domingo, 21 de junho de 2009

A escolha de ir - e permanecer

"Se você tem coragem de deixar para trás tudo que lhe é familiar e confortável (pode ser qualquer coisa, desde a sua casa aos seus antigos ressentimentos) e embarcar numa jornada em busca da verdade (para dentro ou para fora), e se você tem mesmo a vontade de considerar tudo o que acontece nessa jornada como uma pista, e se você aceitar cada um que encontre no caminho como professor, e se estiver preparada, acima de tudo, para encarar (e perdoar) algumas realidades bem difíceis sobre você mesma... então a verdade não lhe será negada".

Essa frase poderia ser minha, mas não é. E a li em um momento muito especial: na Sala de Embarque em São Paulo, vindo para cá. Foi mais um dentre os tantos presentes que ganhei de pessoas que me amam, me querem bem e definitivamente torcem muito para que as minhas escolhas sejam certas e as melhores para mim mesma e, em conseqüência, para elas também.

Mamãe me deu um álbum de fotos que marcaram os meus 24 anos até esta partida, com cartas do meu irmão mais velho, dela e do meu pai. Meus amigos me deram também fotos e cartas, objetos, músicas e inseparáveis livros.

A citação acima é de Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert - de quem já falei rapidamente neste blog, no post sobre Milão.

Vários destes presentes vieram a mim na Sala de Embarque, como uma surpresa intensa, ao abrir minha mochila para pegar... um livro!, e lá estavam todas as outras coisas. São segundos em que você repensa rapidamente se vai ser uma boa idéia entrar no avião e deixar tudo isso - que está estampado nas fotos - "para trás" e, lendo a contra-capa de Comer, Rezar, Amar, tive certeza de que aquela leitura eu teria que postegar para um momento em que eu estivesse mais certa da escolha, feliz e equilibrada.

Hoje, terminei de ler o livro. Não sei se o recomendaria. Não gosto de influenciar esse tipo de escolha. Mas, para mim, valeu pelo momento em que foi dado e por quem foi dado e pela escrita que interpretei há quase seis meses, versus a de hoje.

Em resumo, é a história de uma Jornalista engraçada e muito bem sucedida que decide viver quatro meses na Itália, Índia e, por fim, Indonésia, a procura, neste total de 12 meses, do equilíbrio.

Em paralelo comigo, nos últimos dois anos eu vivi o "oito" em São Paulo e aqui diria que vivo o "oitenta" - sem considerações, é só uma ilustração de que são momentos extremos.

Refleti sobre várias coisas durante a leitura do livro, mas três coisas me marcaram para a aplicabilidade do meu equilíbrio:

- "Não participo da palavra, portanto não estou morando aqui por completo", página 112, sobre a Itália: falar na língua do líbio é poder ser entendido por mente e coração, não posso fazê-lo;
- "(...) Você é o que você pensa. As suas emoções são escravas dos seus pensamentos, e você é escravo de suas emoções", página 140, sobre a Índia: eu ainda falo muito, mas tenho aprendido a gostar e a sentir falta do silêncio;
- "(...) Quatro virtudes de que uma pessoa necessita para ter segurança e felicidade na vida: inteligência, amizade, força e (adoro essa parte) poesia", página 259, sobre Bali: Ler é o melhor refúgio!

E, sem dúvida, em qualquer lugar que se esteja, é premissa básica que você se alimente, reze, ame e, acrescentaria, inspire-se pelo o que aparentemente ficou para trás.



2 comentários:

Teca disse...

Ha cinco meses conheci uma menina divertida, engracada e muito sorridente… com sede de conhecimento e experiencia…….
Hoje ela virou mulher, com maturidade vindo das adversidades, com respeito pelos seus sentimentos e com forca para supercar os obstaculos…… o melhor de tudo…..eh ter preservado as caracteristicas da menina que chegou para essa aventura!!!
Encarar o desafio de vir morar aqui…. sao pra poucas pessoas…. e para rarissimas mulheres!!! Essa escolha moldou a sua personalidade e a sua alma… e esta marcando para sempre a sua vida!!
Fico feliz de ter vc do meu lado aqui… e mais feliz ainda de poder contar com a sua alegria e companhia na Terra do Nunca!!!!

“O tempo e os espaco sao modos pelos quais pensamos e nao condicoes nas quais vivemos” Albert Einstein

Te disse...

=)
posso dizer que compreendo o q vc ta passando, mas não sei se posso dizer que entendo! =P já fiz algo parecido, deixar as coisas pra trás, ir. Mas não nas mesmas circunstânceas que vc!
já te disse, vc é guerreira mesmo!

*Não adesão à nova regra gramatical.