e já interrogado alguns nativos, como é da minha natureza ser inconveniente, ainda não entendi porque os malaios, embora tenham sido colonizados pelo Reino Unido, são em maioria (64%) muçulmanos!

Antes disso, uma parada para compartilhar o parto até chegar ao Sul da Ásia:

No check-in em Tripoli me fiz, pela primeira - de várias que viriam - a pergunta: "por que não fui ao Brasil de uma vez?". Sendo vôo internacional, minha bagagem poderia ter um peso limite X, que já não me lembro. Sozinha, naquele mundaréu de homem - que Deus me entenda! - o cidadão me diz que tenho que pagar 200 Euros de multa. Isso: du-zen-tos!.

Naquele inglês mais do que enrolado, ele não conseguia explicar e eu, nervosa, não adiantava. Cedi e puxei o cartão de crédito. Que inocência, nem tem sistema! Respirando, um guardinha foi me "guiando" - andando léguas na minha frente, bem rápido - até algo que seria um Caixa Automático 24h para saques. Não funcionou também! Não sei como o homem queria que eu pagasse, sendo que os meus libians dinares já trocados para Euro para a ir à Malásia não davam nem 90. Contrações indo e vindo, um gênio - poderia ter sido o Aladin, para se fazer de príncipe, mesmo que vindo a camelo - pensou em pegar com uma agência do Aman Bank que há dentro do Aeroporto. Respirações em pausa, ui, foi. Não me pergunte a mágica da lâmpada, vale saber que então paguei 353 libians dinares para um excesso que deveria ser somente do meu corpo, nada a ver com a mala - de viagem.

No avião, um susto: quanta gente, meu Deus! Não tinha a mínima idéia de que da Líbia poderiam sair tantas pessoas para o mundo - mesmo que o destino fosse Doha, no Qatar.

Para começar bem, um senhor, tradicionalmente vestido com chapéu e bata longa até os pés, de mangas compridas, era meu companheiro. Até ali, tudo bem, até balbuciar alguma coisa em minha direção: que cheiro! Ho-ho-ho é Ramadã! Avião no céu, tiozinho cochila e cai para qual lado? O meu! E o cheiro? Ahhhh, delícia, imaginem o hálito de alguém há mais de 10h sem ingerir nada: vou pular! Me expremia tanto para tentar tirar aquele ser do meu braço, que achei que por um momento tinha trincado a janela - hahaha, verdade! O tsc me deu um ligieiro suor gelado pelo corpo e pensei que meu peso, talvez, valeria a multa! hahaha. Mas, antes tarde do que nunca, veio o anúncio: hora de quebrar o Jejum! - quase gritei "Handriallah" (graças a Deus em árabe) para que eu tivesse certeza que todos haviam entendido a minha mensagem. Mas só segurei, discretamente, em meu escapulário e rezei, mil vezes, metalmente, o Pai-Nosso, afinal, não queria arriscar a declaração do meu catolicismo fervoroso, principalmente em momentos de alívio pós tensão, em meio todos àqueles muçulmanos, tradicionalmente expostos.

Assim, me acostei direito na poltrona, finalmente, e me preparei para um vinho. Começaria de leve a me relaxar, para que dormisse bem até Doha:

"Não servimos bebida alcóolica, senhora. Temos água, suco...", disse a comissária de bordo.

Ahhhh, que desespero. Dessa vez eu pulei para a asa do avião, lá fora, de maozinha ao vento. Pelo menos o gente boa do vizinho teria um bafo de comida agora, graças. Respiremos, um, dois, respira. Respiremos, um, dois, respira. "Shukran" - obrigada, foi tudo o que devolvi à senhorita.

Então, nunca achei que seria tão feliz ao chegar em Doha: aquilo sim era um Aeroporto, que luxo! Não diria que estava em um dos países árabes em desenvolvimento, a não ser pela ausência de bebida alcóolica nas geladeiras. Estou sedenta por uma cervejinha e vida normal!

Lá mesmo foi incrível ver como as pessoas mudam bem de cara: já se vê muitos asiáticos, muitos!, daqueles típicos com sandália, bermuda, boné ou chapéu (no caso das mulheres), pochete e máquina fotográfica: uma graça!

Meu humor já estava bem melhor, mas não imaginei que demoraria tanto para chegar à Kuala Lumpur que, até agora, não sabe me dizer se estar aqui pode se dizer que se conhece a Malásia ou se caímos naquela de Rio, Paris, Milão e Amsterdã. Vou ficar mais uns dias para tentar achar resposta, enquanto isso, vai mais uma: sendo então a Malásia um país oficialmente islâmico: "Não servimos bebida alcóolica, senhora. Temos água, suco...".

6 comentários:

Te disse...

hahaha mas que caspita!!! que missa pra conseguir um golinho de bebida ein Babi!!!!
aff, mas to sabendo q vc ja matou essa sede! hehehehe
vai mandando notícias ein! =P

Bjão!

Teca disse...

meu!! vc pagou mto pela bagagem.... o que estava levando la dentro??? a magequita???
tem feriado segunda e terca... e vc nao esta aqui... triste!!!
aproveite... beijos

Diógenes disse...

Uai, o Lucas, ex-LCP da @IJ, tá em Kuala!
http://logoali-malasia.blogspot.com/

Talvez vc consiga contato com ele - está online direto ;)

Bjos!

Tassia Corina disse...

Ow, tem uma aieseca da @BH aí na malasia!! Nome dela: Dani Brandao!
Aproveita e traz as fotos! Vê se tira foto né Babes!!!?
Bjs

Mila disse...

ihhhh ..que post bem humorado ! Até lembro dos meus :D
Ri horroresss !!

Saudades diárias !
Tá chegando Babi...tô indo pra casa :D

Anônimo disse...

Passei mal com esse ultimo post...nossa fofa! que situacao! to doida pra voce chegar em BH e tirar fotos com a turma pra ver se eu mato um poquinho a Saudade!
Beijos, Tati

*Não adesão à nova regra gramatical.