domingo, 25 de outubro de 2015

Um verdadeiro fazer, no tal do empreender

"Há homens que lutam um dia e são bons.
Há outros que lutam um ano e são melhores.
Há os que lutam muitos anos e são muito bons.
Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis".
Bertolt Brecht



No processo de empreender, a luta é diária.
Não vou falar "principalmente no Brasil, que os impostos (...)".
Não tenho vivência para comparar. Nunca empreendi "lá fora" e quando paguei impostos era recolhido "direto na fonte". 

Depois que empreendi, resignifiquei muito o trabalho; aliás, quando se toma a decisão de empreender, de começar um negócio do zero, de pegar uma página em branco, de bater na porta das pessoas e pedir alguns minutos, de fazer tudo diferente do que se havia feito até então, é porque o trabalho, da forma como era feito, já não significava tanto mais.

Acho que hoje não sou 8, nem 80.
Tento um árduo exercício de não julgamento inesgotável, de respeitar a escolha de cada um: Daqueles que estudam para concurso público, se mudam para um Mestrado, para morar com alguém, "para nada", para um navio, para cozinhar. Para conhecer diferentes lugares ou pessoas. Que escolhem trabalhar sem motivo. Que são donos de negócio, não sendo. Que são funcionários. Que são autônomos. Que deixam de empreender. Que vendem, se vendem, compram, fundem. Se demitem. Trocam de vida, de carreira. Mudam de ideia. Se tornam professores.

De toda forma, acho que só mesmo quem já viveu a dor - neste caso não há muitas delícias - de não se reconhecer mais no seu sócio, de se reconhecer mas o negócio não girar e você se ver sem fluxo de caixa para pagar a conta do supermercado; mesmo sabendo e acreditando que ao final de mais um ano você vai ter recebido mais investimento, vai ter conquistado novos clientes, empregado pessoas, contratado fornecedores.
Em meio a tanta dor da incerteza do dia de hoje, com a força crédula do dia-depois-de-amanhã que um dia chegará, me inspira novas alternativas que dão certo por serem genuínas; que são focadas no princípio da idealização, no fator-causa-raiz.

Depois que entrei nesse universo solitário, tão único e pessoal, sempre lia ou ouvia alguém dizer que "O segredo é surpreender e encantar seus usuários" - e na minha experiência de empreender buscávamos isso em cada ideia que tínhamos - e poucas vezes estive tão certa de uma afirmação.

Estes dias, voltei a me emocionar muito quando uma destas surpresas rompeu outras barreiras: uma amiga, empreendedora por propósito, que tem lutado estas lutas diárias, movimentando uma guerra de paz, de amor, de simbologismos e presentes, que cria e renova seu negócio com outros apaixonados da causa, que inventa possibilidades por aspirações verdadeiras, fez algo que vejo como raridade, que é ter atitude; fazer acontecer aquilo que era apenas pensado e muitas vezes suprimido pelo campo do impossível ou do medo.

Caso se interessem, se permitam também passar por isso, assistindo a este vídeo de agradecimento e do impacto que temos quando surpreendemos alguém, genuinamente.  

Como diria Richard Bach, "Mais cedo ou mais tarde, os que vencem são aqueles que pensam que podem". 


Saiba quem é Bel Pesce aqui
*Não adesão à nova regra gramatical.