Medíocre: "1 mediano. 2 Sem relevo; comum, ordinário, mediano, meão". Aurélio.
Polêmicas e gosto à parte, as diárias críticas ao Programa da Fátima Bernardes têm me despertado algumas interpretações e principalmente a de que o brasileiro gosta quando algo dá "errado".
É sabido que isto de "dar certo" x "dar errado" é relativo e, no caso dela, se o Ibope classifica como "segundo lugar", tem gente que já pinta o cenário derrotista; enquanto talvez, para ela e quem quer que seja o telespectador que a assiste, não se importa com os números apontados.
Me intriga que haja tanto programa ruim, que corrobora para o desvio moral, mas que não é pauta de nenhum veículo. De nenhum jornal, jornaleco impresso ou internet.
Eu entendo que se criou - aliás, não entendo - uma expectativa enorme para o programa dela, para o papel que ela tomaria a frente do que quer que fosse, mas e daí?
Executivos deixam cargos ocupados por 20 anos para cozinhar e curtir a família. Atores bem pagos no Brasil e no mundo abrem mão dos flashes dos papparazi em prol da luz do sol, do vento e da água fresca numa chácara, fazenda, mata ou casa de praia.
Acho que a abordagem dessa novela toda poderia ser muito mais positiva do que tem sido: que bacana que seria se revelassem que a Fátima Bernardes foi de fato feliz como jornalista tradicional, mas que na verdade foi uma linha de carreira que seguiu para pagar as contas e dar aos filhos um conforto que ela não pôde ter. Que era um trabalho como outro qualquer e que a partir do momento que ela pôde se dar ao luxo e viver o privilégio de fazer algo que gostava desde sempre, sem deixar de ganhar dinheiro, tentaria.
Que para construir o próximo passo ela não mexeu só com a vida dela, mas com centenas de outras pessoas que interromperam a linha que seguiam para recomeçar "do zero", após dois anos de trabalho, 14, 20, 25; para viver um desafio comum.
Que "liderar pelo exemplo" é a linha tênue entre decidir sozinho e enfrentar o ridículo versus agregar confiança e agir com respeito - respeito próprio, inclusive.
Que a expectativa que você tem de uma pessoa, não necessariamente te dá o direito de cobrar por ter esperado algo que não podia lhe ser dado, simplesmente porque esta pessoa não queria.
Que se para você é um desperdício ela sair do Jornalismo corriqueiro para fazer "aquele programinha", pode ser também para várias pessoas que pensam assim do CEO que abriu mão de um futuro que você deslumbrava, para ir pescar - literalmente.
Que a vida é feita de momentos e nem sempre o que é, será para sempre. E que o que parece ser, não é - e talvez nunca tenha sido.
Mudanças de rumo de uma Fátima Bernardes reacendem em mim casos que são perdidos pelo simples capricho de se anunciar o que deu errado, para coagir pessoas a tentarem a felicidade pela coragem; enquanto se poderia tirar muito mais da riqueza de cada detalhe, de cada decisão ou mudança como essa.
Se o conteúdo é confuso, o formato pouco dinâmico, errar é natural em uma tentativa de mudança - ou não? Já estamos tão apressados que não existe mais "processo": só execução e resultado?
Cada vez mais sou a favor de mudar o foco dos "heróis do Brasil" e valorizar aqueles que diariamente tentam dar certo - e dão certo; mesmo que você insista em dizer que não, que não chegaram em primeiro lugar ou não corresponderam à expectativa de outrem.
Sou a favor, sobretudo, da torcida pelo brasileiro que ousa; não só por simplesmente acreditar, mas por conhecer vários que têm sido muito bem sucedidos nas escolhas "mal-explicadas" e que são um exemplo por buscarem com sinceridade aquilo que querem e não aquilo que os outros esperam que queiram.
A minha torcida é praqueles que tentam e não se acomodam e que mesmo com muito barulho da torcida que se anima contra, conseguem escutar o mais silencioso dos sons.
Polêmicas e gosto à parte, as diárias críticas ao Programa da Fátima Bernardes têm me despertado algumas interpretações e principalmente a de que o brasileiro gosta quando algo dá "errado".
É sabido que isto de "dar certo" x "dar errado" é relativo e, no caso dela, se o Ibope classifica como "segundo lugar", tem gente que já pinta o cenário derrotista; enquanto talvez, para ela e quem quer que seja o telespectador que a assiste, não se importa com os números apontados.
Me intriga que haja tanto programa ruim, que corrobora para o desvio moral, mas que não é pauta de nenhum veículo. De nenhum jornal, jornaleco impresso ou internet.
Eu entendo que se criou - aliás, não entendo - uma expectativa enorme para o programa dela, para o papel que ela tomaria a frente do que quer que fosse, mas e daí?
Executivos deixam cargos ocupados por 20 anos para cozinhar e curtir a família. Atores bem pagos no Brasil e no mundo abrem mão dos flashes dos papparazi em prol da luz do sol, do vento e da água fresca numa chácara, fazenda, mata ou casa de praia.
Acho que a abordagem dessa novela toda poderia ser muito mais positiva do que tem sido: que bacana que seria se revelassem que a Fátima Bernardes foi de fato feliz como jornalista tradicional, mas que na verdade foi uma linha de carreira que seguiu para pagar as contas e dar aos filhos um conforto que ela não pôde ter. Que era um trabalho como outro qualquer e que a partir do momento que ela pôde se dar ao luxo e viver o privilégio de fazer algo que gostava desde sempre, sem deixar de ganhar dinheiro, tentaria.
Que para construir o próximo passo ela não mexeu só com a vida dela, mas com centenas de outras pessoas que interromperam a linha que seguiam para recomeçar "do zero", após dois anos de trabalho, 14, 20, 25; para viver um desafio comum.
Que "liderar pelo exemplo" é a linha tênue entre decidir sozinho e enfrentar o ridículo versus agregar confiança e agir com respeito - respeito próprio, inclusive.
Que a expectativa que você tem de uma pessoa, não necessariamente te dá o direito de cobrar por ter esperado algo que não podia lhe ser dado, simplesmente porque esta pessoa não queria.
Que se para você é um desperdício ela sair do Jornalismo corriqueiro para fazer "aquele programinha", pode ser também para várias pessoas que pensam assim do CEO que abriu mão de um futuro que você deslumbrava, para ir pescar - literalmente.
Que a vida é feita de momentos e nem sempre o que é, será para sempre. E que o que parece ser, não é - e talvez nunca tenha sido.
Mudanças de rumo de uma Fátima Bernardes reacendem em mim casos que são perdidos pelo simples capricho de se anunciar o que deu errado, para coagir pessoas a tentarem a felicidade pela coragem; enquanto se poderia tirar muito mais da riqueza de cada detalhe, de cada decisão ou mudança como essa.
Se o conteúdo é confuso, o formato pouco dinâmico, errar é natural em uma tentativa de mudança - ou não? Já estamos tão apressados que não existe mais "processo": só execução e resultado?
Cada vez mais sou a favor de mudar o foco dos "heróis do Brasil" e valorizar aqueles que diariamente tentam dar certo - e dão certo; mesmo que você insista em dizer que não, que não chegaram em primeiro lugar ou não corresponderam à expectativa de outrem.
Sou a favor, sobretudo, da torcida pelo brasileiro que ousa; não só por simplesmente acreditar, mas por conhecer vários que têm sido muito bem sucedidos nas escolhas "mal-explicadas" e que são um exemplo por buscarem com sinceridade aquilo que querem e não aquilo que os outros esperam que queiram.
A minha torcida é praqueles que tentam e não se acomodam e que mesmo com muito barulho da torcida que se anima contra, conseguem escutar o mais silencioso dos sons.