União [1 Ato ou efeito de unir. 2 Ajuntamento, reunião (...). 5 Adesão harmonia, concórdia; paz, comunhão, intimidade. 6 Casamento, conjúgio, consórcio (...)].
Michaelis.
Estava previsto para começar às 20:30, mas eram 21:30 e nada. As pessoas saíram correndo do trabalho, tomaram um banho rápido e esperaram carona para estar lá pontualmente.
Às 22 horas foi servido um suco de amêndoas, doce, que parece essência e/ou perfume em estado cremoso, bastante artificial.
Havia somente mulheres e elas estavam com vestido justo, curto, decotado e de cor forte, acompanhando as das frutas cítricas: verde limão era o mais corriqueiro. Com eles, a maquiagem deixava ainda mais reluzente a composição, sendo ofuscada a luz do lugar. Era pérola e brilho por todos os tecidos, desde as cortinas e tapete do salão, até a sombra dos olhos fortes das mulheres, árabes.
Na mesa, junto com o arranjo de flor também pouco discreto, estava um pote de pó de café instantâneo, um com açúcar e uma garrafa de água - fria. Quase às 23:30, refrigerantes - quentes - foram servidos, com uma carne de carneiro ensopada na própria gordura - fria - com pães.
Próximo a este momento, entra uma mulher especial, mais colorida e pintada que as outras, com um vestido com cauda enorme, de cobrir as poeiras do ambiente, acenando a todas as outras: era a noiva, filha de um dos funcionários líbios que trabalha na empresa.
Enquanto as demais mulheres permaneciam nas mesas, "comendo" o jantar, a noiva tirava fotos no palco. E durou mais de uma hora. Depois, a mãe dela passou por todas para agradecer a presença.
Com fome, cansada, em uma situação mais chata e tediosa - embora curiosa - de todos os tempos, as mulheres expatriadas foram embora, sem que a festa daquele casamento estivesse de fato terminada.
Reza a história que lá pelas duas horas da manhã o noivo entraria e, neste momento, todas as presentes cobririam o cabelo, braços e ombros, exceto a mãe e as mulheres da família dele, ou seja, pessoas que não teriam eventual apelo sexual.
Dali então, sairiam casados, porque em outra casa, somente com os homens, o noivo haveria se casado com o pai da noiva, com quem fez os acertos para que conseguisse permissão para fazer parte da família como genro e que "buscar a noiva", frente às amigas e mãe, é a certeza de que tudo correu como planejado, na cerimônia dele.
Em linhas gerais, este é um dia que compõe os quatro de um total de celebrações de um casamento líbio. Embora várias percepções, poucos são os expatriados que efetivamente chegaram até o fim do compartilhamento de um momento tão íntimo para uma mulher daqui e, sem dúvida, o mais importante na vida dela e daqueles que são parte da sua família: casar é permitir a continuidade!
*Nota: eu não fui ao casamento, ouvi dizer isso tudo, por diferentes olhares e perspectivas, mas em resumo, afirmaram que não perdi nada, porque era uma diferença tão grande ao que estamos habituados, por um ritmo que não nos pertence, que eu teria ido embora, provavelmente, na entrega do doce de amêndoa, que é o aperitivo - sobremesa vem antes!
O curioso é que, no mesmo dia, um casal de expatriados brasileiro comemorava um ano de casamento - e foi igualzinho ao líbio. ;)
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