"O esquecimento sistemático do antigo é um e o único meio de forçar o novo." Peter Drucker
A gente sabe que está essa falação sobre propósito, sobre os jovens se motivarem por fatores extrínsecos diferentes dos habituais ofertados pelas políticas de RH, principalmente das grandes organizações.
A gente sabe que boa parte da responsabilidade de atrair, selecionar e reter os tais talentos recai sobre o RH.
E a gente sabe que, por mais que se fale muito também sobre o papel da liderança em deixar de mandar e passar a inspirar, desenvolvendo as pessoas, ainda não aprendemos a trabalhar com os rebeldes: nem líderes, nem RHs - e estou sendo literal mesmo: segundo o dicionário, rebelde é "o que ou quem não se submete, não acata ordem ou disciplina; insubordinado".
Não é uma apologia ao anarquismo, mas uma tentativa de compreensão, provocativa, sobre o que de fato queremos - pessoas e organizações - seja no papel de líder ou de RH.
Tenho, felizmente, conhecido profissionais genuinamente interessados em transformar positivamente a forma como conduzem uma experiência voltada a resultados de negócios, que pragmaticamente colocam o "humano no centro de tudo" e propõem soluções integradas à aliviar as suas dores, não sendo superficiais em apenas promover pontuais prazeres.
Nestas minhas trocas e experiências, percebo empresas de verdade, porque são feitas de pessoas de verdade, no exercício do desapego e do interesse em construírem um legado e uma entrega coerentes com a promessa que fizeram ao longo do encantamento da atração e da seleção.
Histórica e culturalmente, o RH tende a valorizar o "politicamente correto", mas as pessoas hoje que incomodam nas organizações - e não limito este papel apenas aos jovens - são as que provavelmente farão a diferença - e aquelas que não encontrarem espaço, apoio e condição real de quebrar o status quo, serão aquelas que não se sentindo adequadas sairão para montar as empresas que estão mudando o mundo e que poderão, inclusive, quebrar ou incomodar ainda mais as organizações que conseguiram tê-las, mas não aproveitá-las.
Por outro lado, mesmo que se tenha um RH não tão apegado à zona de conforto do não risco, ele pouco conseguirá influenciar se a liderança apenas reclamar do rebelde e não se dispuser a lidar com ele, mesmo que tenha razão sobre os defeitos dessa insubordinação.
A questão, ao meu ver, é que ter cada vez mais consciência de que uma escolha que traga mais prosperidade a longo prazo, mesmo que menos prazer a curto prazo e que exija dos influenciadores da organização que também quebrem o próprio status quo e se assumam inábeis para lidar com muitos dos desafios atuais, a começar por desenvolver os rebeldes, é uma das mais importantes escolhas, fazendo-se entender de que a fuga da dor de hoje é evitar a conquista do prazer e da satisfação da perpetuidade dos negócios ao longo do tempo.
E é por isso que escolher é libertador: mais do que decidir é bancar a decisão de ter que arduamente desenvolver essas pessoas, porque a meta de atrair e selecionar não é sustentável para ninguém: nem líderes, nem RHs - e não há outra forma de fazer, senão reaprender e se permitir para algo novo: bem novo!
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