Há pouco mais de cinco anos e quatro meses, eu escrevi sobre a reunião de alguns brasileiros na Líbia regada a vatapá e caruru e de como éramos felizes fazendo limonada com os limões que tínhamos.
Neste fim de semana, muito se repetiu; exceto pelo fato de estarmos em São Paulo, quando as crianças daquela época apareceram moços e moças; os jovens trainees ("JPS") muitos deles, gerentes, e os cabeças-brancas já carecas - ou eu, ainda com um cabelão, com mechas grisalhas.
Cinco anos se passaram de lá pra cá e quatro desde que voltei. Voltas mesmo foi o mundo que deu e quase parou no mesmo lugar.
As conversas, talvez mais sóbrias; a cerveja já com álcool, a vizinhança brasileira, a comodidade de ir e vir, os celulares trocando a localização da casa do "Engenheiro Baiano" e as fotos daquele noite-dia, dia-noite, noite-dia.
Sim, recordar é viver; é sentir-se vivo. Muitos fora da organização que nos uniu, mas mantidos por uma história inseparável.
Na rede social já muito utilizada, grande parte da legenda das fotos compartilhadas era "sobreviventes da Líbia". Sobrevivemos. Resignificamos a família, a distância, o lazer, o paladar.
As pessoas tornaram possíveis as coisas. Viraram feitos. Nem todos perfeitos. Nem sempre o lugar importa. Talvez pouco importe o lugar.
História. Memória. Caminho.
Saravá!