Voluntário [1 Que se faz ou deixa de fazer, sem coação nem imposição de ninguém; que está em nosso poder ou que depende do nosso livre-arbítrio fazer ou deixar de fazer. 2 Feito espontaneamente, por vontade própriasem constrangimento ou obrigação (...)].
Michaelis
O feriadão me surpreendeu positivamente e o que deveria ser quase um retiro espiritual, se compôs por leituras leves - advinhem? Sim, Época Negócios - e descanso, muito descanso e um eterno agradecimento à Globo, por fazer existir o canal Internacional por aqui, quando pude me distrair com novelas, programas (da GNT e MultiShow inclusive) e telejornais (até mesmo os da Globo News).
Quando tudo ia bem calmo, fiquei sabendo que um grupo de pessoas simples, entre Brasileiros e Colombianos, iriam para a região das ruínas no Domingo e na Segunda-Feira e, como não falavam inglês, pensei nas situações que poderiam enfrentar e decidi ir junto, mesmo já havendo visitado um dos lugares anteriormente.
Além disso, havia um outro grupo de pessoas por aqui, em grande maioria Equatorianos, a quem compartilhei a informação de que o ônibus sairia às oito horas da manhã de um determinado lugar e que espalhassem o convite aos demais que conhecessem.
Quando acordei, às 7:15, não acreditei no sacrifício, afinal, nada como poder dormir sem que um despertador te interrompa. Por longos cinco minutos pensei na minha decisão libriana, se ia ou se não ia e, de novo, me veio a imagem na cabeça do pessoal eventualmente perdido ou com entraves na comunicação para aproveitarem a oportunidade.
Assim, fui com um grupo de um pouco mais de 40 pessoas, sendo que a única mulher que me acompanhava era uma senhora, esposa de um dos Engenheiros presentes, com três filhos.
No primeiro dia andamos bastante por aquela que foi uma grande cidade na época do Império Romano e que traz registro interessante, principalmente, do que ficou depois de terremotos e guerras, além de estarmos sempre em frente à cor indescritível do Mediterrâneo.
Ao fim do passeio, não consegui - nem alguns deles - chegar à praia ideal para banho e esperamos o horário combinado com o motorista do ônibus tomando uma cerveja sem álcool e conversando bobagens, compartilhando experiências comparativas a como seria um feriado como aquele em outros países que já vivemos ou conhecemos.
No dia seguinte, as ruínas eram bem mais limitadas, porque segundo nos disseram, grande parte do que sobrou foi engolido pelo mar e é interessante ver os corais "bem lá longe" e imaginar que ali havia cidade, ainda com traços de igreja, mercado de frutas e teatro.
Fechando com chave-de-ouro, mergulhamos nas águas salgadas para recomeçar, depois de um bom tempo afastados da rotina e, melhor ainda, com sinceros "muito obrigado" e o sorrisões na foto e, satisfeita, vi que eles levariam para a casa, quando forem, registros e memórias de um belo passeio vivido e comunicado.
Nestes particulares dois dias de passeio, me lembrei de outros bons que vivi: Por quatro anos me dediquei, quase que integralmente - ou, tira o quase - a uma organização de trabalho voluntário em que me alegrava fazer simplesmente por acreditar no seu objetivo-fim e em suas pessoas-meio de fazer acontecer.
Aqui sinto falta disso, de efetivamente contribuir e fazer a diferença, mesmo que pequena, mas fazer. Nestes simples dois dias me lembrei desta sensação e de outras, mais intensas, que pude sentir quando visitava favelas e/ou comunidades carentes em Belo Horizonte para tomar um café da manhã com uma família desestruturada ou ensinar uma criança a passar fio-dental.
No mais, como pouco do que é planejado sai da forma imaginada, o feriado não se fez a ferramenta que achava ideal para este último quarter do ano, todavia, é em manhãs como estas que vale o poema "caminhante não há caminho/se faz o caminho ao andar".
"Os barcos estão seguros se permanecem nos portos. Mas não foram feitos para isso". Fernando Pessoa
sábado, 26 de setembro de 2009
Êba!!
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
O que é que é bom
leia ouvindo: Fotografia, Juanes - http://www.youtube.com/watch?v=8OG_KPab2kw&feature=fvst
Voltar [1 Dirigir para outro lado; virar, volver(...). 2 Ir ou tornar ao ponto de onde partiu; regressar; ir ou vir pela segunda vez (...). 6 Retroceder. 7 Retroceder para atacar. 8 Acometer, investir (...). 10 Retornar a um estado anterior (...). 13 Pôr do avesso. 14 Fazer de novo; repetir. 15 Ocupar-se ou tratar novamente de uma coisa ou de um assunto. 16 Reaparecer. 17 Manifestar-se de novo; reproduzir-se. 18 Recomeçar (...). 20 Mudar de rumo ou direção (...). 27 Converter, mudar, transformar].
Michaelis.
Já não me lembro mais como foi a ida da Malásia para o Brasil. Lembro-me que por um bom tempo pegamos uma turbulência fortemente considerável, daquelas em que parece que todas as bagagens e comida dos armários cairão sobre sua cabeça e que você não sabe se faz xixi nas calças, ignora a sede nervosa e o fato de que não vê nem sinal dos comissários de bordo ou se dá gargalhadas forçadas, fingindo estar super interessada no filme que passa à sua frente. Enfim, passou e ansiosamente pousei em São Paulo, desejando que minha casa fosse efetivamente lá, para evitar pegar mais um vôo.
No Aeroporto de Belo Horizonte, era tanta alegria que me sentia bêbada, zonza, completamente fora de mim. Quando as portas que dividem o saguão do desembarque de quem te espera se abriram, rapidamente identifiquei meus pais, com sorrisão largo e olhos brilhantes e meu coração prestes a ser vomitado por ali mesmo. E, como se isso não fosse suficiente, logo que eu virei para a direita, para sair daquela corda de isolamento, um bando de meninas-mulheres-loucas, gritando alto, apito e pompons, pulam em cima de mim e do meu carrinho com as malas mais pesadas de todos os tempos (salve-salve multas pagas). Eram algumas das minhas melhores amigas que à meia-noite entre a segunda e terça-feira foram me saudar. Naquele instante não conseguia pensar em nada, somente que tudo era inacreditável e que era muito bom estar de volta, mesmo que por acaso, depois de oito meses.
Fui para o Brasil não por opção, mas por questão de visto. A idéia era seguir da Malásia para a Indonésia, não deu. Mas, então, ali estava, com as pessoas que efetivamente amo e me fazem bem: alegria-alegria!
Mesmo zuada do fuso e de tanta adrenalina, fomos comer pizza e, claro, tomei um chopp!Falei bem sobre meus últimos meses, sobre as pessoas, os lugares e, principalmente, viver em um contexto tão diferente como este tem sido. É bom externalizar, porque aí as pessoas desistem da idéia de achar que é fácil fazer algo difícil e que pelo fato de você ter feito coisas interessantes anteriormente, não necessariamente significa que você dará conta de algo que mexe essencialmente com o seu interior, com aquilo que te forma e várias vezes te cala.
Foi bom ver que as pessoas em BH estão felizes, que as surpresas continuaram e que vi outras que não via desde minha mudança para São Paulo, em 2007. Valeu para ter tido a certeza de que todos os momentos bons continuam mantidos e que é preciso estarmos unidos e conectados ao "lá", para que as coisas continuem. Foi bom registrar tudo isso, compartilhar e trazer comigo.
Foram 10 dias de muita energia boa, risada, encontros & re-encontros, família, amigos e todas as coisas boas que se explodem quando se volta para a casa.
E, mesmo sendo difícil, mais uma vez, deixar tudo passar e voltar para o que é o hoje, é o que tem que ser, neste momento. O depois, veremos com o tempo.
Assim, a viagem Brasil-Líbia foi muito mais calma do que pensaria que fosse, não só pelas turbulências que graças aos Deuses - o meu e o Allah - não aconteceram, mas pela tranqüilidade em recomeçar e começar 2010, onde quer que seja.
Em Guarulhos, como se eu não pudesse ir embora sem uma benção, um sinal ou outra coisa do tipo, houve uma luz, mas preciso de ajuda para interpretá-la. Acho que este feixe, de certa forma, foi o que fechou com chave de ouro a minha ida e, já na Líbia, pude estar de bom-humor no convívio com os últimos dias do Ramadã.
Falando nele, por três dias fiquei sem conseguir ir à vendinha, porque os "nômades" dormem de dia e aproveitam pela noite. Eu, com fuso trocado, agitado, não consegui acompanhá-los. Ho-ho-ho o Ramadã termina agora neste fim de semana e, em comemoração, serão três dias de feriado (Sábado, Domingo e Segunda-Feira) e deve ser uma alegria para eles, que poderão voltar a fumar os cigarros, beber o café e tomar a água, deixando como lembrança o fato de que o que eu mais senti falta neste período todo foi do pãozinho quente de manhã - isso deixava em péssimos lençóis meu estômago egocêntrico.
Nesta reta final, pós-Brasil, cometi gafes ao beber água na frente de algum deles e, pior, ofereci uns biscoitos a um líbio com quem queria ser simpática e o que ganhei foi um sorrisinho sarcástico como quem disse "se eu pudesse, dava a você bolachas na cara", haha. Foi cômico, porque senão teria sido trágico. O rapaz não gostou do meu desleixo mesmo. Ficou com raiva. Mandei o típico "sorry-pardon" de sempre, fazer o quê?
Enfim, nestes dias então em que seguirei somente comigo mesma, já que quase todos os expatriados partiram para o Egito ou para algum país na Europa, aproveitando a rebarba do feriado líbio, vou retomar a minha mente e corpo à vida aqui, valorizando os alongamentos* e as leituras e ver se me direciono melhor para o que vier depois. E, ainda, me desafiar a ser algo que um amigo meu, involuntariamente, se tornou e me convidou para tentar: "mais importante do que coragem, eu tenho paciência".
No Aeroporto de Belo Horizonte, era tanta alegria que me sentia bêbada, zonza, completamente fora de mim. Quando as portas que dividem o saguão do desembarque de quem te espera se abriram, rapidamente identifiquei meus pais, com sorrisão largo e olhos brilhantes e meu coração prestes a ser vomitado por ali mesmo. E, como se isso não fosse suficiente, logo que eu virei para a direita, para sair daquela corda de isolamento, um bando de meninas-mulheres-loucas, gritando alto, apito e pompons, pulam em cima de mim e do meu carrinho com as malas mais pesadas de todos os tempos (salve-salve multas pagas). Eram algumas das minhas melhores amigas que à meia-noite entre a segunda e terça-feira foram me saudar. Naquele instante não conseguia pensar em nada, somente que tudo era inacreditável e que era muito bom estar de volta, mesmo que por acaso, depois de oito meses.
Fui para o Brasil não por opção, mas por questão de visto. A idéia era seguir da Malásia para a Indonésia, não deu. Mas, então, ali estava, com as pessoas que efetivamente amo e me fazem bem: alegria-alegria!
Mesmo zuada do fuso e de tanta adrenalina, fomos comer pizza e, claro, tomei um chopp!Falei bem sobre meus últimos meses, sobre as pessoas, os lugares e, principalmente, viver em um contexto tão diferente como este tem sido. É bom externalizar, porque aí as pessoas desistem da idéia de achar que é fácil fazer algo difícil e que pelo fato de você ter feito coisas interessantes anteriormente, não necessariamente significa que você dará conta de algo que mexe essencialmente com o seu interior, com aquilo que te forma e várias vezes te cala.
Foi bom ver que as pessoas em BH estão felizes, que as surpresas continuaram e que vi outras que não via desde minha mudança para São Paulo, em 2007. Valeu para ter tido a certeza de que todos os momentos bons continuam mantidos e que é preciso estarmos unidos e conectados ao "lá", para que as coisas continuem. Foi bom registrar tudo isso, compartilhar e trazer comigo.
Foram 10 dias de muita energia boa, risada, encontros & re-encontros, família, amigos e todas as coisas boas que se explodem quando se volta para a casa.
E, mesmo sendo difícil, mais uma vez, deixar tudo passar e voltar para o que é o hoje, é o que tem que ser, neste momento. O depois, veremos com o tempo.
Assim, a viagem Brasil-Líbia foi muito mais calma do que pensaria que fosse, não só pelas turbulências que graças aos Deuses - o meu e o Allah - não aconteceram, mas pela tranqüilidade em recomeçar e começar 2010, onde quer que seja.
Em Guarulhos, como se eu não pudesse ir embora sem uma benção, um sinal ou outra coisa do tipo, houve uma luz, mas preciso de ajuda para interpretá-la. Acho que este feixe, de certa forma, foi o que fechou com chave de ouro a minha ida e, já na Líbia, pude estar de bom-humor no convívio com os últimos dias do Ramadã.
Falando nele, por três dias fiquei sem conseguir ir à vendinha, porque os "nômades" dormem de dia e aproveitam pela noite. Eu, com fuso trocado, agitado, não consegui acompanhá-los. Ho-ho-ho o Ramadã termina agora neste fim de semana e, em comemoração, serão três dias de feriado (Sábado, Domingo e Segunda-Feira) e deve ser uma alegria para eles, que poderão voltar a fumar os cigarros, beber o café e tomar a água, deixando como lembrança o fato de que o que eu mais senti falta neste período todo foi do pãozinho quente de manhã - isso deixava em péssimos lençóis meu estômago egocêntrico.
Nesta reta final, pós-Brasil, cometi gafes ao beber água na frente de algum deles e, pior, ofereci uns biscoitos a um líbio com quem queria ser simpática e o que ganhei foi um sorrisinho sarcástico como quem disse "se eu pudesse, dava a você bolachas na cara", haha. Foi cômico, porque senão teria sido trágico. O rapaz não gostou do meu desleixo mesmo. Ficou com raiva. Mandei o típico "sorry-pardon" de sempre, fazer o quê?
Enfim, nestes dias então em que seguirei somente comigo mesma, já que quase todos os expatriados partiram para o Egito ou para algum país na Europa, aproveitando a rebarba do feriado líbio, vou retomar a minha mente e corpo à vida aqui, valorizando os alongamentos* e as leituras e ver se me direciono melhor para o que vier depois. E, ainda, me desafiar a ser algo que um amigo meu, involuntariamente, se tornou e me convidou para tentar: "mais importante do que coragem, eu tenho paciência".
*Fui a médicos no Brasil e, a grosso modo, um dos discos da minha coluna saiu do lugar. O tratamento seria pilates/RPG/acupuntura, como aqui não tem, sigo com exercícios leves (sem impacto) e alongamentos para fortalecimento do músculo. Em caso de dor, estou consultada =)
sábado, 5 de setembro de 2009
Capítulo à parte - The Truly Asia
Quase morri várias vezes e ainda não entendi como funciona o trânsito em mão-inglesa. Me enrolei até mesmo nas escadas rolantes dos shoppings e parecia uma jacu deslumbrada. Várias vezes gritei - ui! - de susto, quando achava que a pessoa não estava vendo o nosso carro, tranqüila e calma, lendo jornal em um cruzamento e só depois via que tudo bem, o do contrário era quem estava no volante: muito confuso, mas uma diversão para o motorista da nossa van. Tenho certeza que ele deveria chegar em casa dizendo "gente, tem uma passageira muito retardada (...)!". hahahaha
Se Kuala Lumpur for a Ásia, eu acho que adorei e penso em voltar mais vezes, mas China ou Hong Kong. Se for a Malásia, talvez não volte. Indo para as ilhas do Sul, vou optar pela Indonésia.
Aqui é tudo muito colorido, não sei se por estarmos no mês da celebração da Independência - 52 anos no dia 31 de Agosto - e se pela própria bandeira ter cores fortes (vermelho, amarelo, azul e branco) e por estar em todos os lados, bem grande; ou se pela mistura de malaios, indianos e chineses, em que as três culturas têm um laço estreito com o significado da força e da beleza.
Falando no que é belo, como tem estrangeiro gato por aqui, meu Deus! Eu já tinha observado no avião (Doha para cá, por favor, hein?!), mas achava que era meu nível de exigência que tinha caído. Que nada, cada casal maravilhoso e em grande estilo moda-praia-verão! Na verdade, os próprios malaios são um pouco elegantes. As mulheres, mesmo de véu ou burca, se vestem com um tecido mais fino e delicado, com alguns brilhantes que não chegam a ser espantosos. Maquiagem leve e sapatos bonitos - porque agora entendo de moda, ô! Aliás, pela disposição das lojas e pelas marcas que encontramos por aqui, é notório que de um modo geral as pessoas têm bom-gosto e não é somente por Kuala Lumpur ser uma cidade turística.
Faz parte da composição social mesmo, divago. E, diferente dos parisienses, por exemplo, as pessoas mesmo elegantes são muito solícitas e educadas e, de um modo geral, as coisas para a vida cotidiana - vide comida - são bem baratas! Me entupi de noodles - um tipo de macarrão de origem chinesa (e não me diga que miojo dá no mesmo) - salmão, peixes e um pouco de fritura - salve, saudade!
Para mim, os malaios são magros por genética mesmo, só pode ser uma combinação milagrosa, porque como comem mal, viu? E não só os 25% descendentes de chineses que se entopem de porco ou os 10% indianos que utilizam molhos picantes até em café com chá, mas como um todo! Mesmo havendo muitas frutas - fiquei impressionada com a variedade e o sabor fresco e doce - mas não há muitas opções de salada, a este primeiro olhar. Logo que acordam eles têm uma refeição pesada, com noodles e costelinha e todas as variações de molho para comer com arroz.
O café da manhã do Hotel mesmo, na caixinha de sugestões deu vontade de colocar "servir o café até as 15 horas", hahaha, porque dá mais do que um brunch ou um café-colonial. Que fartura! Tem de tudo um pouco, mas como uma boa e velha admiradora do que é bom e simples, me satisfiz com um belo par de croissants a dar inveja aos da França e Argentina - por Dios!
Ah!, vinho não consegui tomar. Muito caro e, sozinha, é para página de livro da Elizabeth Gilbert - "como curtir a vida sozinha, na Malásia". Não é para mim não. O máximo que fiz foi pagar, também caro, por seis latinhas de Heineiken - elas de novo, mas desta vez, sem bicicleta.
Por aqui, as pessoas se viram bem com táxi, o que não é tão barato quanto na Líbia, mas nem tão caro quanto no Brasil. Eu realmente acredito que o grau de civilidade de um povo pode ser denotado a partir do seu comportamento no trânsito e na forma estrutural como se compõe. Assim, diria que Kuala Lumpur, para seus mais de dois milhões de habitantes está dando show em Curitiba - sim, com reciclagem de lixo ativa e campanhas para "Green Malaysia" bem sucedida.
Os ônibus são muito bem equipados, o trânsito os comporta bem e, claro, como toda metróple tem engarrafamentos, mas parece que mais fluida - sem buzinas! De quase todas as ruas em volta da região podemos ver as PETRONAS Twin Towers, que são maravilhosamente harmônicas, como uma grande maquete sob nossas cabeças e a KL Tower, hoje já a quinta maior do mundo, mas que dá um charme para a paisagem bem urbanística, envolta a cimento, aço e muito vidro.
Indo e vindo de ônibus - fácil de informação - vale uma visita ao Mercado Central e, do lado, à China Town. Ali dá de tudo, uma globalização inserida em um contexto local muito restrito, mas a feiura - como de todo centro de uma grande cidade - tem lá seu charme refletido por tanto vermelho e amarelo!
Charmoso também é o The Gardens. Um novo complexo de compras que, vou pesquisar, mas deve ter sido a grande fonte inspiradora para o Shopping Jardim em São Paulo, todavia, falta muito para nós, Brasileiros. Isso em Kuala é o que há de mais moderno e ousado. Cheira a café, tamanho o conceito para entrar, se divertir, relaxar e ser feliz em lugar completamente exótico e deslocado do que a nós do Ocidente foi apresentado.
Neste quesito, me apaixonei de novo pelo Oriente e foi bom estar de volta em contato com o que me fez bem na minha preparação em 2007 para me mudar para São Paulo. Aqui, não retomei a acupuntura, mas as massagens e as essências de lavanda e canela e, de novo, à inquietante questão de que há uma magia nos lados de cá, da qual quero experimentar mais vezes!
Para finalizar, dois pontos que me deixaram positivamente surpresa foi a falta de papel e toco de cigarro no chão, e, por sinal, vi pouquíssimas pessoas fumando e, mesmo em ambiente aberto, longe das "passivas". Ainda, fiquei impressionada com o fato de que todo mundo fala inglês. Foi surreal entrar no ônibus, pedir informação e tê-la; entender um mapa do guia com a gari que retirava folhas secas do Jardim do Parque do KLCC (Kuala Lumpur Convention Center); ter cardápio, placas de trânsito, promoção em lojas, jornais, letreiro de ônibus, mapa de metrô, enfim, absolutamente tudo em inglês!
Na verdade, a comunicação trava quando se encontra com algum representante dos 25% de chineses. A sensação ao ouvi-los é de que a língua está enrolada na garganta e que o nariz está absurdamente entupido, mas são bem educados e ágeis. Tanto, que se estiver acompanhado em um restaurante, pense bem no pedido e tente separá-los, porque o atendimento é ótimo e rápido - aliás, reparei que eles comem e pagam logo em seguida, quase mastigando, sem dar alguns minutos para suspirar ou falar dos pratos.
Diria que por aqui tive uma das minhas melhores refeições na vida, salve-salve noodles saboroso! Na última noite comi algo que não tenho a mínima idéia do que seja, mas excelente, e a pergunta que não sai na minha cabeça desde então é se não poderia ser cachorro, afinal, não vi nenhum deles em momento algum pelas andanças pelo centro e, vai saber, né?, afinal, no sul da China e no Vietnã as pessoas comem carne de cão tal como nós a de vaca. Será?! Eca-eca já foi e estava bom!
Enfim, valeu. Mais um carimbo de novas perspectivas e a certeza de que há muito o que ser feito no e pelo Brasil e, como sempre, é tudo uma questão de mentalidade. A minha e a sua! Mas agora é hora de voltar para "casa" e me preparar para tudo o que vier com ela - dela!
Se Kuala Lumpur for a Ásia, eu acho que adorei e penso em voltar mais vezes, mas China ou Hong Kong. Se for a Malásia, talvez não volte. Indo para as ilhas do Sul, vou optar pela Indonésia.
Aqui é tudo muito colorido, não sei se por estarmos no mês da celebração da Independência - 52 anos no dia 31 de Agosto - e se pela própria bandeira ter cores fortes (vermelho, amarelo, azul e branco) e por estar em todos os lados, bem grande; ou se pela mistura de malaios, indianos e chineses, em que as três culturas têm um laço estreito com o significado da força e da beleza.
Falando no que é belo, como tem estrangeiro gato por aqui, meu Deus! Eu já tinha observado no avião (Doha para cá, por favor, hein?!), mas achava que era meu nível de exigência que tinha caído. Que nada, cada casal maravilhoso e em grande estilo moda-praia-verão! Na verdade, os próprios malaios são um pouco elegantes. As mulheres, mesmo de véu ou burca, se vestem com um tecido mais fino e delicado, com alguns brilhantes que não chegam a ser espantosos. Maquiagem leve e sapatos bonitos - porque agora entendo de moda, ô! Aliás, pela disposição das lojas e pelas marcas que encontramos por aqui, é notório que de um modo geral as pessoas têm bom-gosto e não é somente por Kuala Lumpur ser uma cidade turística.
Faz parte da composição social mesmo, divago. E, diferente dos parisienses, por exemplo, as pessoas mesmo elegantes são muito solícitas e educadas e, de um modo geral, as coisas para a vida cotidiana - vide comida - são bem baratas! Me entupi de noodles - um tipo de macarrão de origem chinesa (e não me diga que miojo dá no mesmo) - salmão, peixes e um pouco de fritura - salve, saudade!
Para mim, os malaios são magros por genética mesmo, só pode ser uma combinação milagrosa, porque como comem mal, viu? E não só os 25% descendentes de chineses que se entopem de porco ou os 10% indianos que utilizam molhos picantes até em café com chá, mas como um todo! Mesmo havendo muitas frutas - fiquei impressionada com a variedade e o sabor fresco e doce - mas não há muitas opções de salada, a este primeiro olhar. Logo que acordam eles têm uma refeição pesada, com noodles e costelinha e todas as variações de molho para comer com arroz.
O café da manhã do Hotel mesmo, na caixinha de sugestões deu vontade de colocar "servir o café até as 15 horas", hahaha, porque dá mais do que um brunch ou um café-colonial. Que fartura! Tem de tudo um pouco, mas como uma boa e velha admiradora do que é bom e simples, me satisfiz com um belo par de croissants a dar inveja aos da França e Argentina - por Dios!
Ah!, vinho não consegui tomar. Muito caro e, sozinha, é para página de livro da Elizabeth Gilbert - "como curtir a vida sozinha, na Malásia". Não é para mim não. O máximo que fiz foi pagar, também caro, por seis latinhas de Heineiken - elas de novo, mas desta vez, sem bicicleta.
Por aqui, as pessoas se viram bem com táxi, o que não é tão barato quanto na Líbia, mas nem tão caro quanto no Brasil. Eu realmente acredito que o grau de civilidade de um povo pode ser denotado a partir do seu comportamento no trânsito e na forma estrutural como se compõe. Assim, diria que Kuala Lumpur, para seus mais de dois milhões de habitantes está dando show em Curitiba - sim, com reciclagem de lixo ativa e campanhas para "Green Malaysia" bem sucedida.
Os ônibus são muito bem equipados, o trânsito os comporta bem e, claro, como toda metróple tem engarrafamentos, mas parece que mais fluida - sem buzinas! De quase todas as ruas em volta da região podemos ver as PETRONAS Twin Towers, que são maravilhosamente harmônicas, como uma grande maquete sob nossas cabeças e a KL Tower, hoje já a quinta maior do mundo, mas que dá um charme para a paisagem bem urbanística, envolta a cimento, aço e muito vidro.
Indo e vindo de ônibus - fácil de informação - vale uma visita ao Mercado Central e, do lado, à China Town. Ali dá de tudo, uma globalização inserida em um contexto local muito restrito, mas a feiura - como de todo centro de uma grande cidade - tem lá seu charme refletido por tanto vermelho e amarelo!
Charmoso também é o The Gardens. Um novo complexo de compras que, vou pesquisar, mas deve ter sido a grande fonte inspiradora para o Shopping Jardim em São Paulo, todavia, falta muito para nós, Brasileiros. Isso em Kuala é o que há de mais moderno e ousado. Cheira a café, tamanho o conceito para entrar, se divertir, relaxar e ser feliz em lugar completamente exótico e deslocado do que a nós do Ocidente foi apresentado.
Neste quesito, me apaixonei de novo pelo Oriente e foi bom estar de volta em contato com o que me fez bem na minha preparação em 2007 para me mudar para São Paulo. Aqui, não retomei a acupuntura, mas as massagens e as essências de lavanda e canela e, de novo, à inquietante questão de que há uma magia nos lados de cá, da qual quero experimentar mais vezes!
Para finalizar, dois pontos que me deixaram positivamente surpresa foi a falta de papel e toco de cigarro no chão, e, por sinal, vi pouquíssimas pessoas fumando e, mesmo em ambiente aberto, longe das "passivas". Ainda, fiquei impressionada com o fato de que todo mundo fala inglês. Foi surreal entrar no ônibus, pedir informação e tê-la; entender um mapa do guia com a gari que retirava folhas secas do Jardim do Parque do KLCC (Kuala Lumpur Convention Center); ter cardápio, placas de trânsito, promoção em lojas, jornais, letreiro de ônibus, mapa de metrô, enfim, absolutamente tudo em inglês!
Na verdade, a comunicação trava quando se encontra com algum representante dos 25% de chineses. A sensação ao ouvi-los é de que a língua está enrolada na garganta e que o nariz está absurdamente entupido, mas são bem educados e ágeis. Tanto, que se estiver acompanhado em um restaurante, pense bem no pedido e tente separá-los, porque o atendimento é ótimo e rápido - aliás, reparei que eles comem e pagam logo em seguida, quase mastigando, sem dar alguns minutos para suspirar ou falar dos pratos.
Diria que por aqui tive uma das minhas melhores refeições na vida, salve-salve noodles saboroso! Na última noite comi algo que não tenho a mínima idéia do que seja, mas excelente, e a pergunta que não sai na minha cabeça desde então é se não poderia ser cachorro, afinal, não vi nenhum deles em momento algum pelas andanças pelo centro e, vai saber, né?, afinal, no sul da China e no Vietnã as pessoas comem carne de cão tal como nós a de vaca. Será?! Eca-eca já foi e estava bom!
Enfim, valeu. Mais um carimbo de novas perspectivas e a certeza de que há muito o que ser feito no e pelo Brasil e, como sempre, é tudo uma questão de mentalidade. A minha e a sua! Mas agora é hora de voltar para "casa" e me preparar para tudo o que vier com ela - dela!
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