domingo, 9 de janeiro de 2011

O dez já virou onze

"O homem é um ser incompleto".

Não sei para vocês, mas para mim, 2010 passou como um feixe de luz por uma fresta na janela, logo no domingo de manhã, quando você quer ver se sai da cama para caminhar ou se continua mais um pouco, porque está nublado. Em segundos, muito acontece e o que era já pode não ser mais. A decisão do que seria muda na mesma rapidez em que você decidiu a anterior.

E no ano em que escolhi voltar para minhas raízes, o que deveria ser não foi. Exatamente. Optei pelo inusitado, quando achava que seria conservadora.

Muito não tem sido como planejado e eu já não acredito que tentar preparar as coisas é a melhor forma de se construir o que quer que seja.

Sem planejamento algum, me tornei algo que mamãe várias vezes me disse que eu era: água - adaptável: onde quer que se coloque, ela toma forma.

Não diria que estou 100% assim em São Luís, mas de fato tenho potencializado as coisas boas e, como todo fluxo de água, sigo em frente, sem parar ou tentar retroceder, até que eu entenda que já desaguei no mar.

Sem agenda, voltei para a casa no recesso e nos 45 minutos do segundo tempo, consegui uma opção bem interessante de reveillon que, independentemente do resultado, para mim, seria voltar ao tempo e resgatar mais uma vez o ponto de partida.

Na alegria em um sítio isolado da civilização, as pessoas falaram de planos, agradeceram por 2010, pelas conquistas.

Lembrei rapidamente que nos então 12 meses, eu havia mudado de país, iniciado uma nova perspectiva de vida em um Brasil que mais uma vez não conhecia; decidido comprar um carro; viajar novamente; mas não havia conseguido o principal da devoção que provoquei a mim mesma na virada do nove para o dez: relacionamento.

Mesmo "de volta", respondi menos a e-mails, não me disciplinei para diminuir distâncias usando a virtualidade do mundo contemporâneo, deixei aniversários passarem e, de fato, vi que não consegui voltar a ser o que sempre fui, com tanta gente reunida.

Na verdade, isso não me preocupa tanto, porque se é assim, pelo tempo ou pela escolha, que façamos o bem.

Mas as pessoas naquele sítio, por duas horas, não se contentaram em listar o que foi e como foi, mas de forma pragmática, se propuseram a finalmente começar com que aconteça de 2011 em diante: dividiram as atividades diárias e os projetos mais complexos e demandados em "roda da vida", para que se cruzem e tenham ligação uns com os outros, para que sejam de fato úteis e importantes, deixando o que é mais superficial para ser gozado em menor tempo.

Eu não estava pronta e nem sei se queria pensar em listas de fazer e não fazer, ser tão imperativa; afinal, saber o que devemos e não devemos é quase óbvio; temos conhecimento; a diferença está em tirar do campo das idéias e implementá-las, de fato.

Me provocaram em pensar o porquê então dessa lacuna: "sei, mas não faço". Ah!, nada disso, "preguiça", como costumo colocar. É um tipo de ação a se tomar que não me motiva.

Assim - e como já concordei com Eckhart Tolle anteriormente, em que "pensar virou uma doença" - parei na parte dos feitos em 2010 e decidi, na virada para o onze, que continue como tem sido: a hora em que eu tiver que decidir o que quer que seja, eu vou: a minha roda da vida não tem linha nem cronologia:

"Mantenha seus pensamentos positivos porque pensamentos tornam-se suas Palavras;
Mantenha suas palavras positivam porque suas palavras tornam-se suas Atitudes;
Mantenha suas atitudes positivas porque suas atitudes tornam-se seus Hábitos;
Mantenha seus hábitos positivos porque seus hábitos tornam-se seus Valores;
Mantenha seus Valores positivos porque seus Valores tornam-se o seu Destino".
(Mahatma Gandhi)

2 comentários:

Tassia Corina disse...

Que 2011 venha cheio de surpresas boas pra voce! E principalmente, que nos traga a oportunidade de um abraço bem apertado, porque eu to com saudades!! Um beijao
Conina

Anônimo disse...

sempre envolvente! beijos

*Não adesão à nova regra gramatical.