Voluntário [1 Que se faz ou deixa de fazer, sem coação nem imposição de ninguém; que está em nosso poder ou que depende do nosso livre-arbítrio fazer ou deixar de fazer. 2 Feito espontaneamente, por vontade própriasem constrangimento ou obrigação (...)].
Michaelis
O feriadão me surpreendeu positivamente e o que deveria ser quase um retiro espiritual, se compôs por leituras leves - advinhem? Sim, Época Negócios - e descanso, muito descanso e um eterno agradecimento à Globo, por fazer existir o canal Internacional por aqui, quando pude me distrair com novelas, programas (da GNT e MultiShow inclusive) e telejornais (até mesmo os da Globo News).
Quando tudo ia bem calmo, fiquei sabendo que um grupo de pessoas simples, entre Brasileiros e Colombianos, iriam para a região das ruínas no Domingo e na Segunda-Feira e, como não falavam inglês, pensei nas situações que poderiam enfrentar e decidi ir junto, mesmo já havendo visitado um dos lugares anteriormente.
Além disso, havia um outro grupo de pessoas por aqui, em grande maioria Equatorianos, a quem compartilhei a informação de que o ônibus sairia às oito horas da manhã de um determinado lugar e que espalhassem o convite aos demais que conhecessem.
Quando acordei, às 7:15, não acreditei no sacrifício, afinal, nada como poder dormir sem que um despertador te interrompa. Por longos cinco minutos pensei na minha decisão libriana, se ia ou se não ia e, de novo, me veio a imagem na cabeça do pessoal eventualmente perdido ou com entraves na comunicação para aproveitarem a oportunidade.
Assim, fui com um grupo de um pouco mais de 40 pessoas, sendo que a única mulher que me acompanhava era uma senhora, esposa de um dos Engenheiros presentes, com três filhos.
No primeiro dia andamos bastante por aquela que foi uma grande cidade na época do Império Romano e que traz registro interessante, principalmente, do que ficou depois de terremotos e guerras, além de estarmos sempre em frente à cor indescritível do Mediterrâneo.
Ao fim do passeio, não consegui - nem alguns deles - chegar à praia ideal para banho e esperamos o horário combinado com o motorista do ônibus tomando uma cerveja sem álcool e conversando bobagens, compartilhando experiências comparativas a como seria um feriado como aquele em outros países que já vivemos ou conhecemos.
No dia seguinte, as ruínas eram bem mais limitadas, porque segundo nos disseram, grande parte do que sobrou foi engolido pelo mar e é interessante ver os corais "bem lá longe" e imaginar que ali havia cidade, ainda com traços de igreja, mercado de frutas e teatro.
Fechando com chave-de-ouro, mergulhamos nas águas salgadas para recomeçar, depois de um bom tempo afastados da rotina e, melhor ainda, com sinceros "muito obrigado" e o sorrisões na foto e, satisfeita, vi que eles levariam para a casa, quando forem, registros e memórias de um belo passeio vivido e comunicado.
Nestes particulares dois dias de passeio, me lembrei de outros bons que vivi: Por quatro anos me dediquei, quase que integralmente - ou, tira o quase - a uma organização de trabalho voluntário em que me alegrava fazer simplesmente por acreditar no seu objetivo-fim e em suas pessoas-meio de fazer acontecer.
Aqui sinto falta disso, de efetivamente contribuir e fazer a diferença, mesmo que pequena, mas fazer. Nestes simples dois dias me lembrei desta sensação e de outras, mais intensas, que pude sentir quando visitava favelas e/ou comunidades carentes em Belo Horizonte para tomar um café da manhã com uma família desestruturada ou ensinar uma criança a passar fio-dental.
No mais, como pouco do que é planejado sai da forma imaginada, o feriado não se fez a ferramenta que achava ideal para este último quarter do ano, todavia, é em manhãs como estas que vale o poema "caminhante não há caminho/se faz o caminho ao andar".
"Os barcos estão seguros se permanecem nos portos. Mas não foram feitos para isso". Fernando Pessoa
sábado, 26 de setembro de 2009
Êba!!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
*Não adesão à nova regra gramatical.
2 comentários:
Nossa senhora ... suas histórias são lindas... sua vida é um livro ... logo .... beijos amei !!! quero ver as fotos... saudades
"Nunca na história desse blog" havia passado para deixar um recado. Primeiro, gostaria de dizer que iria te alertar sobre a nova regra gramatical, mas percebi o "asterix" a tempo! Adorei! Outra, estou com saudade! Não nos despedimos mas é melhor pq quando vc voltar nem vai parecer que foi tanto tempo assim! Beijos! Kbeça (normal, não de bacalhau)!
Postar um comentário