"E então você será livre para explorar a natureza e a fonte do seu verdadeiro ser". Michael A. Singer
De fato, o dia anterior trazia o melhor grupo: hoje já éramos 19, sendo que de estrangeiros somente eu e os dois alemães de ontem - um super querido e fofo, o outro, bem alemão (risos) - e os demais 16, filipinos.
Trinta e cinco minutos depois de sairmos de El Nido, ancoramos para conhecer a "Small Lagoon", que, acho, venceu a beleza de Maniloc Shrine e Hidden Beach, se é que é possível compararmos a contemplação do belo.
Como as demais maravilhas, o estonteante não é logo que se chega, embora só a chegada já valesse por tudo: fui andando dentro d'água (tenho 1,71m de altura e a água batia na minha cintura: acho que dá para os pequenos irem numa boa - risos), atravessei por debaixo de duas pedras, nadei - aí nadei mesmo - por uns três minutos e cheguei à tal laguna: não dá para descrever!, aliás, quando tirei a cabeça da água e os óculos, e olhei para cima e vi aquela pintura do céu azul-claro, mas forte, decorado por poucas nuvens que pareciam algodão doce e todos aqueles paredões que fechavam as águas, ouvi o uníssono "ohhhhh" de outros turistas que chegaram junto comigo: é de rir alto, chorar e bater palma, pela beleza da natureza - Deus tinha que ter descansado um dia só depois de fazer Filipinas, depois continuava o resto.
Ali, na Small Lagoon, a profundidade do mar é tamanha que não vi nada, nem peixes, corais ou plantas; meu corpo sentia a temperatura quente e fria, ao mesmo tempo - aliás, no pedaço em que andei a pé, a água era tão quente que dava para suar.
Saindo da "Small Lagoon", chegamos à Big Lagoon em poucos minutos, mas o barqueiro apenas navegou devagar para tirarmos foto, já que não desceríamos - e achei justo, porque é sim muito bonito, mas raso; então não havia muito o que aproveitar.
Tudo corria bem, quando na saída do lago um caiaque com três gringos bateu na gente, de leve, e virou. Nada anormal, até que uma moça sai da água gritando "my goPro, my goPro". Nisso, os nossos quatro ajudantes filipinos pularam na água com snorkel e pé de pato e a francesa, aos prantos, não sabia se chorava ou se gritava; enquanto os amigos tentavam acalma-la: "relax, relax".
Coitada da moça!
Nessas horas eu sou "relax, my a**".
Eu já estava apegadíssima pelo meu celular, sabendo que se perdesse as fotos tiradas da superfície, "tudo bem" porque estariam na nuvem; agora imagina se fossem fotos de dentro d'água, que só pertenceriam às lembranças, além do lugar de origem?: foda! Perder estes dispositivos que guardam memória são de cortar mesmo o coração e não há consolo que acalme - "found it! Found it ma'am".
Ufa! Só mesmo achar a "goPro" acalmaria a moça. E nós, agora calmos, mas rindo, seguimos para Shimizu Island, nosso cenário do almoço.
Depois do grill, mas não à deriva - já que éramos 19 - os filipinos montaram uma mesa na areia e comemos em pé mesmo, olhando a vista. Em Shimizu havia milhares de mini água-vivas e tive receio de nadar, embora todos dissessem que aquelas eram inofensivas.
Fritando, literalmente no sol, que ainda não era tão forte quanto em Boracay ou Honda Bay, mas que naquela hora brilhava sem a proteção das nuvens, me lancei ao mar e em menos de um minuto vi bem próximo uma água-viva maior: parei por ali e fiquei, sem me mexer muito, atenta, apenas me refrescando.
Já passando das 13 horas, chegando em Secret Lagoon, tive o mesmo cansaço da última praia em Honda Bay: sal, sol. Queria fazer algo diferente. Observando, vi que até à praia dava para ir andando, de novo com a água pela minha cintura, e arrisquei levar o meu celular, enrolado na minha canga, que segurava suspensa pela minha cabeça, para ver se conseguia fazer uma foto dessa diferente perspectiva - da areia: deu certo!
Fotos batidas, celular (lembrando do "my goPro", "my goPro") seguro no barco, pulei de volta para a água - e que delícia!: assim como em Maniloc Shrine, você acha que está nadando no quentinho-raso, de repente sente o geladinho da profundeza-azul-petróleo e se perde nela: No mar em que o barco atracou para irmos à Secret Lagoon foi a vez de encontrar a família da Dory reunida, toda feliz, naquele azul-com-amarelo-quase-fluorescente: daquele momento em diante, todos nos encontramos.
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