sábado, 5 de setembro de 2009

Capítulo à parte - The Truly Asia

Quase morri várias vezes e ainda não entendi como funciona o trânsito em mão-inglesa. Me enrolei até mesmo nas escadas rolantes dos shoppings e parecia uma jacu deslumbrada. Várias vezes gritei - ui! - de susto, quando achava que a pessoa não estava vendo o nosso carro, tranqüila e calma, lendo jornal em um cruzamento e só depois via que tudo bem, o do contrário era quem estava no volante: muito confuso, mas uma diversão para o motorista da nossa van. Tenho certeza que ele deveria chegar em casa dizendo "gente, tem uma passageira muito retardada (...)!". hahahaha

Se Kuala Lumpur for a Ásia, eu acho que adorei e penso em voltar mais vezes, mas China ou Hong Kong. Se for a Malásia, talvez não volte. Indo para as ilhas do Sul, vou optar pela Indonésia.

Aqui é tudo muito colorido, não sei se por estarmos no mês da celebração da Independência - 52 anos no dia 31 de Agosto - e se pela própria bandeira ter cores fortes (vermelho, amarelo, azul e branco) e por estar em todos os lados, bem grande; ou se pela mistura de malaios, indianos e chineses, em que as três culturas têm um laço estreito com o significado da força e da beleza.

Falando no que é belo, como tem estrangeiro gato por aqui, meu Deus! Eu já tinha observado no avião (Doha para cá, por favor, hein?!), mas achava que era meu nível de exigência que tinha caído. Que nada, cada casal maravilhoso e em grande estilo moda-praia-verão! Na verdade, os próprios malaios são um pouco elegantes. As mulheres, mesmo de véu ou burca, se vestem com um tecido mais fino e delicado, com alguns brilhantes que não chegam a ser espantosos. Maquiagem leve e sapatos bonitos - porque agora entendo de moda, ô! Aliás, pela disposição das lojas e pelas marcas que encontramos por aqui, é notório que de um modo geral as pessoas têm bom-gosto e não é somente por Kuala Lumpur ser uma cidade turística.
Faz parte da composição social mesmo, divago. E, diferente dos parisienses, por exemplo, as pessoas mesmo elegantes são muito solícitas e educadas e, de um modo geral, as coisas para a vida cotidiana - vide comida - são bem baratas! Me entupi de noodles - um tipo de macarrão de origem chinesa (e não me diga que miojo dá no mesmo) - salmão, peixes e um pouco de fritura - salve, saudade!

Para mim, os malaios são magros por genética mesmo, só pode ser uma combinação milagrosa, porque como comem mal, viu? E não só os 25% descendentes de chineses que se entopem de porco ou os 10% indianos que utilizam molhos picantes até em café com chá, mas como um todo! Mesmo havendo muitas frutas - fiquei impressionada com a variedade e o sabor fresco e doce - mas não há muitas opções de salada, a este primeiro olhar. Logo que acordam eles têm uma refeição pesada, com noodles e costelinha e todas as variações de molho para comer com arroz.

O café da manhã do Hotel mesmo, na caixinha de sugestões deu vontade de colocar "servir o café até as 15 horas", hahaha, porque dá mais do que um brunch ou um café-colonial. Que fartura! Tem de tudo um pouco, mas como uma boa e velha admiradora do que é bom e simples, me satisfiz com um belo par de croissants a dar inveja aos da França e Argentina - por Dios!

Ah!, vinho não consegui tomar. Muito caro e, sozinha, é para página de livro da Elizabeth Gilbert - "como curtir a vida sozinha, na Malásia". Não é para mim não. O máximo que fiz foi pagar, também caro, por seis latinhas de Heineiken - elas de novo, mas desta vez, sem bicicleta.

Por aqui, as pessoas se viram bem com táxi, o que não é tão barato quanto na Líbia, mas nem tão caro quanto no Brasil. Eu realmente acredito que o grau de civilidade de um povo pode ser denotado a partir do seu comportamento no trânsito e na forma estrutural como se compõe. Assim, diria que Kuala Lumpur, para seus mais de dois milhões de habitantes está dando show em Curitiba - sim, com reciclagem de lixo ativa e campanhas para "Green Malaysia" bem sucedida.

Os ônibus são muito bem equipados, o trânsito os comporta bem e, claro, como toda metróple tem engarrafamentos, mas parece que mais fluida - sem buzinas! De quase todas as ruas em volta da região podemos ver as PETRONAS Twin Towers, que são maravilhosamente harmônicas, como uma grande maquete sob nossas cabeças e a KL Tower, hoje já a quinta maior do mundo, mas que dá um charme para a paisagem bem urbanística, envolta a cimento, aço e muito vidro.

Indo e vindo de ônibus - fácil de informação - vale uma visita ao Mercado Central e, do lado, à China Town. Ali dá de tudo, uma globalização inserida em um contexto local muito restrito, mas a feiura - como de todo centro de uma grande cidade - tem lá seu charme refletido por tanto vermelho e amarelo!

Charmoso também é o The Gardens. Um novo complexo de compras que, vou pesquisar, mas deve ter sido a grande fonte inspiradora para o Shopping Jardim em São Paulo, todavia, falta muito para nós, Brasileiros. Isso em Kuala é o que há de mais moderno e ousado. Cheira a café, tamanho o conceito para entrar, se divertir, relaxar e ser feliz em lugar completamente exótico e deslocado do que a nós do Ocidente foi apresentado.

Neste quesito, me apaixonei de novo pelo Oriente e foi bom estar de volta em contato com o que me fez bem na minha preparação em 2007 para me mudar para São Paulo. Aqui, não retomei a acupuntura, mas as massagens e as essências de lavanda e canela e, de novo, à inquietante questão de que há uma magia nos lados de cá, da qual quero experimentar mais vezes!

Para finalizar, dois pontos que me deixaram positivamente surpresa foi a falta de papel e toco de cigarro no chão, e, por sinal, vi pouquíssimas pessoas fumando e, mesmo em ambiente aberto, longe das "passivas". Ainda, fiquei impressionada com o fato de que todo mundo fala inglês. Foi surreal entrar no ônibus, pedir informação e tê-la; entender um mapa do guia com a gari que retirava folhas secas do Jardim do Parque do KLCC (Kuala Lumpur Convention Center); ter cardápio, placas de trânsito, promoção em lojas, jornais, letreiro de ônibus, mapa de metrô, enfim, absolutamente tudo em inglês!

Na verdade, a comunicação trava quando se encontra com algum representante dos 25% de chineses. A sensação ao ouvi-los é de que a língua está enrolada na garganta e que o nariz está absurdamente entupido, mas são bem educados e ágeis. Tanto, que se estiver acompanhado em um restaurante, pense bem no pedido e tente separá-los, porque o atendimento é ótimo e rápido - aliás, reparei que eles comem e pagam logo em seguida, quase mastigando, sem dar alguns minutos para suspirar ou falar dos pratos.

Diria que por aqui tive uma das minhas melhores refeições na vida, salve-salve noodles saboroso! Na última noite comi algo que não tenho a mínima idéia do que seja, mas excelente, e a pergunta que não sai na minha cabeça desde então é se não poderia ser cachorro, afinal, não vi nenhum deles em momento algum pelas andanças pelo centro e, vai saber, né?, afinal, no sul da China e no Vietnã as pessoas comem carne de cão tal como nós a de vaca. Será?! Eca-eca já foi e estava bom!

Enfim, valeu. Mais um carimbo de novas perspectivas e a certeza de que há muito o que ser feito no e pelo Brasil e, como sempre, é tudo uma questão de mentalidade. A minha e a sua! Mas agora é hora de voltar para "casa" e me preparar para tudo o que vier com ela - dela!

3 comentários:

Teca disse...

Quero foto das Petronas Toweeeeeeeeeeeeeeeeeeeeer!!!
Saudade, caramboletas!!

Carolina Bernardes disse...

Babi,

é sempre muito divertido passar pelo seu blog. Continue viajando e escrevendo. :D

Bjão

Carol

Te disse...

alguns comentários:
- esse seu "ui" eu imaginei MTO vc falando isso! hahaha ow ri sozinha aqui!!!
- tava pensando pq vc nao coloca fotos nos seus posts... nao precisaaa! cara consigo imaginar TUDO q vc escreve! d mais! boa babi! =)
- eca eca eca NÃO era carne de cachorro!! =P

saudades já!

*Não adesão à nova regra gramatical.