Desta vez eu tentei buscar informações. Até que li bastante, porque tinha que procurar Hotel. Mas nem assim me senti preparada e, até agora, mesmo estando aqui e já interrogado alguns nativos, como é da minha natureza ser inconveniente, ainda não entendi porque os malaios, embora tenham sido colonizados pelo Reino Unido, são em maioria (64%) muçulmanos!
Antes disso, uma parada para compartilhar o parto até chegar ao Sul da Ásia:
No check-in em Tripoli me fiz, pela primeira - de várias que viriam - a pergunta: "por que não fui ao Brasil de uma vez?". Sendo vôo internacional, minha bagagem poderia ter um peso limite X, que já não me lembro. Sozinha, naquele mundaréu de homem - que Deus me entenda! - o cidadão me diz que tenho que pagar 200 Euros de multa. Isso: du-zen-tos!.
Naquele inglês mais do que enrolado, ele não conseguia explicar e eu, nervosa, não adiantava. Cedi e puxei o cartão de crédito. Que inocência, nem tem sistema! Respirando, um guardinha foi me "guiando" - andando léguas na minha frente, bem rápido - até algo que seria um Caixa Automático 24h para saques. Não funcionou também! Não sei como o homem queria que eu pagasse, sendo que os meus libians dinares já trocados para Euro para a ir à Malásia não davam nem 90. Contrações indo e vindo, um gênio - poderia ter sido o Aladin, para se fazer de príncipe, mesmo que vindo a camelo - pensou em pegar com uma agência do Aman Bank que há dentro do Aeroporto. Respirações em pausa, ui, foi. Não me pergunte a mágica da lâmpada, vale saber que então paguei 353 libians dinares para um excesso que deveria ser somente do meu corpo, nada a ver com a mala - de viagem.
No avião, um susto: quanta gente, meu Deus! Não tinha a mínima idéia de que da Líbia poderiam sair tantas pessoas para o mundo - mesmo que o destino fosse Doha, no Qatar.
Para começar bem, um senhor, tradicionalmente vestido com chapéu e bata longa até os pés, de mangas compridas, era meu companheiro. Até ali, tudo bem, até balbuciar alguma coisa em minha direção: que cheiro! Ho-ho-ho é Ramadã! Avião no céu, tiozinho cochila e cai para qual lado? O meu! E o cheiro? Ahhhh, delícia, imaginem o hálito de alguém há mais de 10h sem ingerir nada: vou pular! Me expremia tanto para tentar tirar aquele ser do meu braço, que achei que por um momento tinha trincado a janela - hahaha, verdade! O tsc me deu um ligieiro suor gelado pelo corpo e pensei que meu peso, talvez, valeria a multa! hahaha. Mas, antes tarde do que nunca, veio o anúncio: hora de quebrar o Jejum! - quase gritei "Handriallah" (graças a Deus em árabe) para que eu tivesse certeza que todos haviam entendido a minha mensagem. Mas só segurei, discretamente, em meu escapulário e rezei, mil vezes, metalmente, o Pai-Nosso, afinal, não queria arriscar a declaração do meu catolicismo fervoroso, principalmente em momentos de alívio pós tensão, em meio todos àqueles muçulmanos, tradicionalmente expostos.
Assim, me acostei direito na poltrona, finalmente, e me preparei para um vinho. Começaria de leve a me relaxar, para que dormisse bem até Doha:
"Não servimos bebida alcóolica, senhora. Temos água, suco...", disse a comissária de bordo.
Ahhhh, que desespero. Dessa vez eu pulei para a asa do avião, lá fora, de maozinha ao vento. Pelo menos o gente boa do vizinho teria um bafo de comida agora, graças. Respiremos, um, dois, respira. Respiremos, um, dois, respira. "Shukran" - obrigada, foi tudo o que devolvi à senhorita.
Então, nunca achei que seria tão feliz ao chegar em Doha: aquilo sim era um Aeroporto, que luxo! Não diria que estava em um dos países árabes em desenvolvimento, a não ser pela ausência de bebida alcóolica nas geladeiras. Estou sedenta por uma cervejinha e vida normal!
Lá mesmo foi incrível ver como as pessoas mudam bem de cara: já se vê muitos asiáticos, muitos!, daqueles típicos com sandália, bermuda, boné ou chapéu (no caso das mulheres), pochete e máquina fotográfica: uma graça!
Meu humor já estava bem melhor, mas não imaginei que demoraria tanto para chegar à Kuala Lumpur que, até agora, não sabe me dizer se estar aqui pode se dizer que se conhece a Malásia ou se caímos naquela de Rio, Paris, Milão e Amsterdã. Vou ficar mais uns dias para tentar achar resposta, enquanto isso, vai mais uma: sendo então a Malásia um país oficialmente islâmico: "Não servimos bebida alcóolica, senhora. Temos água, suco...".
"Os barcos estão seguros se permanecem nos portos. Mas não foram feitos para isso". Fernando Pessoa
sábado, 29 de agosto de 2009
Num é que a Malásia é longe?
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*Não adesão à nova regra gramatical.
6 comentários:
hahaha mas que caspita!!! que missa pra conseguir um golinho de bebida ein Babi!!!!
aff, mas to sabendo q vc ja matou essa sede! hehehehe
vai mandando notícias ein! =P
Bjão!
meu!! vc pagou mto pela bagagem.... o que estava levando la dentro??? a magequita???
tem feriado segunda e terca... e vc nao esta aqui... triste!!!
aproveite... beijos
Uai, o Lucas, ex-LCP da @IJ, tá em Kuala!
http://logoali-malasia.blogspot.com/
Talvez vc consiga contato com ele - está online direto ;)
Bjos!
Ow, tem uma aieseca da @BH aí na malasia!! Nome dela: Dani Brandao!
Aproveita e traz as fotos! Vê se tira foto né Babes!!!?
Bjs
ihhhh ..que post bem humorado ! Até lembro dos meus :D
Ri horroresss !!
Saudades diárias !
Tá chegando Babi...tô indo pra casa :D
Passei mal com esse ultimo post...nossa fofa! que situacao! to doida pra voce chegar em BH e tirar fotos com a turma pra ver se eu mato um poquinho a Saudade!
Beijos, Tati
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