Dessa vez a ansiedade não apareceu para dizer "Oi", mesmo sendo lembrada, em segundos, que aquilo só era do conhecimento de uma pessoa: meu irmão mais velho.
Isso mesmo: decidi fazer surpresa e chegar repentinamente ao Brasil, dando-me de presente a minha mãe, principalmente, porque o Domingo que seguiria depois daquela Sexta-Feira e Sábado seria dela!
Foi emocionante o arriar das minhas malas, ainda que pudesse ver e rever pouquíssimas pessoas; afinal, o tempo se põe cada vez mais curto para emoções que despertam o prazer e a felicidade momentânea a cada abraço.
Assim, neste clima alegre, eufórico, surpreso, tomava fôlego a cada vez que alguém abria a boca, mas não muito, e falava algo como "ó. Uai. Como assim, gente?", particularmente mineiro!
O fim de semana veio com reunião familiar, muita comida boa, vinho e cerveja. A semana seguiu com afazeres burocráticos, dormidas sem compromisso depois do almoço, andanças pela cidade para se observar as mudanças e as continuidades, corridas ao ar livre, restaurantes, bares, jogos de futebol e, então, avião... .
Dali segui para São Paulo para tentar articular alterações para um futuro próximo e afirmar a certezade que a cidade, mesmo sendo "uma panela impermeável de concreto", me chama, me atrai e me joga na cara que temos muito o que fazer. As oportunidades estão ali, escancaradas, e a nossa leitura depende da compreensão daqueles que se disponibilizam a olhar com boa perspectiva.
Revi outras pessoas. Repassei o passado e vi que realmente passei dele. Que o presente é sim continuidade da semente plantada, mas o fruto é muito mais maduro do que a semeadura.
Admirei quase que como se fosse pela primeira vez a liberdade: a leveza de se ir-e-vir quando se quer e, em uma dessas saídas, caí na Estação da República, com a sensação de que tinha sido despejada em um grande centrão da Índia ou China, sei lá, devido a quantidade de pessoas que transitavam em direções iguais ou opostas a minha.
Estava ali porque assistiria a shows, à Virada Cultural de São Paulo. Minha ida caiu exatamente no fim de semana em que haveria apresentações gratuitas por 24 horas, a céu aberto. E eu, completamente linerar, fui virada, de fato: era show do Sidney Magal! Seria péssimo, mas foi ótimo. Muito engraçado e alegre e, entre amigos, não tem preço - mesmo!
Tempo para rezar e agradecer: Amém!
Depois, entre uma madrugada e outra, fui para o Rio, fechar com chave de ouro essa ousadia toda em tentar me surpreender. Lá, mais do que qualquer outra coisa, fui assistir, me envolver, contribuir, para-com o 3o. Forum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade: que preenchimento! Discussões e apresentações riquíssimas, com novos questionamentos e reflexões. Novos acessos. Novo compartilhamento de informação. De notícia. De direcionamento.
Tietagens à parte, é impressionante a sede que tenho de inspiração e de colocações como aquela. Em apenas um dia, veio tudo à tona novamente e, então, a releitura dos meus objetivos e caminhos.
Mas, sem pressa, o importante é continuar em frente, no compasso do momento. Do presente.
Falando em presente, não pude ficar o dia seguinte, para o encerramento do Fórum, porque precisava fechar o ciclo iniciado e voltar para BH. E foi um dia bom. Melhor ainda, por estar pronta para recomeçar, onde quer que seja, com o que quer que seja.
Os planos, à princípio traçados e tomados como verdade, não ficaram tão lineares assim. Sofreram turbulências durante o passeio. Passaremos por uma manutenção e recauchutagem, para definição do próximo destino a ser seguido.