"O sacramento desta união é o amor".
Foi assim que começou uma das cerimônias mais bonitas que já participei. Ele estava lá em cima, nervoso e feliz. Estávamos embaixo, nervosas e felizes. Era uma expectativa quase que incomum, mas ao mesmo tempo, não era não.
Dentre as movimentações de várias pessoas, vi cinco mulheres com um lindo buquê e cada uma enfeitada com um vestido branco-perolado. Arranjo no cabelo. Sorriso aberto. Delicadeza e pura beleza.
Não vi o outro e isto me agoniava um pouco. Sentia um suor que não escorria, um calor seco. Quando vi o pai de um, conversando com a mãe do outro, e a correria passou a ser passos lentos e arrumações para o cortejo, tranquilizei de vez e senti "agora vai".
A música começou, mas eu travei. Não me lembro hoje qual era a primeira.
Ele veio, lindo, com o cabelo para trás e uma gravata verde-esmeralda, ao que me pareceu. Do lado esquerdo, a mãe. Do direito, o pai. Os passos encontraram a escada e ali eu estava. A vontade era interromper o protocolo, abraçar e gritar um "parabéns por escolher ser feliz!". Depois dos degraus, passou por todos e encontrou o altar. Ficou de costas. Na batida suave da próxima música, o outro apareceu, tremendo. Senti as pernas dele fracas e o coração pulsando forte; jorrando a energia para tudo e todos. As lágrimas naturalmente escorreram e as bocas se abriram, alargaram e riram, e comemoraram. E tudo aquilo era um só coração.
Pelas escadas, os pais desceram emocionados e então o conduziu até o altar. Que lindo o encontro dos seis. Naquela altura, soluçava e pegava o terceiro lenço.
Embalados por palavras sinceras sobre o amor, trocaram votos de toda a trajetória até aquele dia e puderam dizer "sim" para o amor abençoar. Estavam iluminados por velas que jamais pareciam se apagar.
Fica a minha gratidão por ter experimentado tamanha sinceridade enquanto a realização de um sonho e, principalmente, a força e a magia das possibilidades.
"(...) São visões abertas
Certas despertas pra luz
A emoção alerta
Que nos conduz (...)
São pontos de vista
Uma conquista comum
O mesmo pé na estrada
De cada um(...)".
Bruna Caram
2 comentários:
Para mim a melhor parte foi: A vontade era interromper o protocolo, abraçar e gritar um "parabéns por escolher ser feliz!".
Da forma como escreve faz o leitor quase que sentir a mesma emoção do momento que está descrevendo. Adoro seus textos.
Beijos.
Fábio Drumond
Testemunhei exatamente a mesma situação, uma das mais lindas que já vi, e seria incapaz de descrevê-la com tanta sensibilidade e emoção. Parabéns, Babi.
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