sábado, 6 de fevereiro de 2010

Fé em Deus e Pé na Tábua


Como o Youtube não está mais acessível na Líbia, leia ouvindo por aqui

Antes de vir para cá, já tinha ouvido falar em algumas meninas-moças-mulheres que aqui se encontravam e, de certa forma, foram uma das primeiras no processo construtivo daquilo que chamamos "efetivo expatriado".

Não cheguei com nenhuma expectativa específica para encontrá-las e não imaginei nada demais, mas a primeira impressão foi boa!

Lembro que o que me aproximou, de imediato, da Teca, além do fato de estarmos no mesmo Hotel e de ter o encontro diário matinal no café da manhã, foi que uma das minhas duas malas demorou alguns dias para chegar e a outra quase uma semana. No desespero, a Teca prontamente se ofereceu para emprestar o que quer que fosse.

Nesta primeira abertura para a intimidade, sem qualquer noção do que o futuro resguardava, estreitamos relacionamento e, dentre o pouco mais que 12 meses, rimos muito e dividimos muitas das angústias e dúvidas por aqui.

Rimos horrores. Como falei bobagem e me permiti ser eu mesma!

Moramos na mesma casa, a família se formou naturalmente e se fortaleceu em momentos de alegria e comemorações. Resistimos a viagens e aos desencontros criados pela falta de infra-estrutura local e ousadia em arriscar, para nos vermos em dia livre; quando me mudei.

Meu verão e os dias de sol têm muito dela. As correções e as brincadeiras ao meu suposto espanhol nunca mais foram os mesmos depois que ela se meteu a me zuar e cometeu uma gafe tremenda.

Pandas, vacas, touros, marrecos e patos têm novos sentidos e significam muita coisa.

Eu mesma não vou dizer mais que jogava muito bem handball, que morei no Canadá, que acho francês um máximo, que quero viajar o mundo e que adoro seriados da Warner, porque diante dela, tudo isso é muito pouco.

Falta mais.

E vai continuar faltando.

A irmã mais velha decidiu sair de casa, caçar seu rumo e buscar o que a faz mais feliz. Chato e estranho, mas parte.

Eu, sendo a mais nova, de verdade, fui a primeira sair; mas quando o mais velho sai, fica a impressão de que todos amadureceram e que o cuidado pode ser acompanhado a uma distância maior.

Os questionamentos talvez fiquem menos recorrentes, porque a freqüência com a qual você se coloca a enfrentá-los vai diminuindo a partir do momento em que se vê fazendo por si mesma.

Sendo a vida mesmo a "arte do encontro, embora haja tanto desencontro", aqui, o que diferencia, é a duração e a efemeridade com que relações são feitas, suspensas, ou simplesmente postergadas para um outro momento.

São Paulo, de novo, ganha mais alguém que me puxe para lá.

Também, a forma como tiro fotos e observo arquitetura de prédios Europeus já não é mais a mesma.

Meu gosto musical segue sendo desafiado e "uma coisa é clara: Eu uso uma auréola. Eu uso uma auréola quando você olha pra mim".




3 comentários:

Teca Camargo disse...

Para mim…. vc sempre sera a minha irmazinha menor!! Que alem de carinho e amizade me desperta um sentiment de super protecao!!! Ainda daremos muitas risadas juntas… ainda curtiremos horrores os melhores momentos das nossas vidas….
Como te falei… eh pra hoje e pra sempre, caculinha!!!

Marcelinho disse...

Muito massa a amizade construida nesse tempo, imagino que já esteja fazendo falta! Mas como a vida é a arte dos encontros e desencontros, certamente outros momentos virao. E segure a onda por aí fofa! Bjs

Teca Camargo disse...

adorooooooooooooooooooooooo ler e reler esse post!!! obvio que é o meu preferido!!! rsrsrsrsr

*Não adesão à nova regra gramatical.